Um spin-off da Universidad Carlos III de Madrid (UC3M), na Espanha, utilizou a robótica para criar um dispositivo capaz de auxiliar na reabilitação motora e cognitiva de pacientes. 

A Inrobics Social Robotics, S.L.L. surgiu a partir de resultados de pesquisas do Departamento de Engenharia e Ciência da Computação da UC3M. O propósito é que a solução seja utilizada tanto em centros de saúde como na própria casa de um paciente. 

De acordo com a empresa, seu objetivo principal é revolucionar o setor de saúde ao integrar a robótica social e a inteligência artificial para impactar a vida das pessoas. 

O dispositivo de reabilitação foi desenvolvido dentro dos contextos pediátricos e geriátricos. No primeiro caso, é trabalhada a diversidade funcional e cognitiva, aprimorando intervenções terapêuticas de longo prazo que costumam ser prejudicadas pela falta de motivação e adesão por parte dos pacientes.

Já em relação ao público idoso, a solução robótica funciona como um recurso de reabilitação remota que pode ser utilizado na própria casa do paciente, o que promove maior proximidade familiar e uma qualidade de vida melhor. 

Ainda de acordo com a empresa, a Inrobics está apostando na medicina digital com práticas como a digitalização de resultados, o que facilita a interoperabilidade dos dados e o monitoramento remoto. 

Acompanhamento remoto

O dispositivo criado pela equipe de empreendedores da UC3M conta com uma plataforma composta por quatro elementos principais.

O primeiro deles é um robô humanóide que interage com o paciente. Já o segundo consiste em um sistema de inteligência artificial que usa um sensor 3D para controlar o robô.

O terceiro corresponde a um aplicativo que pode ser utilizado por profissionais de saúde para marcar sessões e monitorá-las. Por fim, o quarto elemento se trata de um sistema de armazenamento em nuvem, que contém todas as informações e análises dos processos de reabilitação.

Robô com as mãos estendidas.
Ao interagir com um robô, as crianças encaram isso como uma brincadeira e passam a enxergar as visitas ao hospital como um momento para se divertir.

De acordo com a equipe de pesquisadores responsáveis pelo dispositivo, o sensor 3D é o que permite acompanhar todos os movimentos de um paciente. 

Isso significa que os profissionais de saúde podem verificar não apenas que uma pessoa levantou o braço, mas também se ela virou a coluna ao fazer isso, demonstrando alguma dificuldade associada ao movimento. 

Essas informações são compiladas e inseridas em relatórios clínicos que são fornecidos aos familiares e terapeutas para que eles acompanhem as condições e o progresso do paciente em questão. 

A proposta da Inrobics é aprimorar as terapias de reabilitação por meio de atividades baseadas em imitação e de uma série de exercícios, além de fornecer ferramentas adicionais aos profissionais de saúde a fim de otimizar as sessões.

Conteúdos de entretenimento

Um dos benefícios ressaltados pela Inrobics é em relação ao público infantil. Ao interagir com um robô, as crianças encaram isso como uma brincadeira e passam a enxergar as visitas ao hospital como um momento para se divertir.

As sessões feitas com o dispositivo incluem mecanismos de jogos que buscam melhorar a concentração, participação e motivação. Segundo a empresa, a ideia é oferecer uma ampla variedade de conteúdos de entretenimento para manter um engajamento de longo-prazo com um paciente.

O fato de o robô também poder ser utilizado em ambientes domésticos promove uma intensificação da terapia. Assim, os exercícios feitos em casa servem de complemento para a terapia realizada nos centros médicos. Esse aumento na frequência das sessões resulta em um progresso melhor e mais rápido.

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