Museus nem sempre são lugares atraentes para crianças, mas uma pesquisa recente mostra que a inteligência artificial é capaz de aumentar o tempo de visita a uma exposição e ainda melhorar o aprendizado durante a experiência. 

Para que os jovens consigam adquirir o conhecimento esperado com esses passeios culturais, a expectativa é que profissionais que trabalham nos museus, pais ou professores possam guiá-los para facilitar o aprendizado. No entanto, isso nem sempre é possível ou ocorre de forma adequada.

Pensando nisso, pesquisadores da Carnegie Mellon University desenvolveram um método para auxiliar no aprendizado durante as visitas a museus e aumentar o engajamento. Basicamente, a solução utiliza inteligência artificial para criar exposições mais interativas, incluindo uma assistente virtual.

Ao comparar os resultados obtidos com o uso da inteligência artificial em relação às exposições tradicionais, os autores do estudo concluíram que a sua técnica era capaz de melhorar o aprendizado e o tempo de visita aos museus. 

Descobertas científicas

As exposições sobre terremotos costumam ser uma das atrações mais populares. Em muitas delas, as crianças são convidadas a construir torres para, em seguida, observar como elas caem durante uma simulação do fenômeno natural.

Crianças na frente de um museu.
Para avaliar a eficácia da tecnologia aplicada a museus, os pesquisadores testaram a sua exposição inteligente sobre terremotos com alunos do ensino fundamental.

Algumas placas espalhadas pela exposição buscam incentivar as crianças a pensar em como a ciência está envolvida nessa brincadeira, mas ainda não está claro se esses conteúdos são realmente eficazes ou se eles sequer são lidos pelos jovens visitantes.

A proposta dos pesquisadores, então, foi aprimorar essa atração com inteligência artificial, substituindo as placas por telas touchscreen com câmeras e que contam com o assistente virtual NoRilla, um gorila que interage com os participantes.

Alguns dos recursos do NoRilla incluem apresentar desafios aos visitantes e fazer perguntas sobre o motivo de as torres caírem ou não durante a experiência. Esses questionamentos encorajam e auxiliam as crianças a fazerem descobertas científicas. 

Para avaliar a eficácia da tecnologia aplicada a museus, os pesquisadores testaram a sua exposição inteligente sobre terremotos com alunos do ensino fundamental. Parte deles foi convidada a visitar a mostra tradicional, enquanto que a outra participou da experiência com inteligência artificial.

Maior tempo de visita

Foram realizados testes anteriores e posteriores às visitas para avaliar o quanto as crianças haviam aprendido e se divertido com a exposição. O resultado mostrou que, apesar de ambas proporcionarem o mesmo nível de diversão, o aprendizado foi significativamente maior no experimento realizado com inteligência artificial.

Além da tecnologia auxiliar os jovens a compreender melhor os conceitos científicos por trás do experimento, os pesquisadores observaram que ela também melhorou as habilidades envolvidas na construção das torres.

Em relação ao tempo de visita, o estudo mostrou que as crianças passaram cerca de seis minutos na exposição inteligente, o que corresponde a quatro vezes mais que a média de 90 segundos gastos na exposição tradicional.

Os resultados do estudo foram publicados no Journal of the Learning Sciences e a exposição inteligente será mantida no Carnegie Science Center como uma exposição de longo prazo. Ela também foi implementada no Children’s Museum of Atlanta e, em breve, chegará ao Please Touch Museum e ao Children’s Discovery Museum of San Jose.

A equipe de pesquisadores já está trabalhando em novas exposições inteligentes, utilizando visão computacional e inteligência artificial para ensinar diferentes temas relacionados à ciência. Alguns dos projetos futuros incluem uma exposição com rampas e outra com uma balança.

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