Após especulações sobre uma possível mudança de nome, o Facebook anunciou que a verdadeira novidade é que a empresa seria reestruturada, com uma separação dos negócios de realidade aumentada e virtual.
Assim, os relatórios de resultados passarão a ser divididos em dois. O primeiro será chamado Family of Apps e vai englobar os aplicativos de rede social da empresa. Já as soluções de realidade aumentada e virtual farão parte do Facebook Reality Apps.
O anúncio foi feito durante a apresentação do Facebook sobre os seus resultados do terceiro trimestre. Neste período, a receita da empresa foi de US$ 29,01 bilhões, o que corresponde a um valor um pouco abaixo dos US$ 29,6 bilhões previstos por Wall Street.
Já em relação ao número de usuários mensais ativos, o Facebook contabilizou 2,91 bilhões, o que representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período no ano passado.
A nova divisão de negócios passará a valer já no próximo trimestre, quando a empresa apresentar o relatório referente ao período com os resultados já divididos entre Family of Apps e Facebook Reality Apps.
Investimentos em realidade aumentada e virtual
Com a reestruturação, o Family of Apps incluirá a própria rede social Facebook, além do Instagram, Messenger, WhatsApp e outros serviços. Já o Facebook Reality Labs vai abranger os hardwares, softwares e conteúdos de realidade aumentada e virtual.
Nas últimas semanas, a empresa tem reforçado seu discurso sobre o metaverso ser o futuro do Facebook. O termo, que tem ganhado popularidade, refere-se a um mundo virtual em que avatares podem interagir entre si.
Isso reflete os planos da empresa de apostar cada vez mais nas tecnologias de realidade aumentada e virtual. Segundo a companhia, a expectativa é investir US$ 10 bilhões no Facebook Reality Labs apenas este ano e aumentar o valor no futuro.
As novidades anunciadas esta semana refletem a tentativa da empresa de explorar outros negócios, visto que a sua plataforma principal está em meio a uma das maiores crises já enfrentadas, após documentos vazados revelarem que a companhia prioriza lucros às custas da privacidade dos usuários.
O futuro do Facebook
Os documentos vazados por Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, deram início a uma das maiores crises já enfrentadas pela empresa. Eles revelaram que a companhia sempre esteve ciente dos problemas causados pela sua plataforma e, ainda assim, optou por não remediá-los em favor dos lucros.
Desde então, a empresa continua a negar as acusações. Segundo Zuckerberg, os relatórios vazados representam um “esforço coordenado para utilizar os documentos vazados de forma seletiva para criar uma imagem falsa”.
Ainda segundo o CEO do Facebook, o que a companhia está tentando fazer é equilibrar a liberdade de expressão ao mesmo tempo em que reduz os conteúdos nocivos na plataforma e garante a privacidade dos usuários.
Em relação às projeções para resultados futuros, a empresa anunciou que fatores como a pandemia do coronavírus e as mudanças na política de privacidade da Apple devem prejudicar seu setor de publicidade.
Sobre os resultados do próximo trimestre, o Facebook espera obter uma receita entre US$ 31,5 bilhões e US$ 34 bilhões.