O Rio de Janeiro poderá ter um Vale do Silício à carioca. Berço da história do Brasil, a Praça Tiradentes, localizada no Centro da cidade, poderá ser transformada em um “Hub Digital”, espaço que conecta colaboradores, clientes, parceiros e startups para atrair novos negócios dos setores culturais, criativos e de inovação. 

O tema foi discutido em uma audiência pública realizada pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Municipal do Rio de Janeiro no dia 10 de setembro. 

A proposta foi debatida por parlamentares, empresários, pesquisadores e comerciantes da região central no âmbito da regulamentação da Lei Complementar 229/2021, que institui o programa Reviver Centro, aposta da prefeitura do Rio para revitalizar a região central da capital fluminense. 

Uma das iniciativas do Reviver é a criação de Distritos do Conhecimento, que funcionam como um ecossistema dinâmico, para que a função residencial do Centro da cidade tenha sinergia com as atividades econômicas, na intenção de promover uso e ocupação de edificações e unidades comerciais com tais atividades.  

De acordo com Carlos Augusto Carneiro, representante do projeto, a instalação de um distrito de inovação na região central exigiria investimentos de R$ 1 bilhão com possibilidade de faturamento de R$ 2 bilhões em 2024, e chance de gerar 20 mil empregos diretos e 50 mil empregos indiretos. 

 “Estamos diante da chance única de transformar a nossa cidade. Mas precisamos de uma nova onda de investimentos e da sinergia entre estado, academia e iniciativa privada para reverter esse cenário de degradação acelerada”, concluiu.

Projeto quer trazer carioca de volta às ruas

Washington Fajardo, secretário municipal de Planejamento Urbano, explicou que as iniciativas no âmbito do Reviver Centro estabelecem a criação de um Distrito de Inovação na região da Praça Tiradentes. 

“O Reviver Centro vai oferecer subsídios para que atores privados e institucionais possam formar ‘hubs de inovação’, que abriguem indústrias da cultura, setor criativo, design, tecnologia e ciência da computação. Territórios de inovação é uma necessidade urgente na nossa cidade. E o poder público tem grande capacidade de fomentar esse processo junto com a iniciativa privada”, destacou.

Caio Ramalho, da Fundação Getúlio Vargas, destacou que é fundamental combinar a atuação governamental de qualidade com o capital investidor, as corporações e o setor acadêmico, destacando como exemplo a região do Vale do Silício: 

“Precisamos inovar por meio de pessoas qualificadas, e é esse o papel da academia nesse ecossistema. Capacitar as pessoas e reciclar o conhecimento dos negócios tradicionais”.

Para Eduardo Melo, do SEBRAE, o projeto é fundamental para cumprir o objetivo de trazer a população de volta às ruas do Centro. 

 “Precisamos atrair as empresas sim, mas, sobretudo, precisamos ter novamente os cariocas de volta às ruas. Não são só as empresas modernas, as empresas tradicionais também buscam inovação e devem fazer parte desse processo de retomada da região”, avaliou.

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