Após mudar recentemente o nome da sua empresa para “Meta”, Mark Zuckerberg anunciou  agora uma série de novos valores corporativos durante um evento interno online na última terça-feira (15).

O movimento representa uma tentativa de a empresa remediar a relação com seus funcionários, que, em muitas ocasiões, já demonstraram insatisfação com algumas práticas da companhia, ocasionando algumas crises de relações públicas e até jurídicas para a Meta.

Uma das frases enfatizadas durante a reunião foi o mantra “Meta. Metamates. Me”. Isso significa que os funcionários devem priorizar primeiramente a empresa (Meta); em seguida, a sua equipe (metamates); e, por fim, o próprio indivíduo (Me). 

A expressão é uma referência a uma frase naval utilizada pelo Instagram: “Ship, Shipmates, Self”. Ela ainda reflete o esforço da empresa em criar uma nova identidade após uma série de controvérsias acumuladas durante anos e que vêm prejudicando a sua reputação. 

Zuckerberg ainda anunciou que alguns dos novos valores corporativos da empresa seriam “Viver no futuro” (“Live in the future”), “Ser direto e respeitar os colegas”, “Construir coisas incríveis”, entre outros.

Das redes sociais para o metaverso

Em uma publicação compartilhada em sua própria página no Facebook, Zuckerberg afirmou que a Meta não é mais uma empresa primariamente de redes sociais, mas uma “companhia do metaverso que está construindo o futuro das conexões sociais”.

A intenção de mudar o foco da empresa já havia se tornado evidente com o anúncio do novo nome “Meta”. Desde então, diversas iniciativas vêm ilustrando essa transição, como é o caso do próprio evento de terça-feira, que foi transmitido pela primeira vez no Horizon Venues, plataforma de realidade virtual do Facebook

A Meta não é mais uma empresa primariamente de redes sociais, mas uma “companhia do metaverso que está construindo o futuro das conexões sociais”.

Esse formato inédito é uma maneira de a empresa demonstrar que os eventos e reuniões corporativos podem ocorrer com o uso da realidade virtual, utilizando suas próprias conferências internas para realizar testes.

A companhia de Zuckerberg também passou a encorajar engenheiros do Instagram e Facebook a se aplicarem para vagas nos departamentos de realidade artificial e metaverso. Além disso, a empresa já contratou milhares de novos profissionais que antes trabalhavam para concorrentes, como a Apple, para atuar na área. 

Crise de reputação

As novidades desta semana representam a primeira vez desde 2007 que a empresa anuncia mudanças em suas políticas e valores internos. O movimento pode ser encarado ainda como uma resposta ao incidente envolvendo Frances Haugen.

No ano passado, a ex-funcionária vazou milhares de documentos de pesquisas internas que provavam que a companhia estava ciente dos impactos negativos das suas plataformas. Na época, Haugen acusou a Meta de priorizar os lucros às custas da segurança de seus usuários. 

Atualmente, os mais de 71 mil funcionários da empresa utilizam a plataforma corporativa Workplace para se comunicarem entre si. Além das questões relacionadas ao trabalho diário, o espaço também é utilizado para debater outros assuntos, como política e até mesmo estudos sobre os impactos da companhia na sociedade.

Haugen, por exemplo, havia utilizado o Workplace para divulgar os documentos vazados. Desde o incidente, a Meta vem tentando limitar algumas conversas por meio de estratégias como fechar grupos ou instruir a equipe de comunicação a alertar os funcionários que publicarem conteúdos classificados como “desrespeitosos”.

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