É seguro dizer que a sociedade já está acostumada com a presença da rede mundial de computadores no dia a dia. Por meio de suas intermináveis conexões, é possível realizar atividades em nosso cotidiano sem sair de casa, como fazer compras, realizar transações bancárias, comunicar-se e interagir com outras pessoas ao redor do mundo.

Essas atividades já estão tão enraizadas que muitas vezes nem percebemos que a realidade era bem distinta há pouco mais de 30 anos atrás. Com isso, é comum que algumas perguntas como “quem criou a internet” ou “o que é a internet” surjam.

Afinal,a história de como foi criada, quem pensou nela e por quais motivos não são comumente contadas. Muitas pessoas, inclusive, não conseguem nem mesmo se lembrar de quando a internet passou a desempenhar um papel tão expressivo em suas vidas. 

É por essa razão que vamos explicar brevemente um pouco sobre a internet, seus componentes e responder perguntas como “quem criou a internet?”, para que seja possível compreender um pouco mais sobre essa valiosa ferramenta que tanto nos auxilia em nossas tarefas diárias.

Logo, confira o conteúdo que preparamos para você:

Boa leitura, e vamos lá!

Quem criou a internet?

Essa não é uma pergunta possível de ser respondida. O motivo para isso é que a criação da internet foi um processo descontínuo e gradual, que aconteceu devido a contribuição de diversas entidades e personalidades

Em cada momento, algo novo era inventado que auxiliou na evolução da rede mundial até que ela se tornasse a internet que conhecemos hoje. Desse modo, não é possível apontar um nome apenas de uma pessoa que decidiu inventar a internet como ela é. 

Assim, vamos conhecer melhor a internet e entender como se deu sua criação e quem foram as pessoas que contribuíram para a criação desta revolucionária tecnologia. 

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Afinal, o que é a internet?

Em linhas bastante gerais, a internet é a maior e mais famosa forma de interligar uma rede de computadores ao redor do mundo. Em sua essência, ela é o canal que interliga todas as máquinas, consoles e dispositivos endpoint, permitindo assim uma troca de informação entre elas.

Para entendermos melhor, podemos pensar na antiga brincadeira do telefone de lata, em que duas latas metálicas eram interligadas por um fio que transmite a vibração da fala de um lado para o outro. Assim, era possível se comunicar a distância, ouvindo o que a outra pessoa dizia dentro da lata. Nessa comparação, o fio faz o papel da internet, que é capaz de transmitir uma informação de um ponto final a outro. No entanto, para essa representação ser mais fidedigna, teríamos que adicionar infinitas latas interconectadas pelo mesmo fio. 

Atualmente, já temos quase 60% da população mundial em contato com a internet, como pessoas usuárias ativas. Normalmente, ela é acessada por um portal conhecido como navegador, onde é possível visualizar seu conteúdo. 

Um dos maiores erros em relação à definição da internet é que frequentemente ela é confundida com a WWW, ou World Wide Web, quando na realidade esta é apenas mais uma das aplicações utilizadas no funcionamento da internet, como os e-mails, mecanismos de busca, entre outros. 

Os primórdios da internet

É importante adicionar, antes de começarmos a explorar as rotas tomadas para o surgimento da internet, que sua ideia não era exatamente nova. Décadas antes das primeiras pessoas construírem as primeiras redes que um dia se tornariam a internet, pessoas intelectuais já teorizavam acerca de um espaço semelhante a ela.

Nikola Tesla, por exemplo, famoso cientista, sonhava com a ideia de um dia conseguir criar um sistema sem fio que levaria informação ao mundo todo. Outras pessoas pensadoras conceberam a ideia de um sistema de armazenamento de documentos e livros que fosse mecânico e fácil de ser acessado. 

Foi somente na década de 60 que a inspiração para a criação de uma rede global surgiu por meio dos trabalhos teóricos do cientista da computação J.C.R Licklider, que popularizaram o conceito em si. Logo após, a área da tecnologia foi capaz de conceber o conceito de comutação de pacotes, que permitiria a criação da estrutura da internet. 

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O que era a Arpanet?

Para compreender a criação e evolução da internet, devemos começar com a ARPANET. 

ARPA é uma sigla para Advanced Research Projects Agency — em português, Agência de Pesquisa em Projetos Avançados —, uma entidade militar de defesa dos Estados Unidos da América criada para promover a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia disruptiva durante a Guerra Fria contra a União Soviética. 

Inspirados pelas ideias de Licklider, tal agência resolveu unir o melhor de dois mundos: utilizar esse conceito de uma rede de transmissão rápida e eficaz de informação como uma vantagem em conflitos militares e recursos de defesa. Em 1969, então, surge o ARPANET, um grande computador que era interligado a mainframes — enormes computadores — que estavam localizados em diversos pontos do país, como universidades e agências governamentais

Dessa forma, podemos afirmar com segurança que esse projeto inicial é o ponto de origem do que um dia se tornaria a internet. Ela só não poderia ser chamada desse jeito ainda pois tinha um enorme defeito: os computadores eram grandes, pesados e fixos. Isso significa que, se você quisesse utilizá-los, você deveria ir até um dos pontos em que eles estivessem localizados. 

Isso fez com que essa rede fosse pouco utilizada para fins militares, afinal, essas grandes máquinas não poderiam ser carregadas até zonas de conflito e certamente as pessoas que batalhavam na linha de frente não conseguiriam acesso a essas informações. Assim, seu uso se tornou mais efetivo para o meio acadêmico do que para o militar. 

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O surgimento do TCP/IP!

Com a ARPANET, as entidades de defesa dos Estados Unidos estavam com dois grandes problemas para resolver. Primeiro: eles precisariam de uma rede que não dependesse de fios e que percorresse longas distâncias para transmitir pacotes de dados via rádio ou satélite. Segundo: essas redes sem fio precisariam se conectar com o ARPANET para que ele conseguisse transmitir as informações necessárias para as zonas de conflito. Essa relação, segundo as pessoas cientistas, ficou conhecida como “internetworking”. 

O maior obstáculo desse “internetworking” era fazer com que os diferentes tipos de rede conseguissem compreender as informações e conversarem entre si. Analogamente, era como se cada uma delas falasse uma língua diferente e tentasse se comunicar com as outras. 

Foi por isso que em 1974 dois pesquisadores que trabalhavam na ARPA, Robert Kahn e Vint Cerf, surgiram com um projeto para a criação de um protocolo, um conjunto de regras de comunicação entre sistemas. Eles abraçaram a difícil tarefa de criar uma espécie de “língua comum” entre os diferentes sistemas que fosse ao mesmo tempo segura e flexível para abarcar todas as formas de transmissão de informação possíveis. Ainda, tais regras deveriam ser atemporais, mantendo-se soberanas até mesmo sob o cenário do surgimento de novas tecnologias

Apesar da tarefa parecer impossível, após dois anos de muitas tentativas e erros, pacotes de informação provindos de uma rede de rádio conseguiram passar por uma transformação e virar pulsos elétricos nos fios do ARPANET, mudando sua forma de transmissão mas mantendo o mesmo conteúdo. Foi assim que eles conseguiram definir um protocolo padrão para como a informação deveria ser empacotada, endereçada, transmitida, roteada e recebida, passando de um ponto final a outro. 

Vint Cerf e Bob Kahn

Esse protocolo ficou conhecido como TCP/IP, e ele é utilizado na internet e em todas as redes de computadores. Foi essa padronização que permitiu que a troca de informações pudesse ser possível de ser realizada entre quaisquer partes do mundo.

Com isso, dia primeiro de Janeiro de 1983 pode ser considerado o nascimento da internet que conhecemos como hoje, a partir da adoção dessa tecnologia efetivamente pela ARPA no ARPANET. Afinal, todas as redes estariam começando a falar a mesma língua e a se interconectar.  

A criação do World Wide Web (WWW)

Com esse novo recurso de enviar e receber informações proposto pelo protocolo TCP/IP, em 1985 a internet já era uma realidade e estava sendo utilizada por uma ampla comunidade de pessoas pesquisadoras e desenvolvedoras. Modelos iniciais do correio eletrônico já circulavam entre diferentes comunidades e por meio de diferentes sistemas. Com isso, informações passaram a ser compartilhadas com mais frequência. 

Porém, surgiu uma questão: como automatizar essa troca de informações para que seja possível acessá-las de maneira mais rápida e eficiente? Foi assim que o cientista britânico Tim Berners-Lee desenvolveu a World Wide Web, em 1989. Ela pode ser definida como uma aplicação que oferecia uma interface mais simples e amigável para quem utilizava a internet. Por meio dela, era possível acessar um documento e outro por meio de links. 

Em 1994, ele criou o W3C, World Wide Web Consortium, que é uma organização que oficializa os padrões da Web. No entanto, como a Web é uma aplicação aberta, a organização não pode de fato obrigar ninguém a seguir suas recomendações. 

A criação dos primeiros navegadores!

Imagem que retrata primeiro navegador, respondendo a pergunta de quem criou a internet
A primeira forma de acessar a Web foi em 1990, o navegador WorldWideWeb.

O primeiro navegador também foi a aplicação de nome WorldWideWeb, criada por Tim Berners-Lee. Afinal, a Web era o único jeito de conseguir navegar pela internet por meio de hiperlinks naquele momento. Para diferenciar, o browser foi renomeado Nexus, para que não houvesse confusão com o conceito abstrato da WWW que havia sido criado. 

A partir disso, diversos outros navegadores foram criados, incluindo o famoso Internet Explorer, da Microsoft, em 1995. 

Onde fica a internet?

Outra pergunta bastante pertinente — que pode parecer até mesmo um pouco infantil, mas faz bastante sentido — é “onde fica a internet?”. Afinal, ela pode até mesmo parecer algo mágico, por conta das conexões sem fio e da possibilidade de estar conectado com lugares geograficamente muito distantes. No entanto, a estrutura da internet é algo bem definido e pode ser dividida em três partes principais. Confira:

  1. Centro de processamento de dados
Centro de processamento de dados

Os centros de processamento de dados, ou Data Centers, são grandes salas ou galpões espalhados ao redor do mundo que servem como abrigo para inúmeros computadores robustos. Esses computadores cumprem o papel de servidores, isto é, um sistema equipado para receber, armazenar, processar e distribuir informação e dados de diversas aplicações e pessoas usuárias. Eles recebem e autorizam o acesso a conteúdo que está armazenado. 

Por exemplo, quando acessamos o Google, estamos solicitando um acesso ao servidor dele. Caso haja resposta e a solicitação seja atendida, a página será carregada em nossos navegadores. 

Juntos, os centros de processamento de dados formam um grande espaço de armazenamento de toda a informação que está contida na internet. Cada grande serviço disponível, como Amazon, Google, Microsoft, possui o seu. Normalmente, são construídos em áreas mais afastadas, por conta do intenso uso de energia elétrica para mantê-los ativados constantemente. 

A mesma empresa pode ter mais de um data center espalhados em diferentes regiões geográficas por motivos de segurança. Caso uma apresente alguma falha, haverá outras mais distantes que podem suprir a ausência. 

  1. A “espinha dorsal”

É aqui em que a mágica acontece. Toda a informação contida nos data centers são transmitidos por cabos, normalmente de fibra óptica, para lugares próximos às maiores cidades de cada localização. Esses lugares são conhecidos como Ponto de Troca de Tráfego. 

Geralmente, quando você faz um pedido online ou está esperando por uma carta, você pode já ter percebido que a encomenda não vai diretamente para sua casa. Ela primeiro precisa ir para um centro de distribuição regional, onde será organizada e distribuída. Uma espécie de “intermediadora”.

O Ponto de Troca de Tráfego funciona da mesma forma. Ela é um ponto de interconexão de diversas redes provindas de Data Centers, permitindo acesso a provedores de rede. 

  1. O último quilômetro

Em inglês, “The last mile” ou “última milha”, representa a rota final do acesso à internet. É aqui que as diversas empresas mais “comerciais” que conhecemos por aí pegam o acesso a internet, levando-as até nossas residências ou empresas. Essa parte também inclui torres de distribuição de sinal para internet móvel.   

Quem é o dono da internet?

Essa é uma questão complexa. Em tese, ninguém é dono ou dona da internet, e nenhuma organização controla a internet por completo. Afinal a internet é um conceito abstrato, formado pela ágil troca de informações entre sistemas diferentes.

No entanto, há algumas organizações que possuem papéis mais expressivos na regulamentação, como as que providenciam endereços de IP, domínios, provedores de internet, etc. A grande diferença é que elas estão regulamentando e, muitas vezes, cobrando por um serviço na internet, e não pela internet em si. 

Quando pagamos a conta de internet ao final do mês, na realidade, estamos pagando por um serviço de uma empresa em trazer a internet de um dos pontos de troca de tráfego até nossa residência, por exemplo. 

Linha do tempo da evolução da internet!

Vamos conferir agora alguns dos principais marcos da história da evolução da internet! Confira:

1958: Criação do Modem

A invenção do Modem pela Bell Labs permitiu preparar o terreno para a chegada da internet. O motivo para isso é que o aparelho é capaz de converter sinal digital em pulsos elétricos e vice e versa, o que possibilita a comunicação entre máquinas. 

1966: Início do projeto ARPANET

Iniciou-se o desenvolvimento do computador que começaria a história da internet

1969: Primeira troca de pacote de dados

O primeiro pacote de dados é enviado por meio de uma rede de computadores na Universidade da Califórnia em Los Angeles. 

1974: O termo “internetworking” ou “Internet” é criado

Vint Cerf e Robert Kahn publicaram um trabalho especificando a utilização do TCP e cunham o termo “internet”. 

1988: Primeiro Ponto de Troca de Tráfego criado

O primeiro ponto de troca de tráfego é criado, conectando-se diretamente à rede TCP federal dos Estados Unidos da América, conectando-se a outras redes comerciais e não comerciais. 

1989: Criação da WWW

Tim Berners-Lee publica pela primeira vez seu trabalho acerca do desenvolvimento da World Wide Web, aplicação que conecta e organiza informações em páginas e hiperlinks. 

1991: WWW Pública

A internet se tornou pública pela primeira vez na história. 

1996: Explosão do e-mail

Nessa época, já havia mais e-mails sendo enviados do que cartas via correio tradicional. 

Qual a diferença entre internet e World Wide Web?

Como já explicamos em tópicos anteriores, a internet é essa rede abstrata que interliga computadores no mundo todo, permitindo uma troca de informações rápida entre um ponto e outro. 

Já a World Wide Web é uma aplicação utilizada para a internet com o intuito de promover acesso, facilitar seu uso e organizar suas informações em páginas que podem ser acessadas por meio de links. Ela utiliza um protocolo que ficou conhecido como HTTP, que, por meio de navegadores, permite o acesso a conteúdos hospedados em outros servidores. 

Qual o futuro da internet?

Muito se teoriza acerca de qual será o próximo grande marco que definirá a evolução da internet. No momento, a grande aposta está no metaverso. Esse novo conceito reúne todas as maiores tendências que ditam o uso da internet na contemporaneidade, como compras, redes sociais, tecnologia financeira, etc., revolucionando a experiência de imersão. 

O metaverso é, portanto, essa junção de experiências físicas e virtuais com o auxílio de equipamentos de realidade aumentada, tornando possível a criação de ambientes totalmente virtuais, como se fosse uma nova realidade. A presença de seres humanos nesse ambiente será por meio de avatares. 

O projeto já está sendo levado tão a sério que diversas empresas estão fazendo massivos investimentos em pesquisa e desenvolvimento dessa área, inclusive a Meta, empresa de Mark Zuckerberg que abarca Instagram, Whatsapp e Facebook. Para ela, o metaverso é o próximo grande passo da humanidade. 

Neste artigo, discutimos algumas possíveis perguntas que todas as pessoas que não estão diretamente envolvidas em uma carreira de tecnologia com foco na infraestrutura poderiam fazer, como “quem criou a internet?” e “onde fica a internet?”. Por meio da resposta dessas perguntas, conhecemos um pouco da história dessa ferramenta tão presente em nossas vidas e descobrimos que ninguém exclusivamente a criou e que não há nenhuma organização ou pessoa que possa ser considerada dona da internet. 

O que achou desse texto? Você pode aprender mais, agora sobre o conceito de internet das coisas, não perca!

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