A empresa francesa Wandercraft anunciou uma nova versão do Atalante, sua solução robótica que consiste em um exoesqueleto e que agora promete oferecer movimentos mais naturais a pessoas paraplégicas e outros pacientes durante exercícios de reabilitação.
Outras duas novidades relacionadas ao dispositivo foram apresentadas esta semana. A primeira delas é o fato de a companhia ter recebido o certificado Medical Device Regulation (MDR) na Europa, o que vai permitir que pacientes e profissionais de saúde utilizem o exoesqueleto de forma mais ampla.
A segunda refere-se aos investimentos adicionais que a Wandercraft recebeu e que podem aproximar a empresa do seu objetivo de disponibilizar exoesqueletos robóticos de uso pessoal.
Estes dispositivos são uma espécie de “robôs vestíveis”, adaptados a cada usuário, e que são desenvolvidos com o propósito de auxiliar em tratamentos de reabilitação para restaurar a mobilidade de pacientes.
Novos recursos e melhorias
O Atlante já é a segunda geração de exoesqueleto criado pela Wandercraft, trazendo um design mais avançado e novos recursos em relação ao modelo original. Ele traz um controle remoto e um novo aplicativo que permite que fisioterapeutas e seus pacientes definam movimentos e programas de exercícios.
O dispositivo é alimentado com dois conjuntos de baterias removíveis que possibilitam o seu uso contínuo. Uma das vantagens desse novo modelo é que ele é muito menor e mais confortável para os pacientes.
Esses benefícios adicionais são resultado de um novo hardware, alguns ajustes na forma do exoesqueleto e um software mais inteligente. A versão mais recente é capaz de se equilibrar por conta própria, facilitando o controle por parte dos pacientes e dos fisioterapeutas.
Outras melhorias também simplificaram o processo de colocar e retirar o dispositivo, enquanto que o recurso “Wander Balance” promete uma “verticalização” mais fácil, auxiliando o paciente a ficar em pé.
O Atlante gera movimentos otimizados e ajustáveis automaticamente de acordo com a morfologia de cada pacientes, sendo possível personalizar os exercícios nas configurações do dispositivo.
A lista de novos recursos inclui o “RealGait”, que permite ajustar a velocidade da caminhada; “CustomGait”, para alterações no ritmo, comprimento dos passos e centro de massa; e o “ActiveGait”, em que os usuários podem mudar o esforço de assistência de 0% a 100%.
Este último recurso também inclui o “EarlyGait”, que permite ajustar as configurações de forma adequada para os primeiros passos de um paciente, podendo ser utilizado em conjunto com o “RealGait” no início do tratamento.
Investimentos e planos futuros
As novidades mencionadas acima indicam que a Wandercraft reformulou uma série de coisas em sua solução robótica. O fato de ele ser mais confortável, por exemplo, permite que os pacientes possam caminhar mais durante as sessões, o que se traduz em mais benefícios de reabilitação.
Essas melhorias foram proporcionadas por uma grande quantidade de sensores e software capazes de realizar ajustes enquanto o dispositivo está sendo utilizado. O “senso de equilíbrio” do exoesqueleto permite uma série de padrões de caminhada possíveis.
Por enquanto, o dispositivo ainda fica preso ao teto durante as sessões e é controlado por um fisioterapeuta por questões de segurança. No entanto, a expectativa é que um dia a empresa ofereça uma versão que seja independente dessa assistência.
O objetivo final da Wandercraft é criar um exoesqueleto pessoal que possa ser utilizado na própria casa dos pacientes e nas ruas. Para auxiliar nessa missão, a empresa acaba de receber um investimento de US$ 45 milhões e planeja levar o Atlante aos Estados Unidos.