No começo de 2020, empresas ao redor do globo precisaram se adequar ao “novo normal” pandêmico, colocando seus funcionários em um modelo de trabalho home-office – aos que tinham essa opção.
Com a recuperação da população vacinada, questionou-se muito a respeito de uma alternativa equilibrada, o tal modelo de trabalho híbrido. Ele nada mais é que a divisão de um ambiente de trabalho, ora em escritório, ora em modelo home-office (ou espaço co-working, em alguns casos).
Agora, com a ampliação da vacina, não trata-se somente de uma “transição” de modelo, mas uma formalização do trabalho híbrido para a rotina de muitos profissionais. Porém, será que isso seguirá até o ano que vem?
O início da popularização
Não demorou a começarmos a ver uma resposta positiva, por uma série de razões. Uma pesquisa da Universidade de Stanford publicada em junho do ano passado, semanas após o lockdown nos EUA, mostra que mais da metade dos trabalhadores americanos queriam apostar em um modelo misto de trabalho em casa e no escritório.
No Reino Unido, estimava-se que a aprovação do trabalho híbrido duplicaria, passando de 18% para 37% na pós-pandemia. Por conta disso, o país poderia começar a empregar 4 milhões de pessoas, dentre milhões de pais, deficientes físicos e centenas de milhares de afastados do escritório por outros motivos.
Se comparado ao trabalho de 2019, dezenas de pesquisas pelo mundo constataram resultados positivos. Uma delas, por exemplo, mostra que a produtividade ao longo de 2020 só melhorou, mês a mês. Os funcionários também tendiam a iniciar a jornada de trabalho mais cedo e terminar mais tarde, algo que levou ao questionamento da saúde mental dentro de casa.
Mundo pós-pandêmico
Na Europa, o trabalho híbrido tem funcionado muito bem. Dentre as companhias que compõem a lista de Melhores Empresas de 2021, a suíça Adecco se destaca por apoiar o modelo híbrido (em #9 na lista), de forma pública.
A Adecco inclusive dá dicas “para inspirar outros locais de trabalho com recomendações” de frequência de dias por semana, metas de produtividade e dicas de bem-estar, como indica uma publicação.
Ninguém menos que a Adobe (a mesma do Photoshop e do leitor de PDF) se pronunciou também, em apoio ao trabalho híbrido: “Mudamos nossa abordagem de bem-estar para nos alinharmos com nossa estratégia de retorno ao trabalho pós-pandemia, que é flexível e híbrida” colocando o ambiente digital em primeiro lugar.
Recentemente, 2 mil trabalhadores foram entrevistados pela Great Place to Work, empresa global de pesquisa, dos quais 77,7% já adotaram a rotina híbrida, 12,7% estarão totalmente remotos e 9,6% devem frequentar a empresa diariamente, como conta a Forbes.
Em outra publicação da Forbes (EUA), há cerca de três meses, vemos que isso pode ter bons resultados daqui em diante, podendo melhorar a performance e produtividade dos funcionários, bem como a lucratividade da empresa. Há ainda uma estimativa curiosa, provando que trabalhadores remotos podem economizar 11 mil dólares por ano das empresas.
Em suma, ao que mostram pesquisas práticas e a satisfação (e lucro) de empresas, tudo tende a mirar em um cenário que apoie o modelo de trabalho híbrido. Um próximo passo às companhias será atualizar suas próprias políticas para abraçar isto.
Pensando a longo prazo, temos a resposta mais objetiva à questão-título deste texto. Segundo uma especialista chinesa em conversa com a Microsoft, dentro de uma década teremos a supremacia do trabalho híbrido, com uma divisão de 60/40 para atividades em escritório/trabalho home-office. Afinal, o que antes era questão de tempo, agora é nossa realidade.