A Microsoft apontou a Rússia como responsável por 58% dos ataques hackers patrocinados por Estados em 2020. No ano passado, agências de governo e centros de estudos nos EUA foram os principais alvos de ataques, seguidos por Ucrânia, Reino Unido e países-membros da Otan.
O efetivo ataque contra a SolarWinds, que demorou a ser detectado e afetou, principalmente, as empresas de tecnologia da informação, incluindo a Microsoft, aumentou a taxa de êxito dos hackers respaldados pelo Estado russo em 32% até 30 de junho deste ano, em comparação com os 21% dos 12 meses anteriores.
O documento cita ainda os ataques de ransomware – tipo de malware que sequestra o computador da vítima e cobra um valor em dinheiro pelo resgate – como uma praga grave e crescente, com os EUA como o país mais afetado, com mais do triplo dos ataques.
No ransomware, o objetivo principal é o dinheiro. A motivação dos ataques hackers é outra. Respaldados por um Estado, buscam principalmente furtar dados de inteligência, seja para a segurança nacional ou para uma vantagem comercial ou estratégica.
Coréia do Norte é a segunda maior responsável por ataques
O relatório da Microsoft trabalha em colaboração com as agências do governo americano e não aborda os ataques cibernéticos contra os Estados Unidos.
“Geralmente, os ataques hackers de um Estado têm uma taxa de êxito entre 10% e 20%”, afirmou Cristn Goodwin, que dirige a Unidade de Segurança Digital da Microsoft.
Entre os anos de 2019 e 2020, as tentativas de cyberataques russos aumentaram de 52% para 58%, segundo o “serviço de notificação dos Estados”, que a Microsoft usa para alertar seus clientes sobre as tentativas mundiais de invasão cibernética.
Até junho de 2021, a Coreia do Norte ocupou o segundo lugar como país de origem de ataques, com 23%, um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao relatório anterior.
A China caiu de 12% para 8%. Somente 4% de todos os ataques de hackers respaldados por Estados detectados pela Microsoft tinham como alvo a infraestrutura crítica, ou seja, ativos e serviços públicos ou privados, que são essenciais para o funcionamento da sociedade e da economia.