Experiências em realidade virtual são somente parte do que promete o metaverso da Meta. Junto ao visual, o áudio espacial é outro pilar importante para transportar interessados em novos ambientes sociais. Como conta o CEO Mark Zuckerberg em publicação no blog da empresa, uma “noção realista de onde vem o som faz você sentir que realmente está lá.”

Neste caso, as dimensões diferentes (e a acústica da sala) te ajudam a acreditar no que está vendo. Em publicação recente do Engadget, vemos que o setor AI and Reality Lab, da Meta, agora colabora com pesquisadores da The University of Texas at Austin (universidade localizada no Texas/EUA) para desenvolver “tarefas de compreensão” de áudio open code. Isso ajudará desenvolvedores a criar experiências de realidade virtual e aumentada mais imersivas.

Entendendo os protótipos

Imagem fictícia de um homem e uma mulher em um escritório no metaverso. O homem está sentado tomando café e a mulher está andando ao fundo.
As dimensões diferentes (e a acústica da sala) te ajudam a acreditar no que está vendo.

Um dos modelos criados pela Meta é o Visual Acoustic Matching, ou Correspondência Visual Acústica, em tradução livre. Ele é capaz de adaptar um clipe de áudio a qualquer ambiente, usando uma única imagem do espaço.

Mesmo que modelos anteriores tenham conseguido recriar a acústica de uma sala com sucesso, era necessário alimentar a plataforma com o layout do ambiente em questão. Para isso, era necessário informar a geometria e as propriedades dos materiais, ou uma amostra de áudio gravada naquele espaço. Agora, basta apenas uma foto.

Já o modelo de “Des-reverberação visualmente informada”, é capaz de eliminar o eco quando se toca um instrumento em espaços abertos. Quem estiver ouvindo perceberá apenas um violino, por exemplo, não a reverberação dele reverberando nas superfícies do espaço.

E o “Voz Visual” faz o mesmo, mas aplicado em vozes: ele aprende a separar o som da voz dos ruídos externos. A Meta prevê que este modelo específico dê um bom trabalho nas aplicações de machine learning, especialmente quando trata-se de melhorar a acessibilidade. 

Segundo a empresa, os protótipos conseguem “aprender a correspondência acústica com vídeos da internet”, ainda que eles sejam acusticamente incompatíveis. “Um caso de usos futuros que temos interesse ​​envolve reviver memórias passadas”, diz Zuckerberg no blog, apostando em fantasias lúdicas por vir. Ele prossegue:

“Imagine poder colocar um par de óculos de realidade aumentada e ver um objeto, com a opção de reproduzir uma memória associada a ele. Como pegar um tutu e ver um holograma do recital de balé do seu filho(a). O áudio elimina a reverberação e faz com que a memória soe exatamente como no momento da sua experiência, sentado naquele lugar da plateia.”

O futuro do áudio espacial

O áudio espacial, como é classificado o recurso, nada mais é que a distribuição de áudio em ambiente tridimensional. Os efeitos sonoros conseguem manipular o som “enganando” nossa percepção, distribuindo-os em alto-falantes – sejam eles estéreo (esquerda e direita), som surround (como home theaters) ou fones de ouvido. 

A Strategy Analytics Inc., empresa de pesquisa de mercado, estimou que o metaverso deve crescer majoritariamente nestas três frentes: AR, VR e XR, ou  realidade aumentada, virtual e estendida, respectivamente.

De acordo com The Korea Economic Daily, o som acaba sendo crucial para contribuir no quão real o mundo virtual parece ser. No ano passado, a Apple Music trouxe mais de 75 milhões de arquivos de áudio (sem perda de qualidade) e começou a suportar o áudio espacial – suportada por outras plataformas populares de multimídia, como Amazon e Netflix.

“Vislumbramos um futuro em que as pessoas possam colocar óculos de realidade aumentada e reviver uma memória holográfica que irá parecer e soar exatamente da maneira que eles no seu ponto de vista”, observa Zuckerberg, lembrando também que estes protótipos estão em estágio de desenvolvimento e ainda devem demorar para chegar ao público. Porém, não será uma grande surpresa se a próxima versão da linha Oculus Quest já tiver a tecnologia, em um futuro próximo.

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