O Facebook anunciou nesta quinta-feira (28) novidades sobre seu ambiente virtual metaverso durante o evento Facebook Connect 2021.
Ao final do encontro, o presidente-executivo Mark Zuckerberg dedicou cerca de 15 minutos para anunciar a maior novidade dos últimos tempos: O Facebook Inc. mudou de nome. Agora, a empresa, também dona do Instagram e do WhatsApp, vai se chamar Meta.
O nome Facebook não abrange tudo o que a empresa faz, defendeu Zuckerberg. “No momento, nossa marca está intimamente ligada a um produto só. Mas, com o tempo, espero que sejamos vistos como uma empresa de metaverso.
O metaverso é um espaço 3D com vários níveis de imersão. Para os executivos da rede social, o novo ambiente digital é o futuro da internet — e ninguém vai precisar entrar no Facebook para acessar os novos produtos.
Facebook vai intestir pesado no metaverso
Os resultados financeiros do Facebook mostram que a companhia pretende investir pesado no chamado “metaverso”.
David Wehner, o diretor financeiro da companhia, disse que o investimento para bancar o metaverso será tão grande que o lucro operacional da companhia deve ser aproximadamente US$ 10 bilhões menor em 2021, de acordo com a Reuters.
A unidade que está à frente da criação do metaverso é a Facebook Reality Labs, a unidade de realidade virtual da empresa. O Facebook já anunciou que vai contratar cerca de 10 mil empregados na Europa ao longo dos próximos cinco anos para trabalhar na criação do metaverso.
Com isso, o Facebook Reality Labs passará a aparecer em relatórios financeiros da companhia como uma unidade separada do Facebook, o que mostra a relevância que a unidade ganhou.
“Metaverso” é um termo amplo, que basicamente faz referência a mundos virtuais que podem ser acessado por meio de realidade virtual ou realidade aumentada. No metaverso, ativos e “terrenos” virtuais podem ser comprados usando dinheiro real ou criptomoedas, explica a Reuters.
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, adiantou a analistas financeiros que a iniciativa não deve gerar lucro tão cedo, mas é o futuro para a companhia. “Mas basicamente nós acreditamos que o metaverso será o sucessor da internet móvel”, Zuckerberg disse a investidores, em uma teleconferência de resultados há algumas semanas.
O anúncio, que fez as ações do Facebook subirem, vem em um momento turbulento para a companhia, que está sofrendo críticas por conta de documentos vazados mostrando o efeito que o Instagram – do qual o Facebook é dono – tem na saúde mental de adolescentes, e também como a rede social pode ser utilizada para espalhar fake news.
A intenção é que a unidade de realidade virtual seja considerada uma parte separada do Facebook, numa estratégia de distanciamento em relação às polêmicas que têm envolvido a companhia nos últimos tempos. O Facebook recentemente demitiu um programador que estudava formas de limitar o vício das pessoas à rede social.
O Facebook Reality Labs já é o responsável pelo Oculus Quest, um headset de realidade virtual. O equipamento, que será essencial para “navegar” no metaverso, deve em breve ter uma nova versão anunciada. Nesta semana a empresa terá um evento para divulgar as novidades que possui no campo de realidade virtual e aumentada.
No fim das contas, a estratégia da companhia a longo-prazo é realizar um grande rebranding para escapar das críticas que tem recebido, reduzindo sua dependência dos lucros com publicidade na rede social e abraçando o metaverso. “O objetivo é deixar as limitações das mídias sociais e refazer o Facebook – inclusive com um novo nome – em uma companhia do metaverso, focada em experiências imersivas que capturem sua atenção de uma forma mais precisa do que um laptop ou smartphone jamais conseguiria”, escreveu a Quartz, uma publicação especializada em tecnologia.