O Open Banking, novo ecossistema que permite que o cliente compartilhe dados bancários de um banco para outra instituição financeira, começou a funcionar no Brasil em agosto deste ano. Implementado pelo Banco Central (BC), ele determina que os bancos disponibilizem informações sobre as contas individuais de pessoas físicas. As instituições poderão compartilhar dados cadastrais, além de dados sobre crédito, previdência, seguros e investimentos. De acordo com o Banco Central, nenhum outro país do mundo tem uma abrangência tão diversificada quanto essa em compartilhamento de dados financeiros.

As informações, no entanto, só serão divididas se autorizadas pelos clientes, que devem definir quais dados querem compartilhar, com quais instituições e o prazo deste compartilhamento. Os dados sobre crédito que os bancos podem compartilhar foram definidos em detalhes pelo BC. Confira quais são eles:

  • Limite: informações do cartão, informações sobre o limite do cartão, limite total, limite utilizado, limite disponível, limite por tipo de crédito.
  • Transações: identificação de transação, valor da transação, datas, identificação do estabelecimento.
  • Faturas: bandeira do cartão, informações da fatura, encargos e formas de pagamento.

O objetivo do Open Banking é facilitar o comparativo entre as instituições financeiras e fomentar a disputa pelos clientes, na intenção de aumentar a oferta de benefícios. De acordo com o Banco Central, a iniciativa fará com que os bancos ofereçam condições melhores a respeito dos preços de produtos e serviços para consumidores que sejam bons pagadores, por exemplo. 

Além disso, as instituições poderão fazer ofertas de acordo com o perfil de cada cliente. O compartilhamento das informações será, no máximo, de 12 meses e é preciso um novo aceite para que os dados voltem a ser compartilhados.“Acreditamos que o Open Banking vai gerar novos modelos de negócios ao longo do tempo e intensificar a concorrência”, destacou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

O novo sistema está em funcionamento desde o dia 13 de agosto. Desde então, os dados pessoais, endereço e renda dos clientes já podem ser divididos com outras instituições. A partir do dia 29 de outubro vai ser possível fazer pagamentos através do Pix, usando o open banking, que permite que as transações sejam feitas por aplicativos de compras ou de mensagens. A partir de 15 de dezembro, será possível compartilhar dados de serviços, como operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta. 

O que dizem os consumidores

Uma pesquisa divulgada pela Ipsos/TecBan traçou a expectativa dos brasileiros em relação à entrada do Open Banking no sistema financeiro. Os entrevistados, em sua maioria, afirmaram que desejam benefícios claros para consumidores e a segurança de seus dados. A respeito do que esperam de aplicativos financeiros no futuro, 57% responderam que esperam que eles tenham proteção contra fraudes. 

Metade dos participantes afirmou que espera que mais aplicativos permitam o pagamento de contas, enquanto 48% afirmaram que gostariam que mais apps possibilitassem pagamento de comidas ou transporte público. Entre as expectativas mais citadas também estão a oferta de descontos com base em hábitos de compras (47%) e ferramentas para gestão de finanças pessoais (43%). 

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