O GitLab é uma plataforma que promove a colaboração entre desenvolvedores e tem atraído cada vez mais a atenção de investidores. Na última quinta-feira (14), a empresa foi avaliada em US$ 14,9 bilhões.
Esse valor representa um salto de 35% acima do preço de oferta pública inicial (IPO) em sua estreia na Nasdaq. As ações da empresa abriram a US$ 94,25 e fecharam a US$ 103,89, enquanto que durante o IPO, o valor era de US$ 77 por ação.
Na época do IPO, o GitLab havia mencionado que a expectativa era vender as ações por algo entre US$ 66 e US$ 69 cada. No entanto, o valor acabou sendo maior, e a avaliação mais recente reflete o crescimento acelerado que a plataforma vem apresentando.
Em janeiro deste ano, que marcou o fim do ano fiscal da empresa, sua receita foi de US$ 152,2 milhões, sendo que no ano anterior, esse número foi de US$ 81,2 milhões. Já o lucro bruto da empresa cresceu 86%, chegando a US$ 133,7 milhões, enquanto que os prejuízos operacionais também aumentaram 67%, totalizando US$ 213,9 milhões.
Após a aquisição do GitHub pela Microsoft em 2018 por US$ 7,5 bilhões, o GitLab permaneceu como a única grande plataforma independente no mercado e continua crescendo a um ritmo acelerado.
O que é o GitLab
Fundado em 2012, o GitLab oferece uma plataforma DevOps que permite aos desenvolvedores criar, testar, implantar e monitorar seu código. Os usuários podem utilizar a ferramenta em qualquer nuvem pública, em seu próprio data center ou como um serviço hospedado no próprio GitLab.
Além da versão gratuita, a empresa conta com produtos premium, que são a fonte de receita da companhia. Por uma assinatura mensal de US$ 19, por exemplo, o usuário tem acessos a ferramentas voltadas a empresas e avaliações de código mais rápidas.
Já a mensalidade de US$ 99 oferece recursos de segurança e compliance. Ainda de acordo com o GitLab, cerca de 383 usuários gastam um valor mínimo de US$ 100 mil anuais na plataforma.
A empresa afirma que seu sucesso depende, em parte, da sua habilidade de converter usuários dos serviços gratuitos em assinantes. Aparentemente, isso não tem se mostrado um problema até o momento.
Segundo dados do próprio GitLab, a sua taxa de retenção de receita líquida disparou 152% em julho deste ano. Esse é um indicador essencial para empresas de software que trabalham com modelos de assinaturas, visto que isso reflete o chamado “customer success”, que é basicamente o nível de satisfação do cliente com um produto ou serviço.
As diferenças entre GitLab e GitHub
Tanto o GitLab como o GitHub são amplamente utilizados por desenvolvedores, tornando as duas plataformas concorrentes entre si. Como os nomes indicam, ambas são focadas no sistema Git de código aberto.
Uma das primeiras diferenças entre as duas empresas é que o GitHub agora faz parte da Microsoft, enquanto que o GitLab permanece como uma companhia independente. Apesar do GitHub ser mais popular, o GitLab vem ganhando cada vez mais espaço no mercado.
A principal característica que distingue os dois serviços é o fato de que o GitLab oferece uma plataforma DevOps completa, enquanto que o GitHub conta com muito mais integrações e aplicativos.
Em termos de custos aos usuários, os projetos de código aberto podem ter acesso gratuito a recursos premium no GitLab, enquanto que, para os projetos comerciais, o plano do GitHub é mais barato.