Enquanto a demanda por profissionais de Tecnologia da Informação (TI) está em crescimento acelerado no Brasil, a capacitação de profissionais para a área caminha na contramão.
Segundo o Ranking de Competitividade Digital, do Centro de Competitividade Mundial do Instituto IMD, há três fatores principais quando o assunto é TI: Tecnologia, Prontidão Futura e Conhecimento.
O último fator aborda também o quesito Talento e, dentro dele, segundo um estudo realizado pelo IMD, o Brasil está na penúltima posição entre 64 países. O país ocupa um lugar melhor em Treinamento e Educação (58º) e mais próximo da liderança em Concentração Científica (21º).
A abordagem do IMD mede o Talento a partir de três frentes: investimento e desenvolvimento de recursos destinados à educação, atração e retenção de talentos locais e qualidades das habilidades e competências disponíveis.
O baixo desempenho do Brasil não é novidade. Desde o início do relatório de competitividade digital, o país se configura entre os cinco últimos anos colocados no subfator talento.
O resultado negativo, de acordo com o estudo, é fruto da ausência de habilidades digitais e tecnológicas na educação básica, a baixa percepção do empresariado sobre estratégias de gestão das cidades que apoiem o desenvolvimento de negócios e baixa atratividade de capital humano.
O desafio de reter talentos
A adoção de novas tecnologias ainda é um desafio para o país. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) contempla o desenvolvimento de habilidades atreladas a elas, mas a implementação efetiva desses recursos está distante.
De acordo com um levantamento realizado em junho de 2021 pela Fundação Lemann, apenas 3,2% das escolas brasileiras possuem acesso à internet em padrão internacional, ou seja, com velocidade adequada.
A retenção de talentos em território nacional também é um desafio. O relatório de competitividade global do IMB 2021 posiciona o Brasil na 44ª posição no quesito “fuga de cérebros”.
Segundo a Fundação Dom Cabral, que colaborou com o estudo no País, isso mostra que profissionais qualificados estão preferindo ofertas de trabalho no exterior, seja por melhores condições de trabalho, qualidade de vida, ou empregabilidade.