No mês de agosto, ataques de hackers às redes de estabelecimentos importantes do Brasil ganharam destaque nos sites de notícias e na televisão

Primeiro, no dia 13, a rede interna da Secretaria do Tesouro Nacional, do ministério da Economia, foi alvo de um ataque cibernético realizado por um ransomware, um tipo de vírus que impede o acesso às informações armazenadas em um dispositivo. 

No dia 19, o e-commerce das Lojas Renner saiu do ar, depois do sistema da companhia ser alvo de um ataque cibernético. Além da página da varejista do ramo de vestuário, os sites das lojas Camicado e Ashua, que pertencem ao mesmo grupo da Renner, também ficaram indisponíveis. 

Três dias depois, em 22 de agosto, um grupo de invasores entrou em uma cerimônia virtual promovida pela Associação Religiosa Israelita 9ARI) para homenagear a ex-diretora da escola Eliezer Max, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os criminosos postaram na página do evento online mensagens de ódio aos judeus e vídeos pornográficos.

Os três episódios ganharam destaque por terem atingido páginas de relevância nacional, mas estão longe de serem isolados. De acordo com a Kaspersky, empresa de cibersegurança, a cada minuto 1.395 tentativas de ataques cibernéticos acontecem no Brasil. O número é uma medida das 481 milhões de tentativas de invasão registradas pela empresa nos oito primeiros meses de 2021. A taxa aumentou 23% em relação aos oito primeiros meses de 2020.  O relatório divulgado pela companhia leva em conta os 20 malwares mais populares no cenário nacional.

O Brasil é líder em quantidade de tentativas de infecção por softwares nocivos na América Latina, mas outros mercados viram seus índices crescerem no mesmo período. O líder dessa tendência foi o Equador (75%), seguido pelo Peru (71%), Panamá (60%), Guatemala (43%) e Venezuela (29%).

Pirataria contribui para crescimento de ataques

De acordo com a Kaspersky, a pirataria, muito presente no continente, impulsiona o crescimento do crime na região.

“Quando analisamos os bloqueios realizados por nossas tecnologias, identificamos famílias de malware que nos permitem dizer que os internautas latino-americanos procuram as ameaças, pois são disseminadas por meio da pirataria de programas”, afirmou Dmitry Bestuzhev, diretor da Equipe de Pesquisa e Análise da empresa na América Latina.

É comum que os vírus estejam disfarçados de outros arquivos, tanto em sites de pirataria quanto em páginas comuns. É o famoso “cavalo de troia”, nome dado a um malware que finge ser o que não é.

Os vírus se disfarçam dos mais diversos documentos, desde PDFs até vídeos. Com isso, os cibercriminosos conseguem roubar dados das vítimas, inclusive bancários, sem precisar efetivamente infectar o dispositivo.

“O interessante destes ataques web é que não há infecção no computador da vítima. O código malicioso está presente na loja online ou banco, e ele efetuará o roubo enquanto o visitante digita suas informações”, alerta Dmitry.

Para evitar infecções por malwares, é importante estar atento aos cliques que você faz online, sempre prezando por sites e aplicativos de confiança, e manter um bom antivírus instalado e atualizado em todos os dispositivos, incluindo aparelhos de celulares.  

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