A empresa Snap Inc, proprietária do Snapchat, anunciou nesta quarta-feira (15) a contratação da primeira chefe global de cibersegurança da plataforma. A iniciativa representa o movimento mais recente da companhia em resposta à pressão que vem sofrendo por parte de reguladores e legisladores. 

Quem assume o cargo é Jacqueline Beauchere, que acumula 20 anos de experiência na Microsoft, inclusive como chefe de segurança online na gigante de tecnologia. Ao integrar a equipe da Snap, sua responsabilidade será representar os esforços de segurança da empresa a agentes da lei e parceiros, além de orientar novas políticas e iniciativas.

Em uma declaração, a vice-presidente de políticas globais da Snap, Jen Stout, afirmou que a empresa está comprometida a entender melhor como o público jovem utiliza seus produtos e trabalhar as questões de cibersegurança na plataforma. 

Ainda de acordo com Stout, essas iniciativas serão cada vez mais importantes à medida que a Snap aprofunda seu foco em realidade aumentada e no futuro da computação.

Snapchat na mira da lei

Questões envolvendo a cibersegurança de crianças não são um assunto novo no mundo da tecnologia. Legisladores e defensores da causa já vêm alertando para as ameaças dessas plataformas online há anos. As preocupações vão desde impactos na saúde mental desse público até casos de bullying e exploração sexual infantil

Para piorar o cenário, grandes empresas de tecnologia agora estão apostando em dispositivos inteligentes e tecnologias de realidade aumentada. Isso traz desafios de segurança e privacidade ainda maiores.

Além de produtos desse tipo levantarem discussões sobre a invasão do espaço pessoal entre indivíduos, eles também reforçam a preocupação em relação ao tratamento de dados coletados por esses dispositivos.

A própria Snap, por exemplo, lançou ainda este ano seus óculos de realidade aumentada. Batizado de Spectacles, o produto não está disponível para venda. De acordo com o site, ele foi desenvolvido apenas para criadores, e eles devem ser aprovados pela empresa para experimentarem a novidade. 

Quando comparado a outras plataformas, o Snapchat não conta com muitos mecanismos para promover conteúdos virais. No entanto, a principal preocupação é em relação à sua base de usuários, que inclui crianças entre 9 e 12 anos de idades, segundo um relatório da organização Thorn.

A Snap afirma já estar desenvolvendo tecnologias mais proativas para prevenir que menores de 13 anos consigam se cadastrar no aplicativo. Além disso, a empresa vai aprimorar as ferramentas de denúncia no app e adicionar mais recursos de segurança no Snap Map, que permite que os usuários compartilhem sua localização. 

Como empresas de tecnologia tentam lidar com público jovem

Com uma pressão cada vez maior em relação à cibersegurança de jovens, as empresas de tecnologia estão apostando em diferentes abordagens para proteger seu público. O YouTube, por exemplo, já conta com uma versão específica da plataforma para crianças desde 2015.

O Facebook tentou seguir a mesma estratégia com o Instagram, mas seus planos de lançar um aplicativo para crianças foi fortemente criticado por legisladores nos Estados Unidos. 

Somando-se a isso, o The Wall Street Journal obteve um relatório interno do Facebook que mostra que a empresa estava ciente dos impactos negativos do Instagram na saúde mental de adolescentes. Ainda assim, a companhia apresentou esforços mínimos para resolver a questão e ainda tentou minimizá-las diante do público. 

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