Você acha que tem uma senha criativa? E se descobrisse que pelo menos 1 milhão de brasileiros ainda usam a nada engenhosa “123456”? Pois o site NordPass, mesmo grupo do popular VPN, listou as 200 senhas mais comuns ao redor do mundo, estas responsáveis em grande parte por vazamento de dados e invasões de contas.
Para realizar a pesquisa houve a compilação de especialistas em incidentes de cibersegurança, avaliando uma base de dados de 4TB em uma amostra de 50 países. Eles também indicam o tempo médio calculado para decifrar cada uma.
As 200 senhas podem ser conferidas no próprio site deles, com filtros aplicados ao país que você quiser. Abaixo, as 15 primeiras da lista brasileira:
Senha | Tempo para decifrar | Vezes que foi usada |
123456 | <1 segundo | 1,003,925 |
123456789 | <1 segundo | 326,815 |
Brasil | <1 segundo | 154,075 |
12345 | <1 segundo | 143,513 |
102030 | <1 segundo | 106,217 |
senha | <1 segundo | 103,500 |
12345678 | <1 segundo | 85,937 |
1234 | <1 segundo | 85,158 |
10203 | <1 segundo | 62,649 |
123123 | <1 segundo | 54,441 |
123 | <1 segundo | 51,725 |
1234567 | <1 segundo | 49,286 |
654321 | <1 segundo | 45,459 |
1234567890 | <1 segundo | 42,703 |
gabriel | 5 segundos | 42,532 |
Uma das disparidades que mais espanta é a frequência de “123456” (1 milhão) para “1234566” (menos de 50 mil). Nomes próprios são supostamente os mais complexos de serem decifrados por máquina, mas basta conhecer o nome de namorado(a), mãe/pai e o pet da “vítima” em questão. Assim, isso provavelmente fica bem fácil de ser descoberto por mãos humanas.
Damos destaque para as aleatoriedades, como “Flamengo” (32 mil, em 3 horas), “felicidade” (30 mil, em 12 dias), “1q2w3e4r” (22 mil, <1 segundo) e “jesuscristo” (14 mil, em 4 meses).
A recordista, ao que indica a lista, é “estantevirtual”, que deve ser usada como login no e-commerce homônimo. Ela é utilizada por 5 mil brasileiros e, pasme, demoraria séculos para ser decifrada – a não ser que você tente propositalmente hackear uma conta da Estante Virtual e comprar livros no nome de outra pessoa, claro.
Em comparativo por gênero, à parte dos números óbvios que encabeçam a lista, temos “felicidade”, “gabriel” e “sucesso” como alguns dos primeiros para mulheres e “Brasil”, “flamengo” e também “gabriel” para homens. Para ambos os gêneros, “password”, “xxx” e nomes ligados à religião também se destacaram.
De acordo com uma publicação no site da revista Exame, parte do frequente nome se explica: Gabriel é o nono pais popular em 2020. Pelo censo de 2010, o IBGE registra que havia 900 mil indivíduos chamados Gabriel.
Por incrível que pareça a julgar pelas senhas, o Brasil foi um dos que teve menor taxa de vazamento per capita, com impressionantes 125 milhões. Os EUA, por outro lado, teve quase 1,7 bilhões (ou seja, uma média de 5 senhas vazadas para cada habitante americano).