Hoje (09) três drones marítimos foram lançados no estado americano de Rhode Island, com plano de viajar ao longo da Corrente do Golfo pelos continentes. Eles farão a coleta de dados em condições climáticas desafiadoras para navios tradicionais, com tripulações humanas.

Os drones são da Saildrone, empresa californiana que também fabrica veículos autônomos. Eles estarão nas águas congelantes do oceano Atlântico por seis meses, sendo movidos via energia eólica e solar. O trabalho principal é medir a qualidade climática, criando assim um mapeamento dos oceanos. As informações então serão compartilhadas com cientistas ao redor do globo.

Como resultado, serão reunidas informações para melhorar a previsão do tempo (de médio e longo prazo), medindo a nossa pegada de carbono: em outras palavras, quanto dióxido de carbono produzido pelo homem é absorvida pela corrente do Golfo.

A missão é liderada por cientistas da Universidade de Rhode Island e do Centro Europeu de Previsões do Tempo de Médio Prazo, sendo fundados por uma doação de US$ 1 milhão do braço filantrópico da Google, o Google.org.

Do ponto de vista tecnológico, o uso sustentável das energias renováveis é benéfica ao clima também. Tais drones marítimos podem fugir do que estamos acostumados ao pensar no termo “drone” (e suas proporções e hélices futuristas), mas há suas similaridades.

Pelo site do Saildrone podemos entender melhor como eles funcionam: para melhor segurança marítima, eles possuem um sistema acústico e de câmera que, combinado com machine learning, “se funde aos dados do sensor para fornecer informações significativamente expandidas”, fazendo decisões 24 horas por dia, 7 dias por semana. As imagens dos veículos autônomos então serão enviadas via satélite para cientistas, com o monitoramento total do trio.

Modelo de drone urilizado.
O Explorer será utilizado nesta missão, mas há outros dois modelos autônomos da Saildrone (Reprodução/Saildrone)

O modelo Explorer possui 7 metros de largura, com média de propulsão de 3 nós, sendo feito para durar mais de um ano (365 dias estimados pela Saildrone) navegando em alto mar. Há também outros dois veículos à parte dos que serão utilizados na missão: o Voyager e o Surveyor, com 10 e 22 metros de extensão, respectivamente.

Segundo Susan Ryan, vice-presidente da Saildrone, coletar dados ao longo da Corrente do Golfo é extremamente desafiador no inverno por causa das fortes correntes e tempestades, informa o ABC News.

Já Philip Browne, cientista pesquisador do Centro Europeu, disse que a Corrente também tem um grande impacto nas previsões do tempo e do clima. Ele ainda afirma que a equipe está ansiosa para usar os drones na “coleta de dados da região física e cientificamente desafiadora”. 

“Nesse curto período, coletamos tantas medições de CO2 oceânicas na Corrente do Golfo para o mês de fevereiro quanto já haviam sido registradas em toda a história da oceanografia”, diz Jaime Palter, cientista de carbono da Universidade de Rhode Island e também co-investigador principal da missão.

Os barcos autônomos já estão na ativa há tempos, com projetos e testes paralelos. Um deles foi capturado em vídeo pelo Saildrone Explorer SD 1045, direcionado ao olho do furacão Sam, no oceano Atlântico, há poucos meses:

 O Sam é de categoria 4, o que significa que o SD 1045 precisou enfrentar ondas de 15 metros de altura e ventos de quase 200 km/h para coletar (e filmar!) dados para análise de cientistas. Este é um dos primeiros registros em tamanha qualidade de imagem e precisão metereológica de furacões da categoria 4, visto que seu poder destrutivo impede a aproximação de humanos.

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