Na noite de segunda-feira (4), o Facebook explicou em uma publicação em seu blog que a queda dos seus serviços foi causada por uma falha de configuração em seus roteadores, que também afetou aplicativos como WhatsApp, Instagram e Messenger.

Segundo o comunicado, a falha ainda impactou os sistemas e ferramentas internas da empresa, impedindo que os funcionários acessassem os servidores ou diagnosticassem o problema para resolvê-lo com rapidez. 

Os primeiros relatos sobre a queda dos serviços teve início por volta das 13h (horário de Brasília). Mais de seis horas depois, em torno das 20h, os aplicativos começaram a retornar lentamente, ainda sem explicações por parte da empresa. 

Redes sociais como Instagram, Facebook e Messenger.

Algumas horas depois, no entanto, a empresa publicou em seu blog um pedido de desculpas e uma breve explicação da causa dessa queda tão prolongada. 

Falha de configuração

Embora não forneça muitos detalhes, o Facebook diz em seu post que o problema foi causado por uma falha de configuração. A equipe de engenharia da empresa identificou que a comunicação entre os data centers da companhia havia sido interrompida devido a alterações nas configurações dos roteadores que coordenam esse tráfego de rede.

Ainda de acordo com a publicação, “essa interrupção no tráfego de rede teve um efeito cascata na maneira como nossos data centers se comunicam, interrompendo nossos serviços”. 

Os próprios funcionários não conseguiam acessar ferramentas e sistemas internos, forçando o Facebook a enviar uma equipe para seu data center em Santa Clara para realizar um reset manual dos servidores, segundo relatos. 

Aparentemente, o incidente teve início a partir de uma atualização de BGP (Border Gateway Protocol), que é basicamente o sistema utilizado por redes para encontrar o caminho mais rápido para enviar dados a outra rede. 

É como se, com essa atualização, o Facebook tivesse eliminado as rotas até o seu serviço, ficando isolado da internet. Devido à forma como a rede da empresa está estruturada, isso acabou impactando outros serviços também.

O Facebook não forneceu qualquer informação sobre quem teria sido responsável por essa mudança nas configurações e se isso estava planejado ou não. Ainda assim, a empresa descarta a possibilidade de um ataque hacker.

Além de reforçar que o problema foi resultado de uma falha, o Facebook garante que não há evidências de que os dados de usuários foram comprometidos como resultado dessa queda nos serviços.

Os impactos da queda do Facebook

O incidente de segunda-feira representou a maior queda já registrada pelo Downdetector, uma plataforma de monitoramento da web. Durante as quase seis horas em que os serviços ficaram fora do ar, as ações do Facebook caíram 4,9%.

Sem acesso às principais plataformas de comunicação, os usuários recorreram a alternativas como o Twitter, que registrou uma atividade acima da média. Um dos maiores prejuízos para o Facebook, no entanto, foi em relação aos seus clientes corporativos.

De acordo com estimativas, a empresa perdeu cerca de US$ 545 mil em receita publicitária por hora durante o período em que seus serviços ficaram offline. O próprio Mark Zuckerberg perdeu quase US$ 6 bilhões com a queda das ações de sua companhia.

Para piorar, o incidente ocorreu um dia após uma ex-funcionária conceder uma entrevista denunciando que o Facebook prioriza o lucro ao adotar algoritmos que promovem discurso de ódio, violência e desinformação.

A proximidade dos acontecimentos resultou em teorias de que eles estariam de alguma forma interligados. No entanto, as evidências até agora indicam apenas uma falha interna comum, como explica o Facebook.

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