Já imaginou trabalhar em meio a uma paisagem deslumbrante de montanhas, falésias e mar? A Ilha da Madeira, em Portugal, se tornou, recentemente, a sede da primeira ilha de nômades digitais da Europa. Chamada de Digital Nomad Village, a iniciativa é liderada pela Startup Madeira e recebe apoio financeiro do governo regional.

O espaço oferece estações de trabalho – mesas, cadeiras e internet – gratuitas. O suporte público inicial foi de 30 mil euros e a expectativa é que o negócio gere uma receita de 20 milhões de euros por ano na ilha.

O projeto começou em plena pandemia da Covid-19, mas em um evento online realizado em setembro de 2020. Três meses depois, em novembro, já estava no ar o site do Digital Nomad Village, com 300 inscritos para ficarem na ilha de fevereiro a junho de 2021, nas cerca de 200 casas preparadas para receber os nômades.

“Os madeirenses querem viver em comunidade e estão acostumados com turistas. É ‘cool’ viver na madeira. É uma via de mão dupla”, diz o Secretário Regional da Economia, Rui Barreto.

A ideia de transformar a Ilha da Madeira em um paraíso para nômades digitais surgiu do trabalho final da faculdade de Gonçalo Hall, o consultor da vila, que apresentou a ideia ao governo da Madeira.

“Agora, vamos multiplicar o formato em outros locais da ilha. O trabalho remoto vai ser o novo normal em muitas empresas. As pessoas agora podem escolher onde querem estar”, afirma.

Acostumada a receber turistas do mundo todo, a Madeira agora recebe profissionais com perfis bem diferentes. A maioria das pessoas que escolhem a ilha como local de trabalho têm idade entre 20 e 58 anos e atuam em diversas áreas, desde fundadores de startups até CEOs de empresas, passando por advogados, designers, agentes de viagens, professores, jornalistas, tradutores, economistas e outros.

Nômades digitais não viajam com frequência

Segundo pesquisas feitas pela Welance em 2016, 44% dos nômades disseram que ficam de um a três meses no mesmo lugar. Por outro lado, 9% responderam que visitam mais de dez países ou cidades diferentes no período de um ano.

“Eles querem fazer contatos com outros empresários, querem unir o trabalho ao lazer e viver em comunidade. Por isso, incluímos várias programações, como yoga, mergulho, crossfit, passeios de barco, montanhismo, encontros de negócios”, explica Carlos Lopes, presidente da Startup Madeira.

Como ir trabalhar na ilha da Madeira?

Para garantir uma vaga na vila, é preciso preencher um formulário de inscrição no site e aguardar a reposta dos organizadores.  É importante ter passaporte europeu ou um visto especial para nômades digitais. Os brasileiros sem visto de nômade digital ainda não têm entrada permitida na União Europeia.

Para obter um visto de nômade digital, os candidatos devem comprovar que são, de fato, trabalhadores remotos e que podem se sustentar financeiramente durante todo o período da permanência no exterior. Isso pode ser feito por meio da apresentação de extratos e recibos bancários. O custo com moradia de um apartamento de dois quartos custa, em média, 1.000 euros. 

 Como funciona o visto de nômade digital?

Cada país que emite vistos para nômades digitais tem suas próprias políticas e regulamentações em vigor. Alguns permitem que os cidadãos elegíveis se candidatem online e outros exigem que as pessoas apresentem a candidatura pessoalmente em uma embaixada ou consulado.

A recomendação é que os trabalhadores remotos entrem em contato com as autoridades do país que desejam visitar para verificar os requisitos do visto para nômades digitais e o processo de candidatura.

O candidato ao visto de nômade digital precisará de um passaporte válido e elegível e comprovação de ganhos estáveis remotamente. Muitos países com vistos para nômades digitais também exigem o pagamento de uma taxa para candidatura. Os viajantes sempre devem checar se será necessária documentação adicional, como seguro com assistência médica e certificado de vacina.

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