Cerca de um em cada dez adultos no mundo apresenta diabetes tipo 2, sendo que alguns desses pacientes requerem tratamentos complexos e que podem ser auxiliados pela inteligência artificial, de acordo com um novo estudo conduzido pela Hitachi, Ltd., University of Utah Health e Regenstrief Institute, Inc

Com o intuito de controlar os níveis de glicose no sangue e evitar complicações graves, como perda de visão e danos aos rins, uma parcela da população diabética necessita de múltiplos medicamentos. O problema é que os médicos ainda dependem de informações limitadas para auxiliá-los a decidir a melhor combinação de remédios.

Para que as decisões sejam mais precisas e baseadas em evidências, a melhor solução é estudar um elevado número de pacientes de forma a desenvolver os princípios gerais que poderão guiar os profissionais de saúde. 

O primeiro passo, portanto, é combinar dados de pacientes de diferentes instituições de saúde, o que exige um conhecimento aprofundado em inteligência artificial e ampla experiência no desenvolvimento de modelos de machine learning a partir de dados de saúde sensíveis e complexos.

Pensando nisso, os pesquisadores da Hitachi, Ltd., University of Utah Health e Regenstrief Institute, Inc. se uniram para criar um novo modelo de inteligência artificial que analisa os registros de saúde dos estados de Utah e Indiana, ambos nos Estados Unidos.

Tratamentos personalizados

A análise dos dados permitiu aos cientistas identificar padrões de tratamento para indivíduos com diabetes tipo 2 e que apresentavam características similares. Esses modelos também poderão ajudar a determinar um regime de medicamentos ideal para pacientes específicos. 

Os resultados do estudo foram detalhados em um artigo publicado na revista acadêmica Journal of Biomedical Informatics

A parceria entre a multinacional japonesa Hitachi e a University of Utah Health já acumula um histórico de alguns anos, durante os quais as duas instituições vêm trabalhando no desenvolvimento de um sistema de seleção de farmacoterapia para o tratamento de diabetes. 

Um dos maiores desafios tem sido o fato de que o sistema nem sempre é capaz de prever com precisão padrões de tratamento mais complexos e menos comuns, visto que ele não contava com dados suficientes para alimentá-lo.                                            

Pessoa medindo a diabetes.
A análise dos dados permitiu aos cientistas identificar padrões de tratamento para indivíduos com diabetes tipo 2.

Além disso, utilizar informações de fontes diferentes também pode ser complexo, mas é algo necessário para levar em conta as particularidades de cada paciente em diferentes regiões e os medicamentos receitados por instituições distintas.

Para solucionar essas questões, os pesquisadores recorreram ao Regenstrief Institute a fim de obter mais dados para o estudo. 

Eficácia acima dos 80%

De acordo com o artigo, o novo método de inteligência artificial mostrou-se capaz de agrupar os pacientes que apresentavam condições de saúde similares e, assim, analisar os padrões de tratamentos e seus resultados clínicos. 

A partir desse primeiro exame, o sistema consegue classificar um indivíduo específico, alocando-o no grupo adequado para, posteriormente, prever uma série de potenciais resultados para cada opção de tratamento. 

Os pesquisadores avaliaram a capacidade de previsão da tecnologia e concluíram que o algoritmo foi capaz de selecionar de forma eficaz os melhores medicamentos para mais de 83% dos pacientes, mesmo quando dois ou mais remédios precisavam ser combinados. 

Futuramente, a equipe de cientistas espera auxiliar os pacientes com diabetes e que requerem tratamentos complexos a verificar a eficácia de diferentes combinações de remédios para, assim, decidirem junto com seus médicos as estratégias terapêuticas mais adequadas.    

A expectativa é que isso promova um melhor gerenciamento da doença, além de aprimorar o engajamento e qualidade de vida dos pacientes.

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