O avanço da tecnologia pode provocar reações em cadeia que, muitas vezes, surgem como soluções para ameaças que surgem da própria inovação. A operadora Verizon investiu na criação de uma rede privada virtual (VPN) capaz de resistir a ataques quânticos.

A iniciativa surgiu por conta do risco que a chegada da computação quântica oferece à segurança das redes. Embora tenha a promessa de revolucionar a computação, a nova tecnologia pode facilitar ataques cibernéticos, uma vez que tem a capacidade de calcular meios de quebrar métodos de criptografia tradicionais.

A empresa realizou os primeiros testes nos seus laboratórios, que ficam em Londres, e em um centro operado pela companhia na cidade de Ashburn, nos Estados Unidos. A conexão entre os dois pontos foi realizada por meio de chaves de criptografia pós-quântica, capazes de resistir a ataques feitos por máquinas robustas.

O teste foi bem-sucedido e mostra a possibilidade de trocar com eficiência os protocolos de segurança atuais por outros preparados para resistir ao avanço tecnológico. O uso das VPNs serve para redirecionar o tráfego para servidores remotos específicos, garantindo a segurança e a criptografia de dados, o que garante que, mesmo que sejam interceptados, não poderão ser lidos sem a chave de criptografia.

Em preparação para o futuro

A Verizon, contudo, tem uma preocupação. Com o avanço da computação quântica, pode ser que as proteções atuais se tornem inúteis. Pesquisadores têm se dedicado a investir em novos chips de proteção e na distribuição de chaves pós-quânticas por satélites como um caminho para um futuro não tão distante.

“Muitas comunicações seguras dependem de algoritmos que já foram muito bem-sucedidos em oferecer chaves de criptografia segura durante décadas”, afirmou Venkata Josyula, diretor de tecnologia da Verizon.

“Mas há pesquisas o suficiente por aí dizendo que elas podem ser quebradas quando houver um computador quântico disponível com certa capacidade. Quando isso acontecer, você quer estar protegendo toda a sua infraestrutura VPN”, completa.

Josyula explica que, enquanto organizações como o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST) já estão investindo em algoritmos seguros, a Verizon não quis esperar por esses resultados.

“Pode levar 10 ou mesmo 20 anos, então queríamos tê-los prontos cedo para descobrir suas possíveis implicações”, conta ele.

A operadora já provou que algoritmos pós-quânticos podem ser adaptados a infraestrutura já existentes, o que facilita a implementação de soluções abrangentes que garantem que, mesmo que computadores quânticos demorem a se popularizar, não haverá brechas que permitam a decriptografia de conteúdos que passam por estruturas desprotegidas.

A Verizon ainda espera avançar nas pesquisas para descobrir soluções viáveis para questões como a entrega das chaves pós quânticas aos pontos de conexão do VPN, por exemplo, que ainda são feitas por métodos inseguros contra-ataques quânticos. A companhia segue realizando novos testes e buscando soluções que, futuramente, poderão ser aplicadas em toda a estrutura da empresa.

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