A falta de mão de obra qualificada na área de Tecnologia da Informação (TI) já é apontada como um dos grandes problemas das empresas de todo o Brasil. O país tem cerca de 200 mil postos de trabalho abertos e a expectativa é de que até 2024 a área necessitará de 420 mil profissionais, segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).
De olho nessa demanda, o Biopark, parque tecnológico que fica em Toledo, no Paraná, tem apostado na educação como diferencial competitivo e fomentado oportunidades gratuitas para a formação de profissionais de TI.
Entre os projetos conduzidos está o “Biopark Connect”. Inédito e gratuito, o curso começou no mês de agosto e teve uma seleção com mais de 1200 candidatos. Os 48 alunos selecionados ainda recebem uma bolsa de estudos de até R$ 1 mil mensais durante os seis meses de duração das aulas. A intenção é que, ao fim do curso, os participantes saiam empregados e possam atuar como programadores.
“É um curso muito denso, são 7 horas de aula por dia, ou seja, uma carga de 900 horas. O participante vai ter o conhecimento necessário para trabalhar na área de programação”, explica Victor Donaduzzi, diretor do Biopark Educação.
Já o “Do zero ao Um”, curso realizado em parceira com o Instituto Federal do Paraná (IFPR), oferece formação inicial na área de Programação de Sistemas a jovens de 14 a 18 anos. Os 20 melhores colocados de um total de 48 alunos selecionados recebem uma bolsa de R$ 300, enquanto os estudantes que ficaram entre 21º ao 48º lugar recebem um auxílio de R$ 200.
Biopark facilita ponte entre estudantes e companhias
Os cursos promovem a interação dos alunos com empresas da área de TI e na região, como a Maxicon Sistemas.
“A tecnologia é uma das ferramentas que permite a maior mobilidade social que a gente conhece. Os alunos que entraram aqui estão em um momento muito interessante e importante. Queremos ver esses jovens trabalhando nas empresas do Biopark”, destaca Anaide Holzbach, sócia fundadora da companhia.
![Jovens conversam ao redor de uma mesa](https://blog.betrybe.com/wp-content/uploads/2021/09/Cursos-conectam-alunos-a-empresas-1024x732.jpg)
Entre as companhias integrantes do Programa de Residência para Empresas do Biopark, cerca de 70% das vagas em aberto são para a área. O crescimento da modalidade de trabalho remoto também impulsionou a concorrência por profissionais do segmento.
“A pandemia exacerbou algumas coisas que muito se falava, mas de fato, pouco se via acontecer, como, por exemplo, o trabalho remoto. Com essa situação, a disputa pela mão de obra, que até então era regional, se tornou mundial. Hoje, o profissional pode trabalhar de sua casa recebendo em libra esterlina, euro ou dólar”, destaca Victor Donaduzzi.