O Google anunciou que vai manter o trabalho remoto e não vai mais exigir que seus funcionários nos Estados Unidos retornem aos escritórios no dia 10 de janeiro conforme havia sido planejado. A decisão foi anunciada em um e-mail interno enviado aos trabalhadores esta semana.
De acordo com o comunicado assinado por Chris Rackow, vice-presidente de segurança da empresa, o Google optou por aguardar até o início do próximo ano para avaliar quando será realmente seguro para os funcionários retornarem ao modelo de trabalho presencial, de forma estável e a longo prazo.
Isso significa que nenhum dos escritórios da companhia nos Estados Unidos vai adotar o trabalho híbrido na data planejada de 10 de janeiro, diz o e-mail. A expectativa era retomar a modalidade presencial três vezes por semana e manter o home office nos outros dias.
Esta não é a primeira vez que o Google adia a decisão. À medida que novas preocupações e incertezas relacionadas à pandemia de Covid-19 surgem, a empresa continua a alterar os seus planos, como ocorreu em agosto, quando foi anunciado que o retorno aos escritórios seria em janeiro de 2022 em vez de outubro deste ano.
Agora, o principal motivo para a alteração da data é a variante ômicron. Autoridades de saúde de diversos países já começaram a agir em resposta ao risco que a cepa recém-descoberta representa, fazendo com que as empresas também voltassem a questionar a necessidade de adotar o trabalho remoto em tempo integral novamente.
Variante Ômicron
Os estudos realizados até o momento indicam que a variante ômicron apresenta cerca de 50 mutações, sendo mais transmissível que as cepas anteriores. Uma das principais preocupações, inclusive, é a possibilidade de as vacinas atuais não serem eficazes contra essa nova linhagem do vírus.
Isso soma-se a outro problema enfrentado pelo Google. Ao anunciar que a vacinação contra Covid-19 seria mandatória a todos os funcionários, inclusive aqueles que continuassem com o trabalho remoto, uma pequena, mas crescente, parcela dos trabalhadores se mostrou resistente à medida.
No e-mail enviado esta semana, Rackow afirma que alguns escritórios específicos poderão decidir quando retomar a modalidade presencial. O nível de risco de cada local será avaliado com o auxílio das “Equipes de Resposta a Incidentes Locais” do Google, explica o comunicado.
Apesar da empresa não citar a variante ômicron no e-mail enviado aos funcionários nos EUA, é evidente que a decisão foi motivada por algum fator que impacta a empresa a nível global. O Google já havia anunciado que o retorno aos escritórios também seria adiado na Europa, Oriente Médio e África devido à nova variante e às restrições de viagem.
Trabalho híbrido
O comunicado enviado por Rackow reforça que as mudanças no cronograma da empresa ocorreram por questões de segurança e que, portanto, a empresa não vai exigir que os funcionários retornem ao trabalho presencial no dia 10 de janeiro.
Ainda assim, o e-mail diz que o Google encoraja os trabalhadores a continuarem indo ao escritório “quando as condições permitirem” para que eles possam se “reconectar com os colegas pessoalmente” e se acostumar a permanecer no ambiente de trabalho mais regularmente.
Segundo o comunicado, todos os funcionários terão direito a um período de 30 dias para realizar a transição para a modalidade de trabalho híbrido. Em 2022, afirma Rackow, a expectativa é que a implementação de modalidades mais flexíveis tragam novas oportunidades e desafios para a empresa.
Até o momento, o Google já abriu 90% dos seus escritórios nos Estados Unidos, sendo que cerca de 40% dos seus funcionários trabalharam presencialmente nas últimas semanas.