A Meta, dona do Facebook e Instagram, divulgou um relatório em que detalha como a empresa identificou e removeu seis redes que desrespeitavam as políticas de suas plataformas. As ameaças sinalizadas são classificadas em três tipos: Coordinated Inauthentic Behavior (CIB), Brigading e Mass Reporting. 

De acordo com a Meta, o relatório recente é o primeiro a reunir disrupções causadas por rede múltiplas devido a violações das políticas de segurança da empresa. O documento foi compartilhado com pares da indústria, pesquisadores independentes, legisladores e autoridades.

O objetivo é aprimorar, por meio de um esforço coletivo, as defesas das plataformas controladas pela empresa. Ao compartilhar o relatório, a Meta afirma que busca feedback de especialistas externos à medida que adota novas estratégias para combater essas disrupções. 

Estratégias para manipular discursos

A ação classificada pela Meta como “Brigading” refere-se ao trabalho em conjunto realizado por um grupo de pessoas para publicar comentários e posts em massa ou se engajar em outros tipos de comportamentos repetitivos em massa com o objetivo de perturbar ou silenciar outros usuários. 

No caso, a empresa diz que removeu uma rede de contas provenientes da Itália e da França que tinha como alvo assediar médicos, jornalistas e políticos. A atividade estava associada a um movimento antivacina chamado V_V, que já se envolveu em comportamentos violentos no ambiente online e offline. 

Já o “Mass Reporting” refere-se ao uso incorreto do próprio recurso disponível nas plataformas da empresa para realizar uma denúncia em massa de contas ou conteúdos com o objetivo de fazer com que eles sejam removidos.

Logo da empresa Meta.
De acordo com a Meta, o relatório recente é o primeiro a reunir disrupções causadas por rede múltiplas devido a violações das políticas de segurança da empresa.

A Meta identificou uma rede de contas do Vietnã que fazia falsas denúncias contra ativistas e outras pessoas que criticavam o governo publicamente. Segundo o relatório, as pessoas por trás disso utilizaram contas autênticas e duplicadas para submeter milhares de reclamações contra suas vítimas por meio das ferramentas de denúncia.

Por fim, a companhia detalha as ações classificadas como Coordinated Inauthentic Behavior (CIB), associadas a redes na Palestina, Polônia, Belarus e China. As motivações foram diferentes em cada país.

A rede palestina estava ligada ao grupo Hamas, enquanto que as da Polônia e Belarus buscavam exacerbar as tensões durante a crise humanitária nas fronteiras. As atividades provenientes da China, por sua vez, foram detalhadas em um relatório específico sobre CIB.

Perfil falso

A rede chinesa identificada pela Meta foi a que ganhou maior atenção da empresa devido à natureza da atividade promovida pelo grupo. Segundo o relatório, foi criado um perfil falso de um biólogo suíço chamado Wilson Edwards, que publicava conteúdos criticando os Estados Unidos e a Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Os comentários falsos chegaram a ser mencionados pela mídia estatal chinesa e por autoridades de alto escalão do país. No entanto, não foi encontrada qualquer evidência de que Wilson Edwards era uma pessoa real, o que levou a Meta a excluir a conta. 

Com o objetivo de fortalecer o combate a essas redes de desinformação, a empresa vai lançar uma nova ferramenta, por meio da plataforma CrowdTangle, para que pesquisadores possam acessar os dados sobre essas redes maliciosas e comparar as estratégias utilizadas por diferentes atores ao longo do tempo. 

Ainda de acordo com a empresa, será possível visualizar e analisar as operações de forma quantitativa e qualitativa com o novo recurso, sem a necessidade de verificar manualmente planilhas extensas ou pesquisar publicações arquivadas.

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