Após a Amazon anunciar o Astro na terça-feira (28), documentos internos foram vazados, revelando que o robô pode trazer riscos de cibersegurança. Uma das falhas está no sistema de reconhecimento do robô, que pode iniciar uma “atividade de investigação” caso identifique uma pessoa como sendo “estranha”

Durante o evento de terça-feira, a Amazon promoveu o Astro como um dispositivo de vigilância que monitora seu dono e todos que entram na casa. Inicialmente, ele será lançado nos Estados Unidos com um preço promocional de US$ 999.

Ao adquirir o produto, é necessário fazer uma espécie de cadastro dos rostos e vozes das pessoas que costumam frequentar a casa. Dessa forma, o robô pode aprender quem deveria estar na residência ou não. 

Os recursos de segurança do Astro são controlados pelo software Sentry, que possui integração com as câmeras Ring e o serviço de segurança doméstica da Amazon Alexa Guard.

Violação de privacidade

Os vazamentos, divulgados pelo Motherboard, incluem documentos e vídeos de reuniões internas sobre o desenvolvimento da tecnologia, revelando em detalhes como o robô funciona em diferentes situações.

Ao detectar alguma atividade incomum, como a presença de uma pessoa desconhecida, o som de vidro quebrando ou do alarme de incêndio, o Astro vai investigar a situação. Isso inclui até mesmo seguir um indivíduo não identificado pela casa. 

De acordo com os documentos, o software Sentry tentará identificar uma pessoa em 30 segundos. Após esse período, caso ela ainda seja considerada alguém desconhecido, o programa começará a seguir o indivíduo até que o Sentry Mode seja desativado. 

Caso o dono do dispositivo tenha desabilitado a função de investigar pessoas desconhecidas, o robô irá simplesmente ignorá-las. Já no Sentry Mode, além de seguir o indivíduo não identificado, o Astro pode gravar áudio e vídeo e fazer o upload automaticamente para que o usuário possa assistir posteriormente

As atividades de patrulha podem ser iniciadas e interrompidas por um aplicativo ou por comandos de voz enviados à Alexa. Quando o usuário não estiver em casa, também é possível definir o modo “Away” para que o robô realize a ronda periodicamente por conta própria. 

Enquanto isso, o usuário pode acompanhar o que ocorre dentro da casa pelos olhos do robô, que transmite em tempo real para um celular ou outro dispositivo. Caso seja necessário se comunicar com alguém que está na casa, também é possível realizar uma chamada de vídeo pelo Astro.

Astro pode ser um risco para os usuários / Imagem: Divulgação | Amazon

Falhas técnicas

Com base nos vazamentos, o Astro apresenta uma série de falhas técnicas, não apenas de cibersegurança. Segundo desenvolvedores que trabalharam no projeto, o robô não seria capaz de identificar uma escada e evitar alguns obstáculos, além de ser um dispositivo frágil, que, diante dessas circunstâncias, provavelmente quebraria facilmente

Em relação às habilidades de reconhecimento facial, o robô também não apresentou o desempenho esperado. Isso levanta ainda mais preocupações, visto que ele poderá seguir qualquer pessoa que considerar como sendo um estranho e violar sua privacidade ao iniciar “investigações”. 

Em resposta aos vazamentos, a Amazon garantiu que o Astro passou por “dezenas de milhares de horas de testes” de qualidade e segurança com participantes beta. Além disso, a empresa diz que realizou uma consultoria externa com uma especialista em algoritmos tendenciosos para evitar problemas com o recurso de reconhecimento facial. 

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