Os sites do governo russo estão enfrentando uma série de ataques cibernéticos, de acordo com a agência de notícias russa TASS. O veículo de comunicação afirma que as informações são do próprio governo e que já estão sendo implementados esforços técnicos para filtrar o tráfego web estrangeiro.
Em meio à guerra contra a Ucrânia, entidades do governo russo e empresas estatais tornaram-se alvo de ataques. Nas últimas semanas, sites como o do Kremlin, da companhia estatal de aviação Aeroflot e do banco Sberbank ficaram fora do ar ou tiveram problemas temporários.
O governo russo afirma que já está tomando medidas para lidar com a situação à medida que os ataques continuam a ocorrer. Em comparação com os incidentes anteriores, as ameaças se tornaram mais preocupantes para a Rússia.
Antes da guerra, o poder dos ciberataques atingiam 500 gigabytes nos momentos de pico; agora, esse número já chega a um terabyte. Isso significa que eles estão de duas a três vezes mais fortes do que a maioria dos incidentes reportados anteriormente, afirma o governo.
Investimentos no setor de tecnologia
Uma das estratégias adotadas pela Rússia à medida que ela se torna cada vez mais isolada do resto do mundo foi propor uma série de medidas com foco no setor de TI. Segundo o governo, se as empresas estrangeiras decidirem deixar o país, o mercado será rapidamente preenchido por companhias nacionais.
Assim, uma das iniciativas propostas é permitir que as empresas de tecnologia tenham acesso a impostos e condições de empréstimo preferenciais. O governo ainda sugeriu que as companhias de TI russas discutissem com as fornecedoras estrangeiras a possibilidade de uma transferência faseada de componentes de suporte técnico.
De acordo com a agência de notícias russa Interfax, alguns esboços de documentos do governo revelam a proposta de destinar 14 bilhões de rublos (cerca de US$ 134,3 milhões) às empresas de TI.
As medidas indicam que a estratégia adotada pela Rússia se aproxima de uma abordagem que busca fortalecer o mercado interno para tornar-se independente dos recursos e serviços de outros países, ciente de que o setor de cibersegurança será um dos atores principais durante o conflito com a Ucrânia.
Exército de TI
Após uma onda de ciberataques provenientes da Rússia, a Ucrânia decidiu formar um exército de voluntários para conter as ameaças do país vizinho e ainda derrubar o governo de Vladimir Putin.
Até o momento, o grupo já conta com mais de 300 mil pessoas, e os seus esforços já resultaram em sites do governo sendo derrubados. A iniciativa surgiu por parte do próprio governo, com o primeiro-ministro ucraniano anunciando no Twitter que o país estava formando um exército de TI.
Além dos apoios em forma de doações e ofertas de abrigo, a Ucrânia também tem recebido suporte no ambiente digital, com ativistas combatendo redes de desinformação sobre o conflito e hackers contribuindo com a disputa cibernética.
Apesar da mobilização mundial exercer um papel importante nas respostas às vítimas da guerra, especialistas em cibersegurança pontuam que os esforços para atingir a Rússia no ambiente digital podem gerar inconvenientes ao país, mas ainda não afetaram de forma significativa o seu poder militar durante as invasões.