Gerar muitas mudanças em documentos, códigos ou softwares pode criar confusões sobre qual versão seria a mais atualizada. Por isso, utilizar ferramentas de versionamento pode ser uma maneira organizada de administrar essas alterações e garantir que os arquivos possam ser recuperados em eventuais perdas ou problemas.

Este conceito da informática básica com certeza facilitará sua rotina! Por isso, neste artigo vamos abordar sobre as diferentes formas de versionamento, ferramentas comuns usadas na área, vantagens em relação ao uso e como funcionam.

Boa leitura!

O que é Versionamento e para que serve?

O versionamento é uma maneira organizada de administrar mudanças, criando versões. Seja em um documento de texto ou software, a cada incremento, teremos uma nova versão daquilo que estamos criando, pois estamos inserindo algo que não estava lá anteriormente. Nesse sentido, o versionamento atua criando um histórico das mudanças realizadas, que pode ser acessado e utilizado para recuperar alguma versão específica. 

O que é uma ferramenta de Versionamento?

Tratam-se de ferramentas que administram todo o ciclo de vida do trabalho. Elas são responsáveis por gerar um histórico contendo todas as alterações realizadas no arquivo ou documento. Dados como nome da pessoa responsável, data e hora da modificação também são registrados.

Além disso, as ferramentas de versionamento permitem ainda que outras pessoas possam acessar e modificar o trabalho simultaneamente e que ramificações da versão principal sejam criadas em paralelo.

Quais as 5 principais ferramentas de Versionamento?

   Softwares livres

  • Git: é a ferramenta de versionamento mais comum no mundo do desenvolvimento de software, possui um histórico completo de mudanças;
  • Mercurial: é um sistema de versionamento adotado por grandes empresas, como o Facebook e W3C;
  • CVS: o CVS é o sistema de versionamento de código mais antigo já criado;

   Softwares comerciais

  • Google Docs: o Google Docs é um editor de texto online que faz parte das ferramentas disponibilizadas pelo Google. O editor, além de permitir a criação de documentos, também guarda um histórico das alterações e permite a edição simultânea por outras pessoas. O documento é armazenado na nuvem; 
  • Azure DevOps: é uma ferramenta de versionamento da Microsoft, possui integração com IDEs da empresa.

Versionamento de código: o que é, como funciona e como fazer?

O versionamento de código se trata do gerenciamento de mudanças em códigos e scripts. Durante o desenvolvimento de uma aplicação tecnológica, correções e novas implementações são criadas diariamente. Por isso, é necessário trabalhar com o auxílio de ferramentas que ajudem no registro dessas modificações, indicando quem fez a mudança, quando e o que foi alterado. 

   Como funciona?

O versionamento de código é realizado durante a construção do mesmo. Para isso, é preciso acessar o terminal do ambiente de desenvolvimento, em que serão informados os comandos necessários, e ter uma ferramenta de versionamento instalada. A ferramenta mais popular que temos no mundo do desenvolvimento é o Git.

Essa ferramenta se comunicará com um repositório remoto de códigos, no caso do Git poderá ser o GitHub. Esse repositório remoto se trata de uma plataforma, que além de armazenar o código também oferece informações sobre as mudanças realizadas, quem as fez e quando.

Em geral, as ferramentas de versionamento possuem uma branch (ramo) principal, que pode se chamar “master” ou “main”. Essa branch nada mais é que uma pasta, que além de guardar os arquivos de código, também possui informações sobre as mudanças feitas. O código principal da aplicação é armazenado nela.

A partir do ramo principal podem ser criados outros. Esses ramos secundários vão conter uma cópia do código principal, que poderá ser modificado sem que o original seja alterado. Após as mudanças necessárias serem feitas, é possível solicitar permissão para que o código do ramo secundário se junte ao primeiro e eles se tornem um só. 

Além disso, durante o versionamento das mudanças, também podemos adicionar comentários sobre o que foi modificado. Esses comentários são chamados de commits e são fundamentais para compreender o que foi realizado.

Ilustração de controles de versões, onde vemos diferentes versões de arquivos

Quais as vantagens de fazer?

1. Segurança

Graças ao versionamento, é possível recuperar arquivos, trechos de código e até versões completas de um projeto. Este ponto é extremamente útil, pois garante a segurança do código. Além disso, apenas pessoas autorizadas poderão acessar o local de armazenamento. 

2. Controle das versões

Essas ferramentas criam um histórico das alterações realizadas. Desse modo, é possível restaurar o código para um determinado momento, anterior a uma mudança. Isto é extremamente útil em caso de erros críticos, que inviabilizam o uso do sistema, ou em mudanças drásticas de escopo. 

3. Rastreio das mudanças

Com o versionamento, é possível identificar rapidamente o que foi alterado, quando e por qual pessoa. Permitindo não só o rastreio das modificações, mas também a possibilidade de tirar dúvidas diretamente com a pessoa responsável.

4. Maior organização

O versionamento de código permite que os arquivos sejam armazenados de forma organizada. Para cada nova correção ou funcionalidade desenvolvida, é possível criar uma pasta específica para armazenar estes arquivos, sem que haja interferência no código principal. Após validações e testes, o código pode então ser incorporado ao originário. 

Outro ponto positivo, é que o histórico de mudanças é montado em ordem cronológica, gerando uma linha do tempo com as alterações feitas. Isso facilita a busca e visualização das modificações.   

5. Colaboração

As ferramentas de versionamento facilitam também a colaboração. A partir delas, outras pessoas podem mexer no código simultaneamente, trabalhando em ramificações que derivam do código original, mas não o alteram diretamente. Como dito anteriormente, somente após validações essas mudanças poderão se juntar aos arquivos principais. 

5 dicas para fazer o Versionamento de código

1. Crie commits objetivos

Os commits descrevem o que foi realizado na alteração que você criou. Por isso, é fundamental descrevê-los com informações relevantes. Criar comentários como “correção de bug” e “nova funcionalidade”, sem maiores detalhes, não ajudará outras pessoas a compreenderem o que foi feito.

2. Crie branchs com nomes claros

Garanta que a ramificação que você criou possui um nome significativo. Assim, em projetos muito grandes e com várias pessoas atuando, será mais fácil encontrar o que você modificou e rapidamente entender qual parte do código foi alterada. Para exemplificar, em um sistema que possui diversos formulários de cadastros, criar um ramo chamado “correcao-erro-cadastro” não ajuda a entender qual deles foi modificado.

3. Não acumule muitas alterações

O versionamento de código existe como uma garantia de que em caso de perdas ou erros críticos o código poderá ser recuperado. Dessa forma, imagine que você tenha escrito mais de 200 linhas de código e seu computador pifa. Como as mudanças não haviam sido salvas no versionamento, todo o esforço foi pelo ralo. Por isso, lembre-se de gerar versões de tempos em tempos para que isso não aconteça.

4. Mantenha a branch principal atualizada

É a partir da ramificação principal que vamos criar outras aos quais iremos realizar nossas alterações. Por isso, é necessário mantê-la sempre atualizada. Assim, teremos a versão mais recente do código e evitaremos conflitos com alterações existentes, mas às quais não estavam presentes no código de trabalho.

5. Faça revisão de código

Um potente recurso disponível em diversas ferramentas de versionamento de código é o Code Review (Revisão de Código). Nesse caso, você poderá acionar uma outra pessoa autorizada a acessar o projeto para revisar as suas alterações e garantir que as mudanças poderão ser incorporadas ao código principal. Isso reduz o número de bugs e de código despadronizado. 

Versionamento de software: o que é e como funciona?

O versionamento de software se trata da criação de pacotes completos de código de uma aplicação. Cada vez que uma alteração é feita e a aplicação inteira é compilada, gerando um pacote de códigos, uma nova versão do software surge.

   Como funciona?

O versionamento de software é o passo posterior ao versionamento de código. Depois que os diversos trechos de código de uma aplicação são testados e aprovados, é possível gerar um pacote completo de arquivos, chamado de “build”. Esse pacote será disponibilizado em um servidor, para que outras pessoas externas ao projeto possam acessar o sistema criado.

A cada build, uma nova versão do software é gerada. Isso ocorre pela presença de novos trechos de código no pacote ou de arquivos que sofreram modificações. Geralmente, as mudanças na versão de um software são evidenciadas por números que acompanham o nome do sistema. Abordaremos este ponto com mais detalhes no tópico sobre versionamento semântico.

Quais as vantagens de fazer?

1. Correção de bugs

Erros, sejam eles críticos ou não, implicam em mudanças para que possam ser corrigidos. Desse modo, o versionamento de software é importante não só para documentar essas correções, mas também para auxiliar na recuperação de uma versão em caso de um bug crítico, em que o software se torne inutilizável.

2. Ajustes no layout

Seja por uma decisão da área de negócios ou por questões de usabilidade, o layout de um software é algo que pode mudar com frequência. Nesse sentido, é fundamental versionar o sistema para acompanhar essas alterações.

3. Mudanças na arquitetura

A área de tecnologia inova constantemente. Desse modo, para que os softwares não se tornem obsoletos é preciso acompanhar esta evolução. Por isso, o versionamento permite uma evolução ordenada e organizada, sem que o código que roda no momento seja impactado diretamente por uma nova mudança. 

4. Facilita a colaboração

O versionamento de software, assim como o de código, permite que diversas pessoas trabalhem em uma mesma base simultaneamente, sem que afetem diretamente o trabalho umas das outras, o que acelera o processo de desenvolvimento. 

5. Facilita a comunicação

Ao versionar um software, um documento pode ser criado para atrelar a versão a um descritivo sobre o que foi modificado. Isso traz mais transparência entre as pessoas desenvolvedoras e a área de negócios. 

5 dicas para fazer o Versionamento de software

1. Documente as versões

Apenas mudar a versão não é esclarecedor o suficiente para saber o que mudou. Desse modo, é importante também criar uma documentação que descreva o que foi alterado em cada uma das versões. 

2. Use padrões de desenvolvimento

Padrões de desenvolvimento facilitam o entendimento do sistema pela equipe. Além disso, garante que as versões terão o mesmo modo de desenvolvimento.

3. Não acumele muitas mudanças

Lançar versões que contenham muitas mudanças podem assustar as pessoas usuárias. Isso se deve ao fato de que uma versão nova pode ter o layout ou o modo de executar uma funcionalidade modificados, impactando no conhecimento que a pessoa tinha do sistema e sendo necessário reaprender a utilizá-lo.

4. Faça testes

Mesmo que a base de código já tenha sido testada, alguns erros e inconsistências só são identificados quando o sistema é disponibilizado ao público. Sendo assim, testar novamente o funcionamento é essencial para gerar builds melhoradas

5. Acompanhe o mercado

Às vezes, podemos nos deparar com sistemas que parecem ter parado no tempo, seja em relação ao layout, compatibilidade com hardwares e ferramentas mais atuais ou em questão de funcionalidade. 

Por isso, tenha em mente que o fato de um sistema ainda funcionar não significa que não deve ganhar novas versões. Não atualizar um software pode torná-lo obsoleto e dispersar as pessoas usuárias.

Versionamento semântico: o que é e como funciona?

O versionamento semântico representa um conjunto de regras utilizadas para gerenciar a nomeação de versões de software. Tratam-se de números inteiros acrescidos ao nome do sistema, cada número informa o nível de modificação realizada na versão.

Como funciona?

Imagine que temos o “Software.2.5.33”. O primeiro número da sequência (chamado de major) representa grandes alterações realizadas. Isso significa que a nova versão se tornou incompatível com as anteriores.

O segundo número se refere a alterações médias (minor). Nesse caso, trata-se da incorporação de novas funcionalidades ao software. Por fim, o último número representa as correções realizadas (path).  

O valor de cada item representa o número de vezes em que essas alterações aconteceram. Em nosso exemplo, podemos notar que o software sofreu duas grandes alterações e sua versão atual já não é mais compatível com a primeira. 

Além disso, foram adicionadas cinco novas funcionalidades e identificados trinta e três pontos de correção. Além dessas questões, há ainda algumas premissas que devem ser seguidas para garantir maior controle da semântica entre os projetos, veja a seguir as principais:

  • Cada versão é única: havendo modificações, uma nova versão deverá ser criada e os números atualizados de modo apropriado;
  • Seguir o padrão de três números inteiros: a numeração de uma versão oficial não pode conter números negativos, letras ou zeros a esquerda;
  • Resetar path e minor quando houver mudança na major: quando uma versão nova for lançada, tornando-se incompatível com a anterior, os números que se referem as funcionalidades e correções devem ser zerados.

Quais as vantagens de fazer?

O versionamento semântico garante organização e ajuda a comunicar atualizações às pessoas usuárias. Imagine um sistema que cresce rapidamente, conforme novas implementações e correções são acrescentadas, pode se tornar difícil encontrar rapidamente em qual versão da aplicação uma determinada mudança foi feita. 

Por isso, usar o versionamento semântico pode auxiliar a criar documentações que relacionem os números da versão às alterações realizadas. Outro ponto positivo é a facilidade em comunicar que um sistema ou aplicativo está desatualizado. Ao apresentar o “Software.1.2.15” e o “Software.1.3.18”, a pessoa usuária compreenderá que houve alguma mudança, por conta da diferença nos números.

5 dicas para fazer o Versionamento semântico

1. Respeite a ordem da numeração

A cada alteração realizada é preciso se atentar a categoria de numeração ao qual ela se encaixa. Lançar a numeração minor no lugar da numeração path pode causar confusões e passar uma informação incorreta sobre o que foi alterado.

2. Mudanças implicam em uma nova versão

Você pode pensar que uma correção que afetou apenas uma linha de código não é suficiente para gerar uma nova versão, mas ela é. Não o fazê-lo estará infringindo um dos princípios do versionamento semântico e implicará em desatualização da documentação relacionada.

3. Use apenas números inteiros

O versionamento semântico funciona utilizando números inteiros. Por isso, uma versão oficial não poderá conter números negativos, letras, caracteres especiais ou zeros ao lado esquerdo.

4. Inicie a contagem a partir do número 1

Uma versão estável deve iniciar sua contagem como 1.0.0. Do mesmo modo, quando uma funcionalidade nova for acrescentada ou uma correção for realizada, elas também deverão iniciar a contagem em 1. Quando o número major for atualizado, os demais deverão ser zerados, pois trata-se de uma versão que já não é mais compatível com a anterior.

5. Documente o que foi alterado

Trocar os números das versões indicam que alterações foram feitas, mas os números, por si só, não dizem nada sobre a alteração. Por isso, é também preciso criar uma documentação descrevendo os pontos que foram modificados em cada versão nova. 

Versionamento de documentos: o que é e como funciona?

Trata-se do registro das sucessivas iterações realizadas em um arquivo de texto. O controle de versão de documentos é fundamental entre pessoas e corporações que trabalham compartilhando arquivos de textos que são alterados simultaneamente e com frequência.

Como funciona?

O controle de versão de documentos pode ser feito por uma ferramenta ou por um conjunto de regras pré-definidas pelas pessoas envolvidas, No caso da ferramenta, ela irá registrar uma nova alteração a cada caracter inserido, informando a data, hora e a pessoa que realizou a modificação. 

Por outro lado, quando se trata de poucas pessoas envolvidas na modificação do arquivo, regras pontuais podem ser utilizadas. Nesse caso, pode-se definir uma estrutura de pastas, que irá guardar as diferentes versões do documento e uma numeração, indicando a versão.  

Quais as vantagens de fazer?

1. Segurança

Quando você utiliza uma ferramenta de versionamento de documentos, além de garantir que o arquivo ficará salvo, também há a garantia de que apenas as pessoas autorizadas poderão acessar e editar o documento.

2. Criar versões secundárias 

Assim como no versionamento de código, ao aplicar o versionamento de documentos é  possível criar rascunhos do documento principal. Isso ajuda na validação de ideias e até de capítulos de livros.

3. Organização

Além de consultar quem fez mudanças no arquivo e quando, você poderá recuperar versões anteriores, saber como era o documento original e criar versões específicas para que apenas algumas pessoas ou setores acessem.

5 dicas para fazer o Versionamento de documentos

1. Crie critérios de aceitação

Para que o versionamento seja feito de forma eficiente, é preciso que haja um padrão na criação das versões. Por isso, estabeleça regras sobre como o documento deve ser criado e como ele deve ser versionado.

2. Documente as regras utilizadas

Quando falamos sobre os critérios de aceitação, não basta pensar que todas as pessoas envolvidas compreenderam tudo claramente ou que anotaram para revisar mais tarde. Por isso, crie um arquivo contendo as regras que as versões do documento devem seguir e compartilhe com as pessoas do time. 

3. Faça um checklist

Quando finalizar a revisão ou escrita de um documento, tenha em mãos um checklist, contendo os critérios de aceitação citados anteriormente. Isso fará com que as versões sejam analisadas com maior consistência e padronização.

4. Salve na nuvem

Computadores podem apresentar problemas e caso você possua algum documento importante nele, pode ser que se torne irrecuperável. Por isso, na redação de um documento, tenha uma cópia também na nuvem, para garantir que o trabalho não será perdido.

4. Utilize editores online

Editores online, como o Google Docs, já possuem integração com um sistema de versionamento. Dessa forma, além de compartilhar arquivos com outras pessoas e poder colaborar em outros textos, o histórico de mudanças já criado a cada inserção e o documento fica salvo na nuvem.

Conclusão

O versionamento é uma forma organizada de administrar mudanças. Como vimos, as ferramentas de controle de versão podem ser aplicadas para gerenciar o ciclo de vida de documentos, softwares e códigos. 

Além disso, regras de controle de mudanças também podem ser aplicadas para gerenciar a numeração de uma versão. Se este assunto despertou a sua curiosidade, talvez queira saber mais sobre como utilizar o sistema de versionamento Git e GitHub, neste artigo da Trybe.

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