Nesta quarta-feira (13), os Estados Unidos vão liderar uma conferência virtual sobre cibersegurança que conta com a participação de 30 países. A Rússia, no entanto, não está incluída na lista de convidados.
O objetivo do encontro é discutir formas de combater a crescente ameaça de ataques ransomware e outros tipos de cibercrime. Devido a este tema especificamente, a Rússia foi excluída do debate.
Especialistas em cibersegurança do setor privado já apontaram que muitos grupos responsáveis por ataques ransomware estão baseados na Rússia e Ucrânia.
De acordo com algumas autoridades e analistas dos EUA, embora as gangues não sejam controladas diretamente pelo governo russo, elas operam com a sua aprovação implícita.
Com duração de dois dias, a conferência será dividida em seis sessões que abordarão tópicos como a utilização de moedas virtuais para o pagamento de ataques ransomware, processos judiciais contra cibercriminosos, o uso de diplomacia para lidar com ransomware e como auxiliar os países a serem mais resilientes a esses ataques.
Juntamente com os Estados Unidos, outros quatro países vão liderar as discussões: Índia, Austrália, Alemanha e Reino Unido. Já a lista de convidados inclui Brasil, Canadá, França, Reino Unido, México, Japão, Ucrânia, Irlanda, Israel, África do Sul e a União Europeia.
EUA mantêm discussões com a Rússia
De acordo com um oficial do governo dos EUA, isso não significa que a Rússia está sendo completamente ignorada nessa questão. Segundo ele, o país norte-americano mantém discussões ativas com os russos, mas aponta que eles não foram convidados para este fórum em particular.
O fato de a Rússia não ser incluída na conferência mais recente também não impede o país de ser convidado para eventos futuros. Ainda de acordo com o oficial do governo, os Estados Unidos mantêm discussões diretas sobre ransomware com a Rússia por meio do US-Kremlin Experts Group.
A associação foi criada pelo próprio presidente norte-americano Joe Biden e pelo presidente russo Vladimir Putin, sendo liderada pela Casa Branca. Recentemente, os EUA compartilharam informações sobre cibercriminosos localizados na Rússia e o país liderado por Putin afirmou que já está tomando providência para solucionar a questão.
A cibersegurança tornou-se um dos tópicos prioritários ao governo Biden, principalmente após uma série de ataques no primeiro semestre deste ano que ameaçou desestabilizar a rede de energia e alimentos do país.
Prejuízo de US$ 74 bilhões
Ataques ransomware são um tipo de cibercrime em que hackers bloqueiam o acesso das vítimas aos seus sistemas ou arquivos e exigem o pagamento de um resgate para que o acesso seja liberado.
Apenas em 2020, os ataques ransomware resultaram em um prejuízo de mais de US$ 74 bilhões às vítimas, segundo a empresa de cibersegurança Emsisoft. Além dos Estados Unidos, pelo menos oito países sofreram mais de mil ataques no ano passado.
O governo Biden não é o único a demonstrar preocupação em relação aos ataques ransomware provenientes da Rússia. O Centro de Cibersegurança Nacional (NCSC) do Reino Unido também alertou para a ameaça.
A organização afirma que os cibercriminosos localizados na Rússia e em estados vizinhos estão por trás da maioria das extorsões online contra empresas e instituições britânicas.
Assim como os EUA, o NCSC acredita que os ataques ransomware são um dos maiores riscos à cibersegurança, sendo que muitas organizações ainda não contam com planos de resposta a esses incidentes ou sequer estão preparados para preveni-los.