Pesquisas indicam que a comunicação não verbal é responsável por mais de 80% daquilo que dizemos diariamente.

Levando isso em consideração, você tem plena consciência daquilo que o seu corpo e outros elementos além das palavras estão dizendo? Não se preocupe se você não souber responder a essa pergunta!

Nós preparamos um guia completo para você compreender a comunicação não verbal, percebê-la e usá-la ao seu favor no seu dia a dia, seja no trabalho, nas relações ou em qualquer outra situação! Acompanhe:

Boa leitura!

O que é comunicação não verbal?

Comunicação não verbal

A definição mais simples e objetiva de comunicação não verbal é que ela consiste de toda e qualquer forma de comunicação humana que não se utiliza de léxicos, isso é, unidades de sentido, como palavras. Porém, o significado da comunicação não verbal é muito mais amplo do que essa definição permite.

Essa maneira de se comunicar chamou atenção de grandes nomes da história, inclusive, Charles Darwin, que conduziu um estudo relacionando os estados emocionais e mentais com respostas fisiológicas e anatômicas.

Para ele, haveria uma universalidade nessa relação. Isso significaria que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, reagiria a mesma emoção da mesma forma, corporalmente falando. Isso seria um importante componente no reconhecimento das emoções, o que permite o convívio em sociedade e a evolução da espécie.

Porém, além dessas ações que quase não percebemos, ainda existem aquelas que são culturalmente motivadas, isso é, que têm um significado em determinado contexto e sociedade. Podemos pensar como exemplo o respeitoso significado que tem curvar-se para a frente nas culturas de países orientais. Tal ação não existe em nossa sociedade e certamente não transmite a mesma informação.

Ainda, se encaixam nessa maneira de comunicar outras modalidades de comunicação, como a visual. Isso fica evidente quando consideramos as pinturas rupestres encontradas em paredes de cavernas. Muitas pessoas especialistas apostam na teoria de que essas gravuras primitivas são maneiras de contar e perpetuar uma narrativa, antes mesmo da estruturação de um sistema linguístico.

Pintura rupestre

Logo, como podemos ver, a comunicação não verbal passa por diversas camadas de significação, representando uma categoria ampla. Logo, é importante manter em mente essa grande gama de caminhos que esse conceito representa.

Qual a importância da comunicação não verbal?

Para expressar de maneira bem efetiva a importância da comunicação não verbal, vamos trazer um exemplo bastante recorrente da atualidade. Nos dias de hoje, grande parte da troca de informação e interação humana se dá por vias digitais. Estamos falando das redes sociais, troca de mensagens por aplicações, etc.

No entanto, quantas vezes já não ocorreu com você de surgir algum conflito devido a um mal-entendido? Por vezes, somente ler a mensagem não dá pistas sobre como a pessoa está se sentindo. Fica difícil interpretar emoções por meio de frases escritas e detectar recursos mais complexos, como a ironia, que normalmente se expressa por meio da tonalidade e ênfase durante a formulação das palavras.

Logo, quando temos acesso somente às palavras, a gente não recebe a mensagem completa. Sem a comunicação não verbal, não somos capazes de compreender na totalidade o que a pessoa remetente da informação quer que a gente compreenda.

Além disso, como dissemos anteriormente, a comunicação não verbal acontece simultaneamente, em diversas camadas diferentes, das quais algumas são tão sutis que não temos noção de que estão acontecendo. Praticar e desenvolver as habilidades de percepção e interpretação dessas dicas pode ajudar a descobrir ainda mais informações por trás de uma mensagem, como, por exemplo, se alguém está mentindo ou não.

Pessoas que trabalham com negociação ou que são recrutadoras muitas vezes são versadas na arte de ler a comunicação não verbal de outras pessoas. Logo, é importante saber que tipo de informação você está fornecendo para que seja possível conquistar o resultado desejado durante uma negociação ou entrevista de emprego.

Quais são os 5 papéis da comunicação não verbal?

A comunicação cumpre com 5 papéis principais durante um processo de comunicação. Vamos conhecê-los a seguir:

1. REPETIÇÃO

Ao expressar a mesma coisa que você está dizendo, a comunicação não verbal serve para garantir que a pessoa destinatária de fato compreenda o que você quer dizer.

  • Exemplo: uma pessoa faz o sinal de aspas com os dedos enquanto cita um discurso direto de outra pessoa, indicando que ela quer ter certeza que a pessoa que a escuta saiba que foi uma terceira que disse aquilo.

2. CONTRADIÇÃO

Serve para indicar que o que está sendo dito não necessariamente é verdade, insinuando que a pessoa possa estar se contradizendo propositalmente por alguma razão.

  • Exemplo: após uma pessoa dizer algo que é bastante óbvio, outra dispara “Nossa, eu não tinha pensado nisso…”. Porém, ao fazer isso, ela ergue as sobrancelhas, revira os olhos, ergue os ombros e eleva o tom de voz, ressaltando que a intenção dela é ser sarcástica.

3. SUBSTITUIÇÃO

A comunicação não verbal pode ser utilizada para substituir a verbal quando necessário, a depender do contexto.

  • Exemplo: Uma mãe ou um pai franze a testa, unindo as sobrancelhas, para indicar para seu filho ou filha de que está se comportando mal durante uma visita à casa de pessoas amigas.

4. COMPLEMENTAÇÃO

Quando a comunicação não verbal serve para complementar uma determinada mensagem que está sendo dita.

  • Exemplo: Uma pessoa procura fazer contato visual constante para indicar que quem recebe a mensagem pode confiar naquilo que está sendo dito. Logo, a mensagem complementar da comunicação não visual nesse caso é de que a mensagem é verdadeira e confiável.

5. ÊNFASE

Por fim, a comunicação não verbal pode ajudar a dar ênfase naquilo que está sendo comunicado, acentuando determinada questão.

  • Exemplo: Enquanto uma pessoa expressa seu desconforto pelo fato de que a casa vizinha está em construção logo pela manhã todos os dias, ela bate com a ponta dos dedos na mesa, enquanto pronuncia lentamente a frase “to-dos-os-di-as”. Ela usa isso para enfatizar que isso acontece diariamente, sem folgas ou exceções inclusive aos finais de semana, quando é comum que haja um respeito ao descanso semanal das pessoas.

Comunicação não verbal e linguagem corporal são a mesma coisa?

Não. Essa é uma confusão bastante comum, uma vez que a linguagem corporal é uma forma de comunicação não verbal bastante relevante e predominante dentro da categoria. No entanto, a comunicação não verbal vai muito mais além do que a linguagem corporal.

Em outras palavras, a linguagem corporal está inserida dentro dessa grande categoria guarda-chuva que é a comunicação não verbal. Portanto, considerá-las sinônimos seria desconsiderar muitas outras formas e expressões da comunicação não verbal que não necessariamente envolvem a linguagem corporal.

Abaixo, vamos destrinchar um pouco mais cada tipo de comunicação não verbal, tornando isso um pouco mais palpável. Confira.

Quais são os 9 tipos principais de comunicação não verbal?

Ao definirmos comunicação não verbal, procuramos enfatizar o fato de que esse conceito é muito abrangente, logo, ele se expande para diversos caminhos. Para tornar esse conhecimento mais acessível, vamos exemplificar 9 maneiras em que a comunicação não verbal pode se manifestar durante um processo comunicativo. Confira:

1. Linguagem Corporal

Linguagem corporal comunicação não verbal

Grande parte da comunicação não verbal é referente à linguagem corporal, é por isso que elas são frequentemente confundidas. Assim como a própria categoria de comunicação, a linguagem corporal acontece em vários níveis, sendo muitos deles bastante perceptíveis e outros nem tanto.

A linguagem corporal muitas vezes se refere a:

  • posição do corpo;
  • postura;
  • elevação ou relaxamento dos ombros;
  • posição das mãos;
  • posição dos braços;
  • maneira de sentar-se;
  • maneira de posicionar pernas e pés;
  • elevação da cabeça;

A partir desses elementos é possível interpretar, por exemplo, se alguém está ou não de acordo com as suas ideias. Se alguém olha para você com a cabeça levantada, braços cruzados e postura ereta, é bem possível que essa pessoa não esteja tão aberta ao que você está dizendo.

OBSERVAÇÃO: A linguagem gestual e corporal se dá por meio de gestos. Línguas de sinais, como a LIBRAS, não se encaixam nessa categoria por tratarem-se de sistemas linguísticos naturais e complexos. Logo, o que muitas pessoas acreditam que sejam “gestos” ou “mímica” na realidade são sinais, isso é, unidades de sentido semelhantes à palavras que falamos em línguas orais. Portanto, línguas de sinais são exemplos de comunicação verbal, apesar de não estarem diretamente ligadas à produção de sons.

2. Expressões faciais

Expressões faciais
Microexpressões faciais demonstradas no ator da série “Lie to Me”

As expressões faciais são integrantes importantes da comunicação não verbal. Elas servem como um reconhecimento universal de como as pessoas estão se sentindo, de uma forma geral. Por exemplo, sabemos quando alguém está feliz pois ela estará sorrindo, independentemente de qual país ou sociedade ela venha.

Diversos estudos que remontam a Darwin demonstram que as expressões faciais estão ligadas à evolução da espécie e que são passadas geneticamente Por isso, até mesmo uma civilização que é isolada do restante do mundo ainda usaria as mesmas expressões faciais para indicar emoções.

As seis emoções universais representadas por expressões faciais são:

  • Alegria;
  • Surpresa;
  • Tristeza;
  • Raiva;
  • Desprezo;
  • Medo.

Porém, algumas culturas podem interferir nesse processo, afinal, pode não não ser tão aceitável ou educado demonstrar emoções negativas em público.

3. Paralinguagem

Paralinguagem

A paralinguagem é um conjunto de recursos não verbais que são referentes à utilização da voz. Mesmo sem colocar sons em cadeia para produzir palavras, é possível transmitir informações. Pensemos por exemplo em um bocejo. Ao bocejar, uma pessoa não necessariamente disse algo, porém, ela informou às pessoas ao seu redor de que está cansada ou tem sono.

Logo, muitos componentes fazem parte da paralinguagem. São alguns deles:

  • Volume da voz (se fala alto ou baixo);
  • Intensidade (se a fala é consistente e forte, ou fraca e hesitante);
  • Ritmo (se fala devagar ou rápido);
  • Cadência (uma espécie de “melodia” da voz);
  • Riso;
  • Tosse;
  • Sons guturais (vindos da garganta);
  • Tom;
  • Ênfase.

Para demonstrar a importância da paralinguagem, vamos mostrar como, ao mudar a ênfase dada em cada palavra de uma mesma frase, o significado se altera radicalmente. Consideremos a frase “Eu disse a ela que você estava feliz”:

Eu disse a ela que você estava felizVocê foi a pessoa responsável por informar a ela que a outra pessoa estava feliz.
Eu disse a ela que você estava felizVocê deseja afirmar e convencer a pessoa a quem se destina a mensagem de que o recado foi dado a ela.
Eu disse a ela que você estava felizVocê informou ela e mais ninguém do recado.
Eu disse a ela que você estava felizVocê informou-a de que era a pessoa em questão que estava feliz e ninguém mais.
Eu disse a ela que você estava felizVocê informou-a de que a pessoa com que se fala estava feliz no passado, sem garantia de que ela ainda continua nesse estado.
Eu disse a ela que você estava felizVocê disse a ela enfaticamente que a pessoa de quem se fala estava experimentando a sensação de felicidade e não nenhuma outra.

4. Contato visual

Contato visual comunicação não verbal

A forma como a gente decide usar contato visual também pode informar muito. Acredita-se que a ausência de um contato visual constante possa indicar que a outra pessoa está mentindo, no entanto, algumas pessoas afirmam que isso não é necessariamente verdade. A ausência de contato visual pode ser referente a outros fatores, como a fato da pessoa se sentir pressionada ou envergonhada.

Ao contrário, muito contato visual também pode ser interpretado de diferentes maneiras. A depender do contexto, um olhar muito firme e incisivo, direto para os olhos da outra pessoa, pode indicar uma maneira de convencer a outra pessoa a confiar e acreditar no que está sendo dito.

A ausência de contato visual também pode ser desrespeitosa em alguns contextos. Por exemplo, quando o olhar está voltado a outra atividade, como mexer no celular ou assistir televisão, a pessoa que fala pode entender que o canal de comunicação não está estabelecido, se sentindo ignorada. Olhar diretamente para o chão ao falar com outra pessoa pode ser representado como sinal de subserviência ou submissão.

5. Toque

Toque

O toque é muitas vezes visto como uma maneira de demonstrar apoio ou confortar alguém. A utilização do toque é muito variável e depende muito de cultura para cultura, e até mesmo de pessoa para pessoa. Há pessoas que não se sentem confortáveis em ser tocadas enquanto conversam, enquanto para outras está tudo bem. É importante saber quando há espaço para que esse tipo de comunicação ocorra.

Geralmente, o toque reforça uma mensagem ou transmite uma ideia de conforto, como se a outra pessoa estivesse ali para apoiá-la. No entanto, algumas pessoas podem utilizar o toque como uma forma de manipulação, para forçar uma intimidade e convencer a outra pessoa de algo que ela está dizendo.

Pesquisas indicam que a diferença de gênero influencia nessa escolha. Pessoas do gênero feminino são mais propensas a utilizarem para conforto, enquanto as do gênero masculino podem utilizar mais pela questão de controle e poder. Outras indicam que pessoas de camadas sociais mais elevadas costumam utilizar mais desse tipo de linguagem.

6. Espaço

Diagrama de zonas de espaço comunicação não verbal

Como você se posiciona em relação à outra pessoa pode comunicar como você se sente em relação a ela. É conhecido de que há zonas relacionadas à intimidade com a qual cada relacionamento tem. Invadir uma zona que não corresponde com o grau de intimidade que você tem com outra pessoa pode ser interpretado como rude e até mesmo hostil.

As zonas são:

  • Zona pública (mais de 3,6 metros de distância): reservada à pessoas desconhecidas;
  • Zona social (de 1,2m a 3,6m): pessoas conhecidas porém distantes. Dá um ar de formalidade, ideal para reuniões de negócios e relações estritamente profissionais.
  • Zona pessoal (de 0,45m a 1,2m): pessoas conhecidas, colegas e amigas.
  • Zona íntima (de 0,15m a 0,45m): relações mais íntimas.

É importante enfatizar que, apesar de essas distâncias foram teorizadas a partir de pesquisas, elas não representam com totalidade a todos os tipos de pessoas. Existem culturas que precisarão de mais espaço, enquanto outras poderão aceitar que você inclusive chegue mais perto em alguns casos. Isso pode variar também de pessoa para pessoa.

7. Aparências

Aparências

Esse tipo de comunicação não verbal é um pouco curioso. A forma como a gente escolhe se apresentar para o mundo e sociedade também é uma maneira de nos comunicarmos com eles. Pense por exemplo na questão do status, em que alguém escolhe pagar a mais por determinadas marcas de roupa ou aparelhos eletrônicos, para demonstrar que tem determinado poder aquisitivo. A mesma coisa acontece com casas, carros, etc.

Logo, qualquer característica física pode ser usada para entregar uma mensagem, como cores, por exemplo.

A parte curiosa é que esse ponto é muito variável de uma cultura para outra, a depender da simbologia adotada. Uma pessoa vestir-se completamente de preto pode indicar que ela está de luto pela morte de um ente querido.

Por outro lado, esse tipo de comunicação ajuda na identificação dentro de determinado grupo. Pessoas semelhantes passam a usar itens semelhantes para que sejam reconhecidas como parte do mesmo grupo, onde estiverem.

A problemática em torno desse tipo de comunicação é que é muito fácil inferir informações errôneas, que nos levam a construir preconceitos e estereótipos. Há, inclusive, um conceito na área de psicologia chamado efeito Halo, em que a aparência de determinada pessoa faz com que outras concluam características positivas, exemplo, quando uma pessoa bonita e elegante é vista automaticamente como inteligente pela sua aparência.

8. Signos e Símbolos

Mandala Símbolos

Esses são componentes muito interessantes da comunicação não verbal, pois tanto os signos quanto os símbolos se comunicam com instâncias de nossa mente, muitas vezes sem nem mesmo estarmos conscientes disso.

Podemos definir signos como objetos ou referências ligadas diretamente a outro objeto ou contexto. Como exemplo de signo, pense em uma maçã mordida e automaticamente você se lembrará da Apple. O símbolo já é mais vago e difuso, não tem significado direto e específico, apesar de que sabemos reconhecê-lo assim que o vemos. O símbolo está normalmente associado a algo oculto, que vai além da compreensão humana. Um exemplo é o Sol como representação de divindade em diversas religiões distintas.

Dentro dessa categoria, podemos citar também os arquétipos, que são imagens primitivas que são carregadas com a gente e as reconhecemos assim que entramos em contato com elas. É por isso que reconhecemos figuras como o Herói em diversos filmes, seja ela o Super Homem, Luke Skywalker ou Harry Potter.

9. Música

partitura música comunicação não verbal

Muitas pessoas teóricas consideram a música como uma forma de comunicação não verbal, por suas semelhanças com os sistemas linguísticos. Quando consideramos a música em seu sentido clássico, temos um código complexo de sons encadeados, cada qual com seu tom e altura, criando ritmo e melodia.

Assim como a comunicação não verbal em um todo, a música também é universal, sendo praticada e reconhecida em todos os cantos do mundo, em toda e qualquer sociedade. Além disso, tais sons também podem ser utilizados para guiar e transmitir emoções humanas.

Pensemos por exemplo nos clássicos concertos do compositor Vivaldi chamado as quatro estações. Em cada uma das quatro peças, o compositor tentou converter as emoções e os sentimentos associados a cada estação do ano (Primavera, Verão, Inverno e Outono) em música, compartilhando essa sensação com as pessoas que escutam sua música. Mesmo depois de séculos, ainda é possível compreender a mensagem por trás de sua obra.

Como funciona a comunicação não verbal no cotidiano?

A principal função da comunicação não verbal no nosso dia a dia se dá nas relações humanas que a gente constrói a todo instante, em como a gente se apresenta para a sociedade e qual a função que pensamos cumprir dentro dela. Desde uma simples ida ao supermercado até as discussões em um matrimônio ou relação se beneficiam da interpretação da comunicação não verbal como um todo.

Pensemos quando estamos realizando alguma ação fora de casa. A comunicação não verbal está em situações como:

  • Quando interpretamos placas e sinais para nos localizarmos (como banheiro, placas de “pare”, “proibido”, etc.)
  • Quando estamos dirigindo e interpretamos a direção que os outros carros vão a partir de sinais, como a seta;
  • Quando levantamos o dedo e estabelecemos contato visual em um restaurante para chamar a pessoa atendente;
  • Quando, em uma escola, a diretoria coloca uma música para tocar indicando o fim do intervalo e que todas as pessoas alunas devem retornar a suas respectivas classes;
  • Quando, durante o flerte, nos aproximamos mais da pessoa com quem conversamos;
  • Quando rimos de uma piada;
  • Quando fingimos olhar as notificações do celular no elevador;
  • Quando ficamos indecisos com qual peça de roupa usar em uma festa ou evento social;
  • etc.

Como funciona a comunicação não verbal no trabalho?

Como você já deve imaginar, há uma infinidade de elementos da comunicação não verbal também no ambiente profissional. Apesar de sua presença ser como no cotidiano, o local de trabalho exige que estejamos mais cientes de nossa linguagem corporal. Afinal de contas, não queremos que as pessoas com quem trabalhamos e não nos conhecem com profundidade acabem interpretando nossas mensagens de maneira errada.

Algumas dicas são relevantes, nesse caso:

  1. Evitar contato visual durante reuniões ou conversas profissionais pode indicar desinteresse ou passar uma ideia de insegurança;
  2. Invadir a zona íntima e pessoal de pessoas no ambiente de trabalho pode ser considerado impróprio;
  3. Usar um tom de voz alto e incisivo pode trazer uma sensação de insubordinação, assim como também elementos que indiquem sarcasmo;
  4. Usar um pouco de linguagem corporal e gestual pode ser bom para indicar engajamento no assunto, porém em excesso pode acabar distraindo do que realmente interessa;
  5. Toques são adequados em poucas situações, como em acordos sociais assim como aperto de mãos;
  6. Braços cruzados sugerem resistência e desinteresse;
  7. A postura também deve ser muito pensada. Sentar com desleixo em uma cadeira como faríamos em casa pode passar uma mensagem negativa para pessoas líderes.
  8. Expressões faciais muito intensas podem indicar emoções não ditas, o que pode distrair em conversas formais. Uma expressão facial neutra pode ser mais adequada de ser adotada nesses casos.

Como funciona a comunicação não verbal na entrevista de emprego?

A entrevista de emprego é um dos eventos na vida de cada pessoa que mais exige um conhecimento e domínio acerca da comunicação não verbal. As pessoas recrutadoras, na maioria dos casos, têm algum conhecimento sobre linguagem corporal, paralinguagem e outros fatores dessa forma de comunicação. Então, elas estarão prontas para analisarem a entrevista como um todo, incluindo tudo o que não for dito com palavras.

Algumas recomendações para esse momento são:

  • Sentar com uma postura ereta, ocupando todo o espaço da cadeira. Sentar-se na beirada indica que você quer sair dali o mais rápido possível;
  • Compreender quando a mensagem for séria, evitando sorrisos ou risos inoportunos;
  • Evitar roupas na entrevista que tragam distrações ou possam comunicar elementos não profissionais acerca de você;
  • Evitar muita gesticulação, ou gestos exagerados;
  • Evitar tiques como bater joelhos, balançar pernas ou ficar brincando com os dedos;
  • Evitar tocar rosto e cabelo;
  • Utilizar a força adequada em um aperto de mão;
  • Evitar toques ou invasão de espaço pessoal;
  • Permita-se ler a linguagem corporal das pessoas entrevistadoras. Se suas expressões faciais forem de confusão, por exemplo, explique-se melhor.
  • Evite forçar o riso;
  • Tem colocar dinâmica na voz, evitando dar respostas monótonas e sem ritmo;
  • Coloque a quantidade exata de contato visual, evitando excessos.
  • Evite levar objetos ou outros elementos que possam causar uma distração.

Como saber se minha comunicação não verbal está me prejudicando?

Nem sempre é fácil ler e interpretar a comunicação não verbal. Assim como algumas pessoas têm dificuldade em compreender a mensagem de um texto, outras não conseguem “ler” o que está sendo informado não verbalmente. Muitas vezes, isso acaba prejudicando-as.

Vamos conferir alguns casos em que isso acontece:

  • Vamos supor uma pessoa que é frequentemente descrita como intensa. Ela mantém muito contato visual, com olhos bastante abertos, e costuma tocar bastante enquanto fala. Por vezes, o aperto de mão causa desconforto pois é feito com muita força.
  • Em outro caso, uma outra pessoa está sempre tensa e alerta. Ela ri com muita frequência porém de uma forma nervosa e sua voz está sempre trêmula;
  • Ainda, consideremos a pessoa que escuta constantemente que não deixa as outras pessoas falarem. Ela não compreende turnos de fala, não dá sinais de que está ouvindo o que a outra pessoa diz e suas expressões indicam que sua opinião esteve formada desde o princípio da conversa e não se alteraria.

Os três casos apresentados acima são bastante comuns. No primeiro, as pessoas costumam se afastar por se assustarem um pouco com tamanha intensidade. No segundo, dificilmente alguém se sentiria relaxado e confortável perto de alguém tão rígido. Por fim, não saber ler as pistas e construir um diálogo frequentemente faz com que as pessoas não se sintam ouvidas.

Em ambos os três casos, as pessoas podiam até ter boas intenções, mas elas não conseguiam interpretar suas próprias mensagens. Para conseguir saber se a comunicação verbal está prejudicando, é importante primeiramente prestar atenção nas outras pessoas, no que elas fazem e dizem. Elas poderão fornecer dicas valiosas sobre nossa comunicação não verbal.

Depois, é importante observar-se de fora, em uma outra perspectiva, enquanto estamos em um ambiente social, como agimos. Se tentarmos nos colocar em um papel diferente do nosso, poderemos perceber o que estamos comunicando e se isso é capaz de nos prejudicar em algum aspecto.

É possível mentir usando comunicação não verbal?

A verdade é que, quanto mais tentarmos simular uma situação que não corresponde à realidade, mais nossa comunicação não verbal pode acabar nos traindo. O motivo para isso é que não estamos cientes de todos os sinais que estamos enviando para a pessoa, por mais que tentemos. Por isso, não é uma boa ideia tentar simular uma situação forçando uma comunicação não verbal que não é genuína, isso somente fará parecer que não é natural.

No entanto, isso não significa que a gente não possa conduzir uma interação por meio de uma comunicação não verbal. Por exemplo, se uma pessoa ao nosso redor faz algo que não nos agrada, é comum que tornemos nosso rosto mais neutro, evitemos sorrir e demonstramos em nossa postura que estamos em discordância. Porém, podemos evitar intencionalmente enviar esses sinais, demonstrando que, apesar de não concordarmos com a situação, estamos disponíveis para debater sobre o assunto.

É possível saber se alguém está mentindo usando comunicação não verbal?

Sim, diversas pessoas especialistas são capazes de apontar possíveis mentiras utilizando comunicação não verbal. No entanto, é relevante dizer que não funciona como dizem, normalmente.

Detectar uma mentira por expressões faciais ou linguagem corporal não é uma receita de bolo, ou seja, nem sempre que o sinal aparecer significa que a pessoa esteja mentindo. Deve existir uma análise de contexto para ter certeza de que o que está sendo dito trata-se de uma mentira, do contrário, o mesmo gesto pode indicar outro sentimento.

Apesar disso, os gestos que normalmente são associados com o ato de mentir normalmente são:

  • Gesticular com ambas as mãos ao invés de uma;
  • Cobrir a boca com a mão enquanto fala, como se estivesse evitando deixar sair algo;
  • Evitar mostrar a palma das mãos enquanto fala;
  • Incluir maior contato visual;
  • Apertar a boca para dentro até os lábios desaparecerem;
  • Mudanças bruscas de comportamento;

Como melhorar as habilidades de comunicação não verbal? 5 Dicas!

Se você quer praticar estar mais ciente da sua comunicação não verbal e das pessoas ao seu redor para que você consiga compreender ainda mais o que (não) é dito, confira algumas dessas dicas!

  1. Preste atenção em como você se comporta em diferentes humores, quando você está feliz, triste ou com raiva.
  2. Comece a perceber a comunicação não verbal ao seu redor e permita-se analisá-la. Veja como as pessoas reagem, suas expressões faciais, gestos, etc.
  3. Evite contradições com a linguagem verbal. Se você disser que está se sentindo bem mas logo em seguida comunicar não verbalmente o contrário, você estará comunicando mensagens contraditórias para as pessoas ao seu redor.
  4. Tente esfriar a cabeça e pensar antes de agir, praticando eliminar ações não verbais que você acredita que prejudiquem você.
  5. Evite inferir e tirar conclusões precipitadas sobre comunicação não verbal relacionada a pessoas diferentes de você, afinal de contas, o que algo significa para você pode não significar para outra cultura ou sociedade.

Tentamos destrinchar um pouco o universo da comunicação não verbal, apesar de ser praticamente impossível abordar todos os aspectos desse conceito tão abrangente. Agora que você sabe mais sobre esse assunto, você será capaz de perceber melhor o que você está dizendo sem usar palavras e interpretar melhor a realidade ao seu redor.

Uma excelente última dica para aprender mais sobre si e ficar mais ciente sobre a comunicação não verbal é desenvolver a inteligência emocional. Caso você não saiba o que é isso, você pode conhecer mais sobre ela aqui!

0 Shares:
Você também pode gostar