White Label é um modelo de negócio bastante usado entre as empresas e vem sendo cada vez mais adotado no mercado de marketing e tecnologia. Nesse modelo, as empresas não precisam investir em produção e desenvolvimento para vender novos produtos e expandir sua atuação.

É assim que funciona: uma empresa cria produtos e serviços para outras empresas que podem revendê-los com a sua própria marca. Esse conceito é comum no mercado de vestuário, alimentos, produtos eletrônicos e já é usado em softwares, plataformas e serviços digitais, por exemplo.

Parece interessante, não é? Mas optar por esse modelo de negócio traz vantagens e desvantagens que precisam passar por uma avaliação. Por isso, vamos agora ajudar você a entender o que é e como funciona esse conceito na prática. Acompanhe!

O que é White Label?

White Label é um conceito de mercado que se refere à criação de produtos, serviços e plataformas que podem ser usados e comercializados por outras empresas com a sua própria marca.

Funciona assim: a empresa proprietária produz para várias outras empresas, que podem aplicar sua identidade, personalizar os produtos para uso ou venda e redistribuir no seu mercado com o valor que definir.

Isso significa que a empresa revendedora terceiriza o desenvolvimento de produtos e serviços e, dessa forma, não arca com os custos da produção. Por outro lado, não tem direitos sobre a licença do produto.

A expressão “white label” significa “etiqueta branca”, uma referência às marcas que compram peças prontas e apenas aplicam seu nome e identidade nas etiquetas e rótulos.

Embora a expressão remeta a produtos físicos, como roupas, alimentos, eletrônicos e até cartões de crédito, o conceito de White Label pode ser aplicado também em serviços ou em produtos digitais, como plataformas de e-commerce e aplicativos mobile.

Sendo assim, esse modelo é bastante usado por empresas que desejam expandir sua atuação, mas não têm expertise para desenvolver soluções, nem querem investir nisso. Então, apenas investem no branding, enquanto confiam o desenvolvimento do produto a quem já entende do assunto e produz em grande quantidade.

Como surgiu o modelo de negócio White Label?

O modelo White Label surgiu no contexto da música. Em 1980, quando o hip hop começava a se popularizar nos Estados Unidos, as gravadoras perceberam uma oportunidade de incentivar a produção de novas músicas e testar o seu sucesso sem precisar investir muito.

Para isso, criavam discos com “faixas brancas”, ou seja, músicas que poderiam ser modificadas e remixadas de forma livre. Então, distribuíam cópias promocionais aos DJs e cediam autorização para que eles criassem suas músicas novas a partir dessas faixas. Depois, eles poderiam testar a aceitação do público em festas e eventos antes de ir para as rádios.

Mais tarde, o universo da moda passou a utilizar o conceito de White Label com a produção em larga escala de roupas. Um mesmo modelo de camisa, por exemplo, poderia ser vendido por marcas diferentes com alguma customização. Atualmente, o conceito já é bastante usado no marketing digital, no desenvolvimento de produtos e plataformas online.

Quais as diferenças entre White Label e Private Label (PL)?

White Label e Private Label são modelos de negócio em que uma empresa terceiriza o desenvolvimento e a produção dos seus produtos ou serviços.

Mas existe uma diferença entre eles: enquanto o White Label entrega produtos padronizados e personalizáveis a várias empresas, o Private Label produz exclusivamente para uma marca, que encomenda produtos e serviços da empresa proprietária. Dessa forma, não há o risco de encontrar produtos iguais na concorrência.

Um dos exemplos mais comuns de Private Label pode ser encontrado nas prateleiras dos supermercados. Além dos produtos de fornecedores diversos, eles também costumam vender mercadorias produzidas por terceiros em que inserem a sua marca própria.

Quais as diferenças entre White Label e o modelo de Franquia?

Outra dúvida comum é a diferença entre os conceitos de White Label e Franquia. Os dois modelos de negócio trazem configurações pré-prontas, em que a empresa aplica sua personalização. Mas, existem diferenças importantes.

No White Label, a empresa que adquire os produtos e serviços pode usar e revendê-los como quiser, com a sua marca própria e com o valor que quiser. Não há obrigações nessa relação, a não ser a taxa de adesão que confere direito de uso do produto.

Já a Franquia é um modelo de negócio mais robusto e burocrático. Além da taxa de adesão, há uma série de obrigações, como a comprovação de investimento mínimo, compra de equipamentos, taxa de royalties e pagamento de fundos de publicidade.

Além disso, o franqueado tem o direito de uso da marca da empresa franqueadora, conforme as suas orientações. Então, ele utiliza o branding já consolidado como forma de ganhar visibilidade e credibilidade. Mas, diferentemente do White Label, não há liberdade para utilizar a marca própria.

White LabelFranquia
Taxa de adesão (direito de uso do produto)Taxa de adesão, taxa de royalties, comprovação de investimento mínimo, compra de equipamentos
Uso de marca própriaUso da marca da franqueadora, conforme regras definidas em contrato
Autonomia nos processosRegras para operação do negócio definidas pela franqueadora em contrato
Autonomia na definição de preçosPolítica comercial geralmente definida pela franqueadora em contrato

Como funciona o modelo White Label?

Vamos entender agora, em detalhes, como funciona esse modelo na prática. O White Label é uma relação entre a empresa proprietária, que desenvolve o produto ou serviço, e as empresas contratantes, que podem não só usar a solução, mas também revender com a sua marca e o seu valor de venda.

Digamos, por exemplo, que você já tenha um e-commerce e venda pela internet, mas quer agora criar um aplicativo para celular que também oferte os seus produtos.

Porém, desenvolver um aplicativo é bem diferente de desenvolver um site. Você não pode simplesmente replicar a loja virtual na tela do celular, porque o layout, a linguagem de programação e os requisitos do usuário são bem diferentes. Dessa forma, você teria que contratar novos funcionários e criar o know-how para o desenvolvimento da plataforma.

Então, não seria mais interessante terceirizar a produção do app para o seu negócio? É isso que propõe essa prática. Você não precisa investir esforços para isso — apenas paga a taxa de adesão por um aplicativo que você possa personalizar com a sua marca e usar para vender seus produtos.

Mas ela pode ir além. A parceria também pode ser usada para a revenda. Digamos, por exemplo, que você tenha uma agência de marketing digital e queira oferecer o desenvolvimento de aplicativos para clientes.

Mas, novamente, você não tem know-how e estrutura para isso. Então, você pode fazer uma parceria com uma empresa desenvolvedora de aplicativos White Label e vender a plataforma personalizada com a sua marca a clientes.

Quem paga pelo serviço White Label: a empresa ou o cliente final?

Se você usar o modelo White Label para revender produtos ou serviços da empresa proprietária, há duas formas de fazer isso: a venda direta ou a venda indireta.

A diferença entre elas é a forma como o produto é vendido ao cliente final e quem paga à empresa proprietária pela solução que ela oferece. Vamos entender melhor:

Venda direta

A venda direta de White Label acontece quando a empresa revende o produto diretamente ao cliente, adicionando sua margem de lucro.

Nesse caso, a empresa revendedora emite uma nota fiscal para a pessoa cliente com o valor final do produto, enquanto a proprietária emite a nota fiscal do valor do White Label. Portanto, quem paga à empresa proprietária é a empresa revendedora.

Venda indireta

Na venda indireta, a empresa revendedora atua apenas como uma intermediária, que faz o contato com o cliente e efetua a venda, mas não adiciona sua margem de lucro. O valor da revenda é o mesmo valor que a proprietária define para o seu produto.

Nesse caso, é o cliente final quem paga para a empresa proprietária, que emite a nota fiscal de venda. A empresa revendedora, por sua vez, pode ter ganhos com a venda de outros produtos relacionados ao White Label.

Quais as vantagens e desvantagens do modelo White Label?

O White Label traz diversas vantagens para os negócios que desejam expandir sua atuação sem fazer grandes investimentos em conhecimento e estrutura. Mas é preciso avaliar algumas possíveis desvantagens antes de aderir a esse modelo. Confira:

Vantagens do White Label

O modelo traz algumas vantagens para as empresas:

  • Expansão de ofertas: a empresa pode expandir seus mercados e linhas de produto com White Label e direcionar melhor as soluções para cada público-alvo.
  • Economia de recursos: a empresa não precisa investir em produção, pesquisa e desenvolvimento de produtos — e todos os custos que isso envolve — para expandir sua atuação.
  • Dedicação ao core business: desenvolver produtos e serviços para os quais você não tem estrutura e know-how pode se tornar um peso para o seu negócio. No White Label, por outro lado, você deixa isso com quem entende do assunto e pode focar no seu core business.
  • Produtos mais qualificados: os produtos White Label são desenvolvidos por empresas especialistas, que já tem conhecimento e expertise no desenvolvimento daquela solução e já vendem para diversos negócios.
  • Produtos mais baratos: os produtos de etiqueta branca geralmente apresentam valores mais em conta em relação a produtos de marca própria, o que pode resultar em uma maior margem de lucro para o vendedor ou em preços mais baixos para o consumidor.

Desvantagens do White Label

Por outro lado, o White Label também apresenta algumas desvantagens, que precisam ser avaliadas:

  • Falta de ingerência no desenvolvimento: a empresa contratante não tem poder de influência ou decisão no desenvolvimento do produto, o que dificulta a realização de controle de qualidade.
  • Falta de know-how: sem contato com o desenvolvimento do produto, o contratante não adquire know-how sobre esse processo. Isso pode atrapalhar o relacionamento com o cliente, já que pode prejudicar o suporte a dúvidas.
  • Semelhança com concorrentes: a marca perde em diferenciação, já que o mesmo produto ou serviço é comercializado por diferentes empresas, que podem ser concorrentes.

5 exemplos de produtos White Label na prática!

Vamos ver agora alguns exemplos práticos para você entender como o White Label funciona:

Cartões de crédito

Cartões de crédito White Label já são bastante usados. Eles funcionam como qualquer cartão, com bandeiras Visa, Master ou outras amplamente aceitas no mercado, mas são personalizadas com a identidade da empresa contratante. A 1SS Bank, por exemplo, oferece essa solução.

Relatórios de marketing digital

Quem trabalha com marketing digital sabe a importância de criar relatórios de desempenho, para monitorar resultados e apresentar a pessoas que são gestoras ou clientes. No modelo White Label, esses dashboards podem ser personalizados com a identidade da empresa para transmitir mais credibilidade. A DashGoo é um exemplo de plataforma White Label.

Aplicativos de restaurantes

Outro uso comum do White Label é na criação de aplicativos para restaurantes. Em vez de desenvolver um app próprio, os restaurantes podem usar plataformas de etiqueta branca que oferecem aplicativos pré-prontos. Eles permitem que os clientes façam pedidos e pagamentos, entre outros recursos. A LevelUp, por exemplo, é especializada nisso.

Plataforma de aprendizagem

As empresas também podem adquirir plataformas de gestão de aprendizagem para personalizar com sua identidade e seus cursos. Elas são chamadas de White Label LMS (Learning Management System). A Docebo é uma das empresas que oferece esse tipo de plataforma.

Marketplaces

Se você quiser desenvolver um marketplace, no mesmo modelo de plataformas como Amazon e Mercado Livre, é possível fazer isso com soluções White Label. A Codificar oferece plataformas de marketplace de etiqueta branca para personalizar com a sua marca e vender o que quiser.

Marketing digital, White Label e Private Label: qual a relação?

O conceito de White Label se aplica em diversos mercados — e não seria diferente no marketing digital.

Nessa área, investir em tecnologia e desenvolvimento pode sair caro. Por isso, o White Label é uma solução para ampliar sua atuação no mercado digital ou, no caso de agências, o seu portfólio de serviços.

O modelo da etiqueta branca é usado em diversas ferramentas e softwares que são utilizados nas estratégias digitais. Algumas empresas vendem programas White Label, geralmente no modelo SaaS, para serem usados por outros negócios em suas estratégias. É o caso, por exemplo, de plataformas de e-commerce, construtores de sites e landing pages, por exemplo.

Essas plataformas permitem customizar o layout com a identidade da marca. Assim, a pessoa cliente sequer percebe que foi outra empresa que desenvolveu.

Mas as estratégias de marketing digital também podem se relacionar com o Private Label. Isso acontece, por exemplo, na contratação de conteúdos de ghost writers criados exclusivamente para o contratante.

Esses “escritores fantasmas” escrevem textos sob demanda, mas não assinam com seu nome. Conforme o acordo sobre o direito de uso, o contratante pode colocar sua autoria no conteúdo e usar como quiser em seus canais digitais, como blog e redes sociais, ou vender para clientes (no caso de agências).

O que é o White Label SEO?

O White Label SEO é um dos exemplos de aplicação do modelo da etiqueta branca no marketing digital. Geralmente é usado por agências, ao prestar serviços de otimização de sites para buscadores a clientes. SEO envolve uma série de atividades, como:

  • Auditorias e análises de SEO, para identificar erros e oportunidades de otimização;
  • Criação de conteúdo e otimização de SEO on-page;
  • Criação de relatórios para apresentação de métricas e resultados.

No White Label SEO, essas atividades podem ser desenvolvidas pela empresa proprietária, que é especialista em otimização de sites e vende seus serviços com etiqueta branca. Dessa maneira, a agência terceiriza os serviços de SEO, mas vende a clientes como se fossem desenvolvidos por ela.

Assim, a agência pode ofertar serviços de SEO sem precisar desenvolver a expertise do zero. Ela conta com uma equipe de especialistas para isso, enquanto foca no atendimento ao cliente e suas outras atividades centrais.

O que é o Banking White Label? E quais as vantagens de usar?

O Banking White Label é mais um exemplo de aplicação do modelo de etiqueta branca e representa uma importante tendência do setor bancário.

Ele faz parte do conceito de Banking as a Service, que possibilita que qualquer empresa ofereça serviços bancários e financeiros, mesmo que não seja um banco ou uma financeira.

No caso do White Label, esses serviços são personalizados com a marca da empresa que contrata. Dessa forma, a empresa pode ampliar sua oferta de serviços e se aproximar de clientes ao entregar mais valor a eles. Esses serviços incluem:

  • Banco digital: serviços digitais, como abertura de conta, emissão de cartão, transferências etc.
  • Carteira digital: pagamentos e transações financeiras em dispositivos eletrônicos.
  • Pagamentos: máquinas de cartão e outras formas de pagamento personalizadas.

8 dicas para se dar bem usando o White Label!

Gostou de saber mais sobre White Label? Agora, veja as principais dicas para usar esse modelo no seu negócio e ter os melhores resultados:

1. Investigue a reputação da empresa proprietária

Primeiramente, investigue o histórico e a reputação da empresa que desenvolve as soluções. Entenda se oferece um produto de qualidade e se presta um bom atendimento. Para isso, procure por cases e depoimentos na internet e, se possível, converse com clientes. Lembre-se de que você precisa de uma solução confiável para o seu negócio.

2. Estabeleça um acordo bem definido e transparente

Na hora de adquirir o produto ou serviço, estabeleça um contrato bem definido e transparente sobre as obrigações, responsabilidades e custos. Esse modelo geralmente oferece autonomia para a empresa contratante usar o produto como quiser, com o preço que quiser, mas isso precisa estar evidente para evitar incômodos.

3. Certifique-se de que é a solução certa para o seu negócio

A escolha de uma empresa e um produto White Label é uma decisão importante para o seu negócio. Então, tenha certeza de que você está fazendo a escolha certa. Além de investigar a empresa, solicite uma demonstração do produto ou serviço para conhecê-los na prática. Em alguns casos, você mesmo pode adquirir a solução para testar na sua empresa.

4. Saiba definir o preço final

Para ter sucesso com o White Label, o produto precisa ser lucrativo para o seu negócio. E, para ser lucrativo, você precisa saber definir uma margem que gere o retorno que você espera. Então, o preço final deve ser vantajoso, mas também se adequar aos preços de mercado e ao perfil do seu público.

5. Invista no branding

Produtos White Label carecem de diferenciação. Outras empresas e concorrentes podem usar as mesmas soluções que o seu negócio. Então, a diferenciação está na construção da marca, que aparece em rótulos, embalagens, logotipos, slogans, cores e demais elementos da identidade. Dessa forma, você cria mais proximidade e envolvimento com os clientes.

6. Invista no relacionamento com o cliente

Além do branding, é importante também investir no relacionamento com clientes. Como o produto não é tão diferenciado, você precisa marcar a lembrança de pessoas consumidoras e usuárias de outras formas. Descontos para clientes fidelizados e envios de email marketing personalizados, por exemplo, ajudam a fortalecer os laços.

7. Mantenha o relacionamento com a empresa proprietária

É importante também manter um bom relacionamento com a empresa proprietária. De forma mais próxima, você pode sugerir melhorias para o desenvolvimento, que vão beneficiar o seu negócio futuramente. É você quem tem contato com a pessoa cliente, então você pode trazer feedbacks valiosos para a empresa.

8. Tenha métricas para avaliar o desempenho do produto

Como você sabe se o produto ou serviço está gerando bons resultados para o seu negócio? Para responder essa pergunta, é preciso definir indicadores de sucesso que indicam se você está atingindo as metas definidas e em que nível. Assim, você pode avaliar se aquela solução está valendo a pena.

Enfim, vale a pena considerar a possibilidade de usar o White Label no seu negócio. Se você tem alguma área de negócio que quer desenvolver ou expandir, mas não tem interesse ou capacidade de investir nela, essa pode ser a melhor oportunidade.

No mercado de tecnologia, você pode aproveitar inúmeros softwares e aplicativos White Label para fortalecer o seu negócio. Mesmo que você não seja uma pessoa programadora ou desenvolvedora, é importante entender a lógica que está por trás das plataformas White Label que você venha a adquirir. Por isso, aproveite para aprender um pouco mais sobre lógica de programação!

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