A diversidade nas empresas tem se tornado uma das maiores preocupações dentro da cultura organizacional do século XXI.

Com o mundo em constante mudança e novas gerações compondo tanto o público consumidor quanto a mão de obra trabalhista, as empresas sentem cada vez mais a necessidade de se adaptar. 

Em um futuro próximo, empresas com equipes mais diversas terão uma grande vantagem frente à competitividade e adversidades do mercado. 

Quer saber o porquê? Neste texto, lhe contamos tudo! Abaixo você encontrará tudo sobre a diversidade nas empresas e as razões pelas quais você deve investir nisso o quanto antes, independentemente do tamanho de seu negócio. Confira:

Boa leitura!

Qual é a definição de “Diversidade” e como ela se aplica em empresas e organizações?

Ilustração representando a diversidade nas empresas

Assim como muitos dicionários definem, a palavra “Diversidade” é encontrada como a qualidade daquilo que é diverso, variado, que apresenta diferenças ao que se considera padrão e esperado

Dentro de uma empresa, isso se aplica majoritariamente às pessoas que fazem parte do time que integra a companhia. Diversidade na empresa, normalmente refere-se a um grupo de pessoas que apresentam distintas características físicas e psicológicas, para além de opiniões e crenças diferentes. Geralmente, isso se aplica a:

  • Gênero;
  • Religião;
  • Etnia;
  • Orientação sexual;
  • Identidade de Gênero;
  • Raça;
  • Idade;
  • Estado Civil;
  • PCDs.

É importante que a Diversidade na empresa seja analisada de acordo com um viés social pautado nas debilidades de tal setor. Um exemplo seria a área de Tecnologia da Informação. Sabemos que é uma área que normalmente possui um público majoritariamente masculino, logo, para se ter uma maior diversidade, seria necessário ter um público feminino contrabalanceando essa predisposição.

Ainda, deve-se levar em consideração que toda empresa com mais de 100 pessoas colaboradoras deve obrigatoriamente cumprir com a Lei de Cotas, de acordo com a Lei 8213, Artigo 93. Isso significa que ela deve contratar PCDs na proporção de 2% até 200 pessoas funcionárias, chegando a 5%, acima de 1000. Ou seja, parte da diversidade nas empresas não é só uma boa prática, como também uma obrigação legal.

Por que a diversidade nas empresas é um assunto tão atual?

Chegamos na Quarta Revolução Industrial, aquela que nos dá velocidade na troca e acesso de informações. Essa globalização de informações proporcionou uma maior organização de movimentos sociais e compreensão de assuntos importantes

Portanto, atualmente, não é mais adequado o antigo formato de organização empresarial, da forma que muito se reproduziu no último século. Cada vez mais as pessoas possuem acesso às informações e entendem que há problemáticas e desigualdades que devem ser combatidas. 

Isso é ainda mais presente na Geração Z, que é nativa dessa era digital e que recentemente alcançou idade para inserir-se no mercado de trabalho. Para essa geração, ter uma empresa que reflete os ideais sociopolíticos adequados é parte importante da escolha de uma carreira. 

Tal geração, enquanto público consumidor, também cobra constantemente um posicionamento de marcas e empresas referentes a essas questões. Logo, isso nos proporciona uma boa dica de como sobreviver no mercado nos próximos anos. 

Em breve, poderá não haver mais espaço para marcas que não dão parecer em relação a causas ambientais, sociais e que não contribuam ativamente para a manutenção de uma melhor realidade para todas as pessoas. 

Isso não se reflete somente para fora da empresa. As redes sociais proporcionaram uma ferramenta eficaz de denúncia contra desigualdades e injustiças, com alto poder de viralização. Uma empresa que não cumpre com o que é previsto em lei ou com o que é esperado de uma marca, pode acabar tendo sérios problemas.

Qual a importância da diversidade nas empresas? 5 motivos para investir!

Grupo de pessoas conversa de frente para um notebook

Apesar de já termos dado uma pequena prévia das razões pelas quais esse atual tema é tão relevante para qualquer pessoa que tem um negócio, agora vamos demonstrar integralmente os motivos de por que ignorar essa tendência pode acabar se tornando um erro. Confira, abaixo, alguns motivos pelos quais se deve investir na diversidade nas empresas!

MOTIVO #1: A relação com o trabalho mudou

Estaríamos mentindo se disséssemos que as pessoas que são contratadas para trabalhar em uma empresa nos dias de hoje terão os mesmos ideais de uma pessoa que foi inserida no mercado de trabalho há 50 anos. 

Portanto, devemos desconsiderar que um trabalho de 8 horas por dia, 5 dias na semana com um salário estável seja suficiente para reter uma pessoa colaboradora dentro da empresa. Atualmente, há uma busca maior por um espaço e aceitação, em que as pessoas possam se sentir confortáveis para crescer e se desenvolver, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. 

Abraçar a diversidade é criar esse espaço inclusivo de apoio e conforto necessário para fazer com que uma pessoa capacitada e competente queira ficar para ajudar no desenvolvimento da empresa. Isso é importante pois, afinal, toda empresa sabe o quanto é burocrático e oneroso ter que lidar com pedidos de demissão e com a contratação de uma nova pessoa colaboradora, para além de outras questões como treinamento, capacitação, etc. 

MOTIVO #2: Diversidade atrai novas perspectivas, que atrai novas soluções, que atrai inovação

Suponhamos uma sala com 5 pessoas idênticas, com o mesmo histórico profissional, experiềncias semelhantes e opiniões complementares. Qual seria a probabilidade de todas essas pessoas pensarem da mesma forma e terem as mesmas ideias? Grande, não acha?

Isso poderia se aplicar à sua empresa. 

Em contraponto, pense agora em uma equipe que tenha 5 pessoas completamente diferentes, com passados e histórias distintas e históricos profissionais distintos. Cada um com sua própria experiência será capaz de fornecer uma nova perspectiva para uma questão, que, somadas às outras, poderá trazer algo completamente novo e inovador. 

Logo, investir em diversidade é investir também em diferentes pontos de vista, diferentes ideias e diferentes opiniões, que, ao chocarem-se, formarão soluções únicas. Isso é especialmente benéfico para empresas que estão constantemente precisando se reinventar para sobreviver à competitividade do mercado de trabalho. 

MOTIVO #3: A construção de uma imagem mais positiva

Como dissemos em tópicos anteriores, a internet escancarou a realidade de uma forma que é complicado esconder-se, ainda mais quando se é uma marca bastante visível no mercado. 

Empresas que apresentam times diversos são naturalmente vistas com melhores olhos pelo público consumidor e pelo mercado de trabalho, o que fará com que mais pessoas competentes queiram fazer parte de sua equipe. 

Nesse quesito, a diversidade serve como uma forma de demonstrar que a marca se importa com as pessoas e que faz questão de demonstrar, na prática, que está atenta às demandas e tendências atuais

O contrário também serve. Empresas que decidem ausentar-se e apresentar um comportamento mais neutro também chamam a atenção, mas pelas razões erradas, o que contribui negativamente para a imagem da marca. 

MOTIVO #4: Um aumento significativo na produtividade

Pode parecer estranho, mas uma equipe mais diversificada, no final das contas, está ligada a uma maior produtividade

Para compreender essa lógica, é só levar em consideração que uma equipe diversa será mais criativa e inovadora, o que oferecerá desafios e oportunidades de crescimento constantes para pessoas colaboradoras. Isso por si só já são fortes fatores para aumentar a motivação do time. 

Um time motivado é um time que compreende seu papel e sua atuação dentro da organização, impactando diretamente na produtividade. 

No entanto, é importante um alerta: somente diversificar a equipe não garante esse posicionamento. É necessário que essas pessoas tenham o espaço e as ferramentas necessárias para que possam atuar dessa maneira. 

MOTIVO #5: Aumenta as possibilidades e oportunidades

Parte da diversidade nas empresas passa pela adoção de distintas culturas e regionalidades. A troca de experiências e contato entre essas culturas proporciona um aumento de possibilidades de expansão. 

Vamos supor uma empresa brasileira que contrate pessoas em regime home office espalhadas por todas as regiões. Cada uma dessas pessoas trará consigo uma visão de mundo e uma interpretação distinta pautada na localização geográfica e costumes culturais. Pode ser que uma delas apresente uma oportunidade de expansão ou criação de um produto que está em demanda em determinada região que nem havia sido cogitado pela liderança da empresa

Isso demonstra que ter uma diversidade na empresa é ter também maiores possibilidades de encontrar oportunidades escondidas e desconsideradas. Aplicando-se para empresas com alcance global, isso poderá ser ainda mais efetivo se considerarmos pessoas de diferentes países, que falam diferentes línguas. 

Conheça alguns dados do Brasil sobre a Diversidade nas empresas

Vamos conhecer agora de maneira mais palpável um pouco sobre a situação da diversidade nas empresas em nosso país. Confira:

Diversidade nas empresas relacionada a gênero

Uma das questões mais apontadas dentro da diversidade nas empresas é em relação à disparidade de gênero. Esse é um problema que se arrastou desde o século passado, em que era cultural, dentro de um casamento tradicional, a mulher abdicar de seu desenvolvimento profissional para dedicar-se às tarefas domésticas e a sua família. 

Essa visão ocasionou um rechaço da figura feminina no ambiente de trabalho, especialmente àquelas em posição de poder. No Brasil, apesar de já termos avançado e muito no debate em relação a essa desigualdade, ela ainda é bem proeminente. 

Infográfico sobre disparidade de remuneração relacionado à gênero
  • De acordo com o Programa Diversidade em Conselho (PDeC), somente 14% das vagas em posição de conselho de administração são ocupadas por mulheres, enquanto 25% das vagas em diretorias são femininas. É pouco, considerando que há 10 anos atrás esse número era 20%. 

Muitos desses números refletem ainda parte de um preconceito regido por um pensamento tradicional em relação ao papel da mulher, mas também dizem respeito a visões errôneas dessa população. Um exemplo é o fato de que muitas pessoas deixam de contratar mulheres pela possibilidade de que podem engravidar e, consequentemente, terem que se ausentar durante um tempo. 

Esses números podem ainda ser mais expressivos em algumas áreas específicas, pautadas em crenças obsoletas de que há trabalhos que são “mais femininos” que outros. Isso é um exemplo dentro da área de Desenvolvimento, por exemplo, em que a grande maioria são homens. 

Diversidade nas empresas relacionada à pauta LGBTTQIA+

Diversidade nas empresas pauta LGBTTQIA+
Créditos: Wednesday Holmes/ @hellomynameiswednesday for NPR

As lutas e movimentos LGBTTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Queer, Intersexo, Assexuais e mais) sempre existiram, apesar de começarem a ser mais consideradas pela sociedade como um todo recentemente. O movimento ganhou força mundialmente a partir da segunda metade do século XX, e explodiu com o acesso à internet e à informação.

A relação da comunidade com os espaços de trabalho tem sido uma questão muito debatida exatamente por conta de que muitos deles descartam a possibilidade da presença dessas pessoas pautada somente na orientação ou identidade de gênero, mesmo que elas sejam capacitadas e adequadas para o cargo. 

  • De acordo com a Organização Mais Diversidade, 54% das pessoas não sentem que o espaço de trabalho é aberto e receptivo o suficiente para que elas se sintam confortáveis em falar sobre sua identidade de gênero ou sexualidade
  • Segundo a Catho, 33% das empresas não colocariam pessoas LGBTTQIA+ em posições de liderança, pautadas somente nesse fato. 
  • De acordo com a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), 4% da população Travesti e Transexual tem um emprego formal, 6% ocupam empregos informais e 90% precisam recorrer a trabalhos sexuais como forma de sobrevivência
  • Segundo a LoveMondays, 66% das pessoas LGBTTQIA+ acreditam que assumir sua identidade as prejudicará na construção da carreira. Ainda, 62% não trabalhariam em uma empresa que não apoia a causa. 

Diversidade nas empresas relacionada à questão racial

Mulher preta na posição de liderança, conduzindo uma reunião

Outra questão importantíssima que impacta diretamente na diversidade dentro das empresas é a questão racial. Estudos apontam as disparidades do ambiente de trabalho em relação às diferenças raciais desde muito tempo, um pensamento que é herança do passado escravocrata de nosso país. 

  • Segundo dados oficiais, da quantidade total de pessoas desempregadas no Brasil, 72,9% são pessoas pretas.
  • De acordo com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), durante o período da pandemia do coronavírus em que a maioria das empresas migrou para o sistema home office, na grande metrópole de São Paulo, somente 17% das pessoas pretas passaram para esse regime.
  • De acordo com o site Vagas.com, 47% das pessoas pretas trabalhadoras estão em posições operacionais, 11,4% em posições técnicas. 0,7% ocupam cargos de diretoria, gestão, supervisão ou coordenação.

É importante levar em consideração que, quanto mais recortes sociais a pessoas sofrer, maior será sua desvantagem em relação ao mercado de trabalho. Por exemplo, uma mulher transexual ou travesti preta terá uma maior dificuldade em conseguir inserir-se no mercado de trabalho. Quando isso ocorre, ainda é necessário lidar com a falta de preparo das equipes e empresas para receber essa diversidade. 

Esses dados demonstram como a diversidade nas empresas ainda é um assunto que pouco se discute. Por isso, quanto mais empresas estiverem preparadas para abraçar essa diversidade, mais fácil será de contornar as situações apresentadas aqui. 

Quais os maiores desafios de introduzir uma cultura de diversidade nas empresas?

Como começamos a apresentar no tópico anterior, fazer com que uma empresa tenha uma cultura organizacional diversa não é uma tarefa fácil e, muitas vezes, pode haver diversos obstáculos no caminho. 

Fazer com que uma empresa se torne diversa vai muito além de simplesmente colocar pessoas diversas no mesmo espaço de trabalho. Por exemplo, de nada adianta uma empresa introduzir um programa de contratação somente para mulheres pretas se o ambiente organizacional vai tratá-las com resistência e dificultar o seu crescimento interno. Com o tempo, essas pessoas vão se desmotivar e deixar a empresa. 

Por isso, antes de realmente começar a adotar práticas de inclusão e diversidade nas empresas, é importante ter em mente alguns desafios a serem transpostos:

DESAFIO 1: Nem todo mundo está aberto à diversidade

O primeiro e mais superficial ponto de conflito poderá existir dentro da própria empresa. Pessoas que já estão lá há mais tempo e são de outras gerações, em que as coisas funcionavam de outra forma, podem ser resistentes ao aceitar esse novo cenário. Se elas estiverem em posições de liderança, elas podem inclusive dificultar a permanência dessas pessoas na empresa. 

  • O que fazer: Em situações assim, é importante ter em mente que a melhor e mais eficaz estratégia, no caso de uma possível desinformação, é a educação. Isso significa abrir o diálogo e criar espaços para que essas pessoas possam entender que o contexto é outro e que as diferenças são importantes e necessárias. Em casos extremos em que isso não seja possível e que acabam se convertendo em perseguição, o mais adequado seria a adoção de uma política de tolerância zero (mais sobre isso adiante). 

DESAFIO 2: Preconceito e enviesamento

Diversas pessoas especialistas em psicologia já apresentaram fenômenos envolvendo a percepção humana. Um deles é o efeito Halo, em que a partir de poucas características físicas se deduz qualidades. Exemplo: uma pessoa atraente é considerada, por extensão, também inteligente e competente. Isso acontece também ao inverso, no efeito Horn, quando preconceitos fazem com que tiremos conclusões negativas sobre determinada pessoa. 

Esse enviesamento prévio é prejudicial para a diversidade da empresa, pois poderá levar à desinformação e ao preconceito. 

  • O que fazer: a única solução possível para o enviesamento e o preconceito é a informação. Por isso, as pessoas precisam ser treinadas para serem capazes de reconhecer, reagir e abraçar a diversidade, especialmente aquelas que ocupam cargos de destaque e liderança.

DESAFIO 3: Implementação

Introduzir uma cultura de diversidade nas empresas pode parecer fácil na teoria. Porém, na prática, ela envolve muito mais desafios do que parece! Se essa cultura não for bem implementada e as pessoas não se convencerem da importância dela, não haverá muito efeito. Adicionalmente, entrelaçar essa nova força de trabalho diversa e orientá-la aos resultados e objetivos da empresa também é um desafio à parte. 

  • O que fazer: para empresas maiores em que isso se torna cada vez mais difícil de fiscalizar e implementar, é indicado ter uma pessoa ou um setor dedicado a cuidar da questão da diversidade. Essa pessoa pode inclusive ser uma das funcionárias do setor de recursos humanos. É importante, no entanto, que tudo seja bem pensado e planejado. 

Como aumentar a diversidade nas empresas?

Vamos conferir algumas dicas de como tornar a empresa, o ambiente de trabalho e o clima organizacional mais diverso e inclusivo:

1. Faça isso parte da missão e visão da empresa

Para que as pessoas colaboradoras compreendam a seriedade do assunto, isso não pode ser somente dito “da boca para fora”. A empresa precisa demonstrar que leva a sério a diversidade enquanto uma pauta organizacional e, para isso, precisa estar disposta a alterar a missão e a sua visão para englobar esses conceitos. 

Portanto, o primeiro passo seria deixar explícito, com todas as palavras, essa disposição na missão da empresa. A criação de políticas e práticas ligadas a isso também devem acontecer. No tópico seguinte, veremos algumas dessas políticas que podem ser incorporadas. 

2. Reforce a importância de respeitar a diversidade na contratação

Para que a empresa seja realmente diversa é previsto ter diferentes tipos de pessoas trabalhando na empresa, certo? Portanto, o setor responsável pelo recrutamento e seleção deve estar devidamente treinado e preparado para lidar com a diversidade. 

Algumas dicas para ajudar na hora da contratação:

  • Incluir pessoas recrutadoras diversas no processo de seleção, para garantir que o critério de seleção seja unicamente as aptidões e capacidades de quem aplica;
  • Instruir e treinar pessoas recrutadoras para que elas saibam quais temas são adequados ou não para serem abordados durante uma entrevista. Perguntas muito pessoais, sobre religião ou crenças políticas devem ser evitadas. Exemplo: jamais deve-se questionar o gênero da pessoa pautado na aparência física dela. Prefira perguntar qual o pronome adequado para se referir a ela, em caso de dúvida. 
  • Permitir que pessoas possam escolher como querem ser chamadas durante a entrevista previamente, durante um cadastro ou formulário. Por vezes, empresas se recusam a usar o nome social de pessoas transexuais, causando-lhes dor e constrangimentos.
  • Crie processos seletivos direcionados para aumentar a diversidade na empresa, suprindo uma ausência específica no time. Se não existem mulheres pretas em posição de liderança em sua empresa, você pode direcionar vagas para esse perfil. 

3. Trate todas as pessoas da mesma forma

Pode parecer uma dica óbvia, mas ela é constantemente ignorada em diversas organizações. Para que o ambiente possa ser mais diverso, é importante que haja apenas um conjunto de regras e que todas as pessoas, independentemente de qualquer histórico ou características, tenham que respeitá-las

Fazer com que as regras se apliquem somente a determinado grupo fará com que a empresa seja vista como seletiva e não permitirá que um clima organizacional diverso se instaure por completo. 

4. Invista na comunicação

A comunicação interna de uma companhia é o que há de mais importante não só para a incorporar uma maior diversidade, mas também para outros temas. Portanto, uma boa ideia é criar um setor responsável por fazer com que a comunicação entre diferentes níveis da empresa seja eficaz, dependendo do tamanho da empresa. 

Caso a empresa seja menor, garantir que todas as pessoas sejam informadas efetivamente e que a informação consiga chegar integralmente para todo mundo é essencial. Algumas práticas e ferramentas podem ser adotadas para auxiliar isso, como o Slack. 

5. Faça com que os times sejam diversos

Se você quer que a diversidade na empresa realmente funcione, você precisará garantir que cada unidade de trabalho, ou seja, cada time, seja primeiramente diverso. Não adianta trazer pessoas diferentes para trabalhar na empresa e isolá-las somente em um setor. Assim, não haverá troca de experiências e perspectivas distintas

Uma boa prática é pensar e planejar a organização de cada time individualmente, vendo como cada perfil funcionaria junto com outro. 

3 políticas e práticas para incorporar na sua empresa para desenvolver a diversidade

No tópico acima, você conferiu algumas dicas de como você poderia fazer para preparar o espaço organizacional para receber a diversidade. Neste tópico ajudaremos você a criar uma estrutura mais consistente para que ela seja efetivamente respeitada, na prática. 

Abaixo, você encontrará políticas e práticas que podem ser incorporadas para ajudar na implementação de um ambiente de trabalho que respeita a diversidade:

1. Criação de documentação

É importantíssimo amparar a diversidade em políticas e regras alinhadas à missão da empresa. Isso deixa um recado explícito de que a empresa abraça a diversidade e que, ir contra ela, é ir contra as políticas internas da empresa. Portanto, se é intenção da sua empresa verdadeiramente adotar essa conduta, ela deve estar atrelada a documentações e procedimentos. 

Veja alguns exemplos de procedimentos e documentações que podem ser criados para ajudar na fundamentação da diversidade nas empresas:

  • Código de conduta de como se portar no ambiente organizacional;
  • Uma cláusula bem explícita de não discriminação no manual de regras e contrato da empresa;
  • Manuais de instrução que educam sobre diversidade sexual, de gênero e práticas antirracistas;
  • Respeito à diversidade como parte da missão da emṕresa.

2. Política de tolerância zero 

Após criar uma documentação sobre diversidade e incorporá-la legalmente na empresa, você precisará garantir que ela será seguida e respeitada à risca. Isso significa aplicar consequências e punições quando elas não forem cumpridas. 

O recado deve ser explícito e todas as pessoas colaboradoras devem tê-la em mente: a empresa não tolera e nunca tolerará nenhuma ação que venha a ferir a existência ou a vivência de outra pessoa. Por isso, mesmo ações que pareçam “inofensivas”, como piadas e colocação de apelidos, terão consequências. 

3. Criação de um canal de denúncias anônimas

As pessoas dentro de uma organização devem ter acesso a um canal que as permita denunciar formalmente qualquer situação desconfortável e constrangedora que possa lhe ocorrer dentro da empresa. É importante que a pessoa se sinta segura para poder fazer essa denúncia, por isso a importância da opção de anonimato. Isso evitará que ela possa sofrer rechaço, caso a pessoa que ela venha a denunciar, seja, por exemplo, a líder de seu setor. 

Uma outra prática importante aqui é ter pessoas diversificadas e preparadas para lidar com esse tipo de denúncia ao recebê-las, que saberão como lidar com ela e como proceder para resolver a situação. 

Como vimos, a diversidade nas empresas não é uma “moda” ou algo que deve ser utilizado simplesmente para ganhar a simpatia de um público, apesar de isso ajudar na criação de uma imagem positiva. Investir na diversidade é algo essencial para qualquer empresa, que também é responsável por diversas questões sociopolíticas e ambientais. 

Portanto, se quisermos reverter os dados apresentados acima, precisamos começar a adotar essas políticas e práticas em nossas empresas o quanto antes. Apesar de esse texto ter sido direcionado para pessoas na liderança e donas de empresas, você, caso seja uma pessoa colaboradora, também pode contribuir para a diversificação de seu ambiente de trabalho, cobrando esse posicionamento da empresa em que trabalha. 

Agora que aprendemos sobre diversidade nas empresas, que tal aprender mais sobre o que é uma empresa de software e como criar uma? Continue com essa leitura em nosso blog!

0 Shares:
Você também pode gostar