Ao estudar diferentes tipos de linguagens para a elaboração dos códigos-fonte, uma questão costuma surgir logo em seguida: o que é compilação? Fato é que esse é um tema que pode gerar muitas dúvidas para aqueles que estão iniciando seus estudos sobre programação.

Esse é um termo importante para compreender de que forma operam-se as linguagens utilizadas no ato da programação e como elas se comunicam com as linguagens das máquinas.

Neste conteúdo falaremos sobre:

  • O que é um compilador?
  • Como funciona a compilação?
  • Qual a diferença entre compilador e interpretador?

Boa leitura!

O que é um compilador?

O compilador é um programa capaz de conseguir traduzir o código-fonte de um software, escrito em uma linguagem de alto nível, para uma espécie de programa equivalente, escrito em outra linguagem, que seja semanticamente equivalente, mas capaz de ser lida pelos processadores.

Vamos explicar em outros termos para ficar mais claro. A forma como você se comunica no seu dia a dia não é compreendida pelas máquinas, já que elas operam com outros tipos de linguagem — no caso, em bits.

Nesse sentido, o compilador faz essa “tradução”, de forma que um processador e o sistema operacional consigam entender a mensagem. Fazendo a passagem de um sistema de linguagem em alto nível para um de linguagem simbólica.

Como funciona a compilação?

Para isso, é preciso entender como é elaborado o código-fonte das soluções. Normalmente, ele é feito em uma linguagem de alto nível. Para que possa ser processado, precisa ser decodificado em uma linguagem de baixo nível.

Sendo assim, o compilador precisa cumprir duas funções: análise e síntese. Na primeira, o programa realiza a análise do código-fonte. Nessa etapa, ele reconhece a estrutura presente e o significado do que está ali descrito por meio de uma linguagem de alto nível.

Na etapa seguinte, é hora de sintetizar a linguagem para uma de baixo nível (assembly ou código de máquina), ou seja, realizar, de fato, o processo de tradução, de forma que possa ser compreendida pelo processador e pelo sistema operacional.

De modo geral, ele funciona lendo o código-fonte inteiro, realizando a coleta e a reorganização das informações contidas e fazendo a tradução completa, podendo ser um executável (arquivos .exe, os quais são responsáveis por realizar a execução de instruções as quais fora programado). Ele faz isso traduzindo todas as linhas de código para outra linguagem, podendo ser, por exemplo, Delphi, Rust C++, Swift, entre outras.

Qual a diferença entre compilador e interpretador?

Para falarmos sobre isso, é fundamental entender o que é um interpretador. Ele também é um programa que auxilia no mesmo processo de traduzir as linguagens de alto nível para baixo nível. Porém, ao contrário do compilador, que realiza todo o processo de uma vez, o interpretador realiza durante a execução da solução.

Diante disso, podemos colocar uma diferença essencial: o compilador faz todo o processo de uma vez só, gerando um arquivo executável ou uma biblioteca. Já o interpretador faz essa conversão aos poucos, sempre que ela é demandada ou executada pelo usuário.

Mas então, qual seria a melhor escolha? Optar por compilador ou interpretador? Vamos aos prós e contras de cada um deles para compreender melhor sobre a questão.

Velocidade

Os compiladores têm como vantagem a velocidade de execução, já que o código estará, já no ato, totalmente traduzido. Com isso, não é necessário que seja realizada a conversão a cada vez que ele for acionado, o que oferece uma maior eficiência em comparação com o interpretador.

Por ter diversas etapas de validação e otimização, ele tende a reduzir o número de falhas ao ativar a execução. É normal que ocorram processos de checagem entre compiladores, identificando possíveis erros existentes antes de gerar o executável e conseguindo permitir que a pessoa responsável pelo projeto faça as correções antes de disponibilizar o programa para o cliente.

Adaptação da linguagem

Uma desvantagem é a necessidade de adaptação da linguagem compilada para cada tipo de sistema operacional. Por exemplo, é preciso criar uma para Windows, outra para Linux, outra para Mac.

Já o interpretador, pela sua natureza, atua de forma independente, não sendo necessária a mudança, ou seja, você pode ter qualquer SO. Basta ter o programa instalado na máquina que ele fará a tradução sem maiores problemas.

Execução

Outro ponto favorável para o uso de interpretador diz respeito à sua execução. Por ele operar em runtime, permite que a pessoa consiga observar, analisar e modificar as estruturas existentes durante o tempo de execução.

Conseguir verificar e realizar as alterações necessárias em um código passando pelo interpretador também se torna mais fácil — basta que a pessoa abra o arquivo e verifique o que está escrito, realizando a alteração em tempo real.

Porém, ao mesmo tempo, isso é um problema, na medida em que um usuário ou usuária que tenha conhecimento sobre o tema possa realizar a injeção de um código em sua aplicação, causando problemas de segurança de dados para seu software.

Uso

Diante disso, fica o questionamento: quando você deve usar cada um deles? A resposta honesta é: depende da sua principal necessidade. Toda linguagem pode ser compilada ou, então, interpretada. Ambas as técnicas são utilizadas para conseguir executar seu código da melhor forma e conseguem se adequar a qualquer linguagem, desde que o tradutor necessário esteja embutido. Sendo assim, é preciso avaliar caso a caso.

Muitas vezes, quem trabalha com programação opta por utilizar ambos, já que podem ser complementares. Por exemplo, a linguagem JavaScript permite unir tanto a otimização da compilação quanto a flexibilidade do interpretador.

Em alguns casos, pode sim ser mais vantajoso optar por um dos modelos — é o caso dos sistemas Web, que funcionam melhor com linguagens interpretadas. Esse tipo de aplicação depende de uma maior facilidade e agilidade na manutenção, bem como uma maior portabilidade. Em outros, quando há necessidade de um desempenho maior, a compilação pode ser a melhor solução. No entanto, pode gerar o incômodo de ter que reinstalar o sistema toda vez que houver uma nova atualização.

De novo, ressaltamos: a sua escolha dependerá do objetivo. Por isso, é importante analisar os prós e contras que trouxemos. Por meio deles, é possível refletir e escolher qual é a melhor para o seu caso. Dominar os conceitos de compilação e interpretação é um dos principais desafios da área de TI.

Esse conhecimento é essencial para quem deseja atuar no desenvolvimento de software. Aproveite que está por aqui e saiba mais sobre essa possibilidade de carreira em nosso artigo especial sobre o tema!

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