Hoje em dia, a arquitetura de microsserviços está em todo lugar. Por isso, esse estudo é crucial, mas não é uma tarefa difícil, já que a ideia dessa arquitetura é bem intuitiva em cursos de tecnologia.

Estudantes de TI geralmente têm facilidade em assimilar a noção de divisão de recursos e de esforços a fim de solucionar problemas — a ideia central no conceito de microsservices.

Estudar microsserviços é, sobretudo, estar preparado para o mercado moderno. Por isso, para ajudar você, vamos explorar esse conceito, as diferenças para o método tradicional de trabalhar com softwares e as principais dificuldades nos tópicos a seguir. 

Neste artigo, vamos passar por:

  • O que são microsserviços, ou microservices, e como funcionam?
  • Qual a diferença entre as arquiteturas de microsserviços e monolítica?
  • Quais as vantagens dos microsserviços?
  • Quais os desafios em migrar para a arquitetura de microsserviços?

O que são microsserviços, ou microservices, e como funcionam?

Provavelmente, você já ouviu falar do princípio de “dividir para conquistar”, que é uma forma de abordar problemas complexos. O raciocínio em volta da arquitetura que dá nome ao tópico é basicamente o mesmo.

Trata-se de um método que divide o desenvolvimento de software em partes independentes e específicas, que se comunicam entre si por meio de APIs.

Considere, por exemplo, um site de streaming, como o YouTube. Quando você abre o site, vários serviços estão sendo executados ao mesmo tempo: a barra de pesquisa é um; os vídeos sugeridos é outro; ao passo que o player constitui outro.

Em vez de criar uma única aplicação com todas as funções acopladas, esse termo nos orienta a criar serviços separados, ou seja, pequenos subsistemas que realizam serviços diferentes. Essa arquitetura é uma das soluções para o problema de lidar com o aumento de pessoas trabalhando em um mesmo projeto de TI.

Imagine um time de 100 pessoas. Gerenciar uma única instância seria desastroso, pois necessitaria de um intenso controle de versão e organização do fluxo de trabalho de modo a evitar que as pessoas se atrapalhassem. Muitas mentes focadas em trabalhar em uma só classe, por exemplo, seria sinônimo de aumento de erros e confusão.

Organização do time

Então, os microsserviços organizam o time. Cada pessoa ou subgrupo cuida de uma parte da aplicação que gerencia uma única funcionalidade do quadro de requisitos.

Um exemplo prático dessa divisão: em uma loja virtual, o sistema de recomendação que mostra a quem compra qual o seu próximo produto é um serviço. Ao passo que a seção que gerencia a finalização das compras é outro serviço. 

Com o pensamento estruturado dessa forma, a gestão consegue obter maior eficiência em cada uma das partes, bem como prevenir ruídos de comunicação.

Se pensarmos em gestão de projetos, por exemplo, o desenvolvimento dividido é até mais fácil para gerenciar. Com equipes trabalhando ao mesmo tempo em funções distintas, torna-se possível acompanhar, com transparência, o que estão fazendo e como estão fazendo, sem confusão. 

É como dividir um espaço físico grande em salas específicas, sendo que cada grupo responsável por um serviço trabalha em uma delas. Em uma sala, não dá para saber o que ocorre na outra, pois há uma certa confidencialidade. Líderes conseguem transitar entre todas elas e verificar o trabalho das pessoas que estão programando.

Por essa razão, a arquitetura dos microsservices é tão importante no mercado atualmente e deve estar no radar de quem deseja se atualizar nas tendências do mundo profissional. Vale ressaltar, então, que se trata de um método de organização e de gestão traduzido em uma estratégia prática de produção de softwares.

Qual a diferença entre as arquiteturas de microsserviços e monolítica?

Para prosseguir no entendimento dos microsserviços como uma inovação, precisamos conferir e entender o que tínhamos antes. 

A proposta contrária aos grupos divididos por funcionalidades é a arquitetura monolítica. Ela é caracterizada pela criação de uma única aplicação, com todos os serviços fortemente conectados e interdependentes. Se um problema acontece em uma das partes, todo o sistema é afetado. 

Outra característica dos monólitos de software é a existência de um único banco de dados, acessado por todos os serviços que necessitam dessa comunicação. Os microsserviços, por sua vez, requerem o uso de diferentes bancos para cada serviço, pois só assim a divisão faz sentido. 

Outra diferença entre esses conceitos é o fato de que uma estrutura monolítica não suporta o uso de diferentes linguagens de programação. Assim, se é interessante adotar para uma tecnologia que funciona melhor para uma determinada função, mas que não foi a escolha no começo do desenvolvimento, isso é simplesmente inviável. 

Nos microservices, cada time ou pessoa responsável por uma determinada funcionalidade consegue escolher a tecnologia que vai usar, bem como o tipo de banco de dados que preferir. Depois, é preciso um esforço para fazer com que isso se comunique, com códigos de integração que essas diferentes linguagens entendam.

Vantagens dos microsserviços

Vamos continuar entendendo essa arquitetura e suas principais vantagens.

Implantação mais fácil

Um dos principais benefícios é a facilidade de implantação. O processo de atualização de um sistema fica bem mais simples, já que cada parte é gerenciada de forma independente. Se precisa alterar uma parte da aplicação, a equipe consegue fazer isso sem gerar problemas para o sistema inteiro e de forma bem mais rápida para entregar ao mercado.

Isso tem a ver com o suporte dessa arquitetura aos princípios do DevOps, por exemplo, como a automação de deploy e de testes, bem como integração contínua. Desse modo, é possível seguir com a ideia de entregar novidades continuamente e melhorar os softwares.

Menos burocracia para testes

Considere o processo de testes de uma aplicação gigante, construída como um monólito. Cada verificação em uma pequena parte precisará de testes para todas as outras.

Se precisarem testar uma função de finalização da compra da loja virtual, as pessoas envolvidas terão que submeter todos os serviços ao teste, pois não há modularidade. Nisso, o processo se torna ainda mais complexo quando, ao mudar algo em uma parte do sistema, alguém acabar criando um problema em outra. 

Agora, compare com uma estrutura de partes independentes. É possível realizar rotinas de testes de maneira menos burocrática e trabalhosa, pois há suporte para experimentação com pequenas funcionalidades de forma livre. Isso otimiza o processo e permite que a empresa oriente o desenvolvimento aos testes sem dificuldades, garantindo a consistência do produto. 

Segurança

Com esse modelo de desenvolvimento, há maior tolerância a falhas do que em uma abordagem monolítica, ou seja, se uma parte apresenta algum defeito, o sistema como um todo continua de pé, dependendo de outras partes que estão saudáveis.

Assim, é possível trabalhar tranquilamente para recuperar o funcionamento da função que não está normal.

Desafios e desvantagens ao adotar arquitetura de microsserviços?

Apesar dos prós, é preciso saber quando usar microsserviços. Essa arquitetura não é indicada para que todas as empresas apliquem sem avaliação prévia, afinal, existem alguns desafios. 

Um deles é justamente a conectividade entre todas as partes diferentes, o que é necessário para que o sistema funcione corretamente e atinja seu objetivo. Da mesma forma, monitorar todas as instâncias de serviço é desafiador, principalmente quando há uma quantidade muito grande de serviços.

Por mais que haja a vantagem de dividir em pessoas e equipes menores, é necessário um controle global. A depender do número de partes, esse controle pode se tornar complexo demais. 

Outra questão são os possíveis problemas de latência quando acontece a comunicação entre microsserviços. Por exemplo, pode ser que ocorra de um serviço chamar um segundo, e esse segundo chamar um terceiro: nesse caso, esse terceiro pode atrasar a resposta, o que, consecutivamente, adia a resposta do segundo para o primeiro.

Os microsserviços são uma tendência no desenvolvimento de softwares, pois apresentam vantagens claras para garantir consistência, segurança e desempenho.

No mundo atual, a tecnologia ainda oferece suporte a outras metodologias que estão em destaque, como o DevOps. Por isso, como vimos neste post, é crucial conhecê-los e entender suas vantagens, bem como seus desafios.

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