Com nossas vidas muito atreladas à internet, é normal que aumente o receio com a segurança das nossas informações que estão na rede. Nas mãos erradas, pessoas mal intencionadas podem ter muito poder sobre a vítima descuida de sua privacidade na internet. 

Porém vivemos em uma sociedade digital e é impossível fugir dessa realidade, portanto o cuidado com o que colocamos à disposição do público on-line também precisa aumentar conforme utilizamos os recursos que ela traz para nosso dia a dia.

Pensando nisso, hoje já existem direitos que são dados para as pessoas com objetivo de tranquilizá-las e entregar um nível de privacidade na internet. Mesmo assim é bom fazer sua parte! Por isso, vamos te apresentar dicas para se proteger neste artigo:

Boa leitura.

O que é privacidade na internet?

Privacidade é o direito dado às pessoas de resguardar suas próprias informações. Logo, privacidade na internet é o direito de manter o controle sobre suas informações que são compartilhadas e manipuladas na internet. Porém quando levamos o conceito de privacidade para a internet, as regras ainda estão sendo revisadas ou mesmo criadas.

Os serviços onine necessitam de alguns de nossos dados pessoais. Portanto, uma vez que enviamos nossos dados, a entidade responsável por seu armazenamento, manipulação e compartilhamento deve assegurar que o controle sobre a exposição e a disponibilidade dos mesmos esteja de acordo com a lei e, assim, a nossa privacidade na internet.

Qual a importância da privacidade na internet?

Violações de privacidade no meio virtual geram consequências reais. Frequentemente, surgem notícias de ataques hacker informando que dados pessoais de diversas contas foram vazados, levando a diversos prejuízos, sejam eles patrimoniais para as organizações ou mesmo de confiabilidade das instituições.

Atualmente, a maior parte dos serviços disponibilizados na internet possuem dados das pessoas usuárias, por exemplo: localização, dados bancários, histórico de pesquisa e mensagens e até mesmo os seus movimentos nas páginas do site. Já imaginou se tudo isso se tornasse público?

Além da possibilidade de sofrer discriminação por conta de aspectos da vida pessoal, esses dados abrem precedente para que pessoas mal intencionadas tentem aplicar uma infinidade de golpes, seja on-line ou por outros meios. Por esse motivo, foram criadas leis que dão uma orientação sobre como armazenar, acessar e utilizar esse tipo de informação.

Quais os principais riscos e ameaças à privacidade na internet?

Existem ameaças simplesmente porque seus dados valem dinheiro. Tenha em mente que qualquer informação sua pode ser usada de forma maliciosa. Podem ser vendidas na dark web, servir para chantagear ou te influenciar, mas principalmente, manipular empresas e grandes organizações conforme seus processos de produção são paralisados pelo bloqueio desses dados.

Não é novidade para nós, que vivemos no mundo digital, que as empresas utilizam nossos dados para aumentar sua capacidade de venda. Veja um exemplo de uso de seus dados dentro da lei: a partir de seus hábitos de consumo e suas pesquisas na internet, existem algoritmos capazes de identificar que você está esperando um bebê e, assim, sugerir mercadorias e serviços especializados.

Entretanto, também existem exemplos de uso ilegal, como: uma pessoa mal intencionada que consegue seus dados bancários pode se passar por você e fazer compras usando seu cartão ou até mesmo assinar um serviço utilizando seus dados pessoais.

Isso é apenas a ponta do iceberg, uma vez que dependendo do interesse dessas pessoas mal intencionadas sobre suas redes, elas podem utilizar suas informações disponíveis on-line para tentar invadir suas contas por força bruta (quando a pessoa hacker faz uma série de tentativas para adivinhar a senha).

É possível ter privacidade na internet?

Toda sua atividade on-line é registrada de alguma forma. Basta dar uma lida nos “termos de uso” de alguma rede social, aplicativo ou mesmo do seu smartphone e você vai se deparar com algum tipo de monitoramento. 

Atualmente os dados pessoais são muito valiosos na tentativa de traçar perfis de consumo. Esse é um mercado muito grande e lucrativo no contexto da Indústria 4.0. Porém existem tentativas governamentais e da iniciativa privada de garantir algum nível de controle da pessoa usuária sobre como essas informações são utilizadas.

A internet é um risco à privacidade?

A internet não é a causa raíz, mas com certeza existem riscos em utilizá-la sem precauções. Desde anunciantes que podem tirar vantagem e te induzir a comprar algo até ataques de criminosos, sua privacidade na internet está na mira de agentes terceiros o tempo todo. Por isso, veja algumas dicas para se proteger no tópico a seguir.

15 dicas para proteger sua privacidade na internet!

1. Use VPN

Seu endereço de IP fica sempre disponível para os sites que você acessa. Mas através do uso da VPN é possível disfarçar tal endereço a partir da utilização do endereço IP do seu provedor e da criptografia dos dados.

2. Navegue de forma anônima

Os navegadores hoje possuem a função de janela anônima. Isso é basicamente impedir que cookies, plugins e alguns outros dados sejam salvos no browser ficando disponíveis para ser acessados por outros aplicativos.

3. Reveja suas configurações de privacidade em redes sociais

Redes sociais de um modo geral podem revelar muitas informações a nosso respeito: família, amigos, casa, trabalho e etc. Prefira deixar seu perfil privado e só aceite as pessoas que você conhece. Outra atenção é o tipo de conteúdo que você vai lançar na rede, lembrando das premissas que mencionamos anteriormente sobre privacidade.

4. Use senhas fortes

As senhas não devem ser simples e óbvias, remeter a um nome de parente, data de aniversário ou a uma sequência numérica, pois essas são as primeiras tentativas que alguém poderia imaginar durante uma tentativa de força bruta, tornando mais fácil a invasão de sua conta.

Vale ressaltar também que sua senha pode ter sido vazada em algum ataque que expôs o banco de dados de algum aplicativo ou site que você utiliza. Então, também é aconselhado que você atualize sua senha de tempos em tempos.

5. Habilite a autenticação de dois fatores

Esse método aumenta a segurança exigindo mais uma autenticação além de sua senha, dificultando assim a invasão de sua conta. Esse acesso pode ser dado por exemplo por seu smartphone ou uma impressão digital.

6. Evite redes de wi-fi públicas

Evite ao máximo redes públicas. Qualquer pessoa pode ter acesso a tal rede e esse é o perigo. Todos os dados que são trafegados por ali podem ser capturados sem o seu consentimento.

7. Atenção com as compras on-line

Tenha cuidado redobrado quando o assunto envolve dinheiro. Quando for fazer uma compra, tenha certeza que a loja é confiável. Pesquise sobre o produto, sobre quem vende e sobre a loja. Não deixe de conferir os comentários e as avaliações.

8. Sempre atualize os softwares

De vez em quando nos deparamos com uma notícia de que foi descoberta uma falha em algum sistema. Então, antes que os hackers aprendam a usar tal vulnerabilidade contra você, faça a atualização do aplicativo ou sistema. Mantenha sempre seus apps e sistema operacional atualizados, já que as atualizações surgem para corrigir eventuais brechas de seguranças, bugs e acrescentar melhorias.

9. Use antivírus para sua privacidade na internet

Antivírus e demais anti-malwares são seus aliados. Varreduras periódicas e inspeção de novos downloads podem dar uma maior segurança e proteger seus dispositivos pelo menos dos ataques mais famosos.

10. Atenção com os métodos de Phishing

A maioria dos ataques acontecem por culpa da própria vítima. Preste bastante atenção onde você está clicando, qual página você está acessando ou qual tipo de informação está passando para o site. Existem ataques que fazem você acreditar que ganhou um prêmio e pedem seu login ou alguma informação pessoal. Outros simulam compras falsas ou cobranças em seu banco. Sempre desconfie e tente acessar a fonte oficial primeiro antes de abrir o comunicado duvidoso.

11. Proteja seus aparelhos com senha

É recomendado que você coloque senha em seu celular, computador e demais dispositivos. Além disso, eles não devem ser deixados desbloqueados sem supervisão em hipótese alguma, principalmente em locais públicos. Outra dica é diminuir o tempo da luz de tela para que, caso você esqueça o dispositivo desbloqueado ou até mesmo se ele for roubado, o visor logo desligue e peça a senha novamente.

12. Avalie as permissões de aplicativos

Sempre que baixar um aplicativo novo em seu smartphone ele vai pedir a permissão para acessar alguns recursos. Tenha um olhar crítico para decidir se faz sentido ou não dar tal permissão.

13. Não acredite em tudo que lê

Assunto que ficou muito famoso a poucos anos, as “fakenews” podem conter malwares. Então sempre cheque a credibilidade da fonte daquela notícia e faça uma busca para descobrir se outros canais de comunicação também divulgaram a informação. Só então, caso desejar, compartilhe a notícia. Quando protegemos as outras pessoas também estamos nos protegendo.

14. Remova a personalização de anúncios

Navegar na Internet com o Google vai fazer com que seu histórico e sua localização fiquem armazenados pela empresa. A partir daí, essas e outras informações serão utilizadas para recomendação de anúncios, que podem ser abusivos. Existem maneiras de desativar essa funcionalidade ou limitar o uso.

15. Tome cuidado com a webcam e o microfone

Hackers podem ganhar acesso a tais recursos com a intenção de espionar. Portanto, é recomendado que, caso não esteja usando, sempre mantenha ambos desligados ou até mesmo “tampados”. Se estiver suspeitando de algo, verifique quais aplicativos têm permissão para acessar sua câmera ou microfone.

Serviços grátis vs privacidade na internet! Qual a relação?

Seja lá do que se trata, um anúncio de um serviço grátis inicialmente vai chamar bastante atenção. Mas já vou antecipando uma coisa: não existe serviço grátis! As empresas até oferecem esse tipo de benefício, mas vão querer algo em troca, como um cadastro com seus dados.

Ao entrar em uma farmácia, podem pedir nosso CPF. O motivo seria dar um desconto nos produtos, mas por consequência estamos permitindo que o sistema vá rastreando quais produtos consumimos, a frequência, em qual unidade compramos, o horário, etc.

As famosas redes sociais, também são “de graça”. Na verdade, nós somos os produtos e não os consumidores. Estamos constantemente entregando dados pessoais para as empresas e, com toda essa informação, elas podem aprimorar a entrega de anúncios de marketing e propaganda. É justamente essa atividade que faz das redes sociais um mercado bastante lucrativo.

Qual a relação da LGPD com a privacidade na internet?

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem o objetivo de estabelecer regras sobre o uso de dados pessoais por parte das empresas, principalmente aqueles categorizados como “sensíveis”.

Promulgada em 2020, a base da LGPD é o consentimento em qualquer ação relacionada aos dados pessoais. Ou seja, todo site, aplicativo ou serviço terá de deixar bem explícito quais informações estão sendo extraídas e a pessoa usuária precisa demonstrar estar de acordo, seja por meio de um botão ou pela leitura dos Termos de Privacidade.

A LGPD também garante à pessoa usuária o direito de pedir que suas informações sejam totalmente apagadas de um determinado banco de dados, caso deseje. Além disso, para solucionar a questão da insegurança e vazamentos de dados, torna-se necessário a empresa ter um método eficaz de segurança para armazenamento dos dados, bem como uma proposta de solução em caso de falhas. E tudo isso deve ser público para que seus clientes tomem conhecimento.

Tendo como base tudo que foi citado e partindo do princípio de que a privacidade é um direito da pessoa cidadã, a privacidade na Internet não poderia ser diferente. Por isso, é fácil perceber como a LGPD serve como instrumento para que as empresas redobrem a atenção e cuidado com os dados das pessoas usuárias, atuando, assim, como agentes para garantir sua privacidade on-line.

Quais dados ficam expostos quando você acessa os principais serviços?

Email

  • Nome e endereço de IP;
  • Data e hora;
  • Assunto de sua conversa;
  • Registro de login;
  • Seus gostos e prioridades.

Facebook

  • Nome, cidade e aniversário;
  • Localização;
  • Data e hora;
  • Gostos e opinião;
  • Círculos de amizade e familiares;
  • Eventos.

Google

  • Suas pesquisas;
  • Os sites que você acessa.

Navegador

  • Atividades on-line no geral;
  • Seus dispositivos;
  • Suas senhas;
  • Cookies a partir dos sites visitados.

Por que as empresas coletam os dados dos usuários na internet?

Tudo isso é para proporcionar uma experiência personalizada ao navegar na internet. Repare que os anúncios que aparecem para você não são os mesmos que aparecem para outra pessoa. Pode ser de um lugar que você visitou fisicamente, de um tênis que você pesquisou outro dia ou qualquer outra coisa.

Essa medida beneficia principalmente o marketing e tem como finalidade filtrar o melhor público para adquirir um produto ou serviço.

Essa coleta de dados é legal ou ilegal?

A coleta dos dados por si é algo legal. E mais, você aceitou que seus dados fossem coletados. Estava tudo detalhado nos termos de uso, mas provavelmente você não leu.

O que pode ser classificado como uma prática ilegal é o modo como dados estão sendo utilizados. Nesse caso as empresas precisam estar seguindo as leis em vigor, que podem variar de país pra país. Por isso, vale a pena ler os termos de uso e conhecer bem a legislação.

Conclusão

A dica é buscar informação. Hoje, é impossível garantir 100% de privacidade na internet, mas ao mesmo tempo não podemos parar de usá-la. Então, seja uma pessoa curiosa e suspeite de links com conteúdos absurdos ou “bons demais para ser verdade”. Também suspeite de formulários que pedem muitas informações, avalie se tudo o que pedem faz sentido e vale o custo-benefício para o que vão entregar.  

Claro, caso você sinta que sofreu prejuízo por conta do uso indevido de seus dados em algum momento, você pode recorrer à LGPD, se estiver no Brasil. Então, para continuar dentro do assunto e entender melhor os impactos da Lei Geral da Proteção de Dados, confira o link a seguir que explica em detalhes a LGPD.

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