Embora o setor de tecnologia demande profissionais com habilidades técnicas, as soft skills estão ganhando cada vez mais relevância no processo de recrutamento, conforme indica uma pesquisa realizada no Reino Unido.
O estudo foi feito pela companhia de recrutamento Robert Half a partir de entrevistas conduzidas com mais de 300 líderes seniores, incluindo CEOs, CFOs, CTOs e CIOs de grandes organizações, assim como de empresas de pequeno e médio porte.
Para o ano de 2022, cerca de um terço dos profissionais de tecnologia em cargos de liderança pretendem recrutar candidatos para novas posições. Parte dessa demanda foi impulsionada pela pandemia de Covid-19, que forçou empresas, escolas e organizações a se adaptarem ao ambiente online.
Com isso, cresceu a demanda por desenvolvedores front-end especificamente, segundo a pesquisa. Com a interrupção das atividades presenciais, esses profissionais ficaram responsáveis por auxiliar os negócios a continuarem operando digitalmente.
Consequentemente, isso também gerou grandes volumes de dados, impulsionando a demanda por cientistas, analistas e engenheiros de dados.
Já o trabalho remoto resultou em um aumento na busca por profissionais de TI com especialidade em apoio remoto e em ferramentas de colaboração virtual.
Enquanto o mercado apresenta uma série de oportunidades, 56% dos executivos, por outro lado, acreditam que agora será mais difícil encontrar candidatos qualificados em relação ao período pré-pandemia.
Aumenta a demanda por soft skills
De acordo com a pesquisa realizada pela Robert Half, recrutadores esperam que os candidatos ofereçam habilidades híbridas. Isso significa uma combinação de hard skills, que refere-se aos conhecimentos técnicos, e soft skills, que são as competências relacionadas ao comportamento profissional.
Entre os entrevistados, 34% dos CIOs afirmaram que a maioria dos candidatos não apresenta as soft skills necessárias. Com as mudanças constantes e aceleradas que são características do setor, alguns dos requisitos mais buscados são a habilidade de se adaptar e rápido aprendizado.
Já em relação às soft skills que estão sendo cada vez mais valorizadas, o estudo lista as capacidades de negociação e de comunicação, sendo que o gerenciamento de relações com stakeholders e competências interpessoais são as mais difíceis de encontrar em candidatos.
O estudo ainda classifica os dados relacionados às competências em duas categorias: habilidades difíceis de encontrar e soft skills em demanda.
No primeiro caso, a lista inclui adaptabilidade, segurança da informação, resolução de problemas, gerenciamento de relações com stakeholders e habilidades interpessoais.
Já as soft skills que estão em alta incluem resiliência, comunicação, adaptabilidade, gerenciamento de projetos e perspicácia para negócios.
Desafios para 2022
Além dos desafios de recrutamento, as empresas de tecnologia também estão atentas a outras áreas que deverão ser priorizadas em 2022. Segundo a pesquisa, 28% dos CIOs citaram “aprimorar a segurança e proteção dos dados” como sua estratégia principal para o próximo ano.
Em segundo lugar, com 24% dos entrevistados listando como prioridade, estão os projetos e iniciativas de computação em nuvem, o que significa que a demanda por profissionais de cibersegurança permanecerá em alta.
Também empatados em segundo lugar com 24%, ficaram a “inovação e investimentos em novas tecnologias” e “incorporar capacidades 5G na estratégia de TI”.
Por fim, outras prioridades citadas pelos entrevistados incluem “automação para impulsionar a produtividade ou reduzir custos” (19%), “iniciativas e projetos de transformação” (17%), DevOps (16%) e “análises de armazenamento de dados” (15%).