Logo no início da criação de um software, uma das tarefas mais importantes é fazer a representação das funcionalidades do sistema. No entanto, quando se trata de uma aplicação complexa, essa tarefa não é nada fácil. Para auxiliar nessa questão existe o diagrama de casos de uso.

Trata-se de um artefato muito comum na engenharia de software que mostra, de uma forma simples, o que o sistema faz e como as pessoas interagem com ele. Achou interessante e quer saber mais sobre esse diagrama? Então, veja o que preparamos para este post:

Fique com a gente e tenha uma boa leitura!

descrever as funcionalidades de um sistema do ponto de vista da pessoa usuária. Ele faz parte do conjunto de diagramas UML Unified Modeling Language — e, geralmente, é um dos primeiros insumos gerados na fase de levantamento de requisitos.

Em resumo, podemos dizer que os diagramas de casos de uso mostram, de uma forma gráfica, o conjunto de funções do software e como uma pessoa interage com cada uma delas

Ainda é importante lembrar que o diagrama de casos de uso descreve as funcionalidades do sistema, por isso ele está ligado aos requisitos funcionais do software, e não aos requisitos não-funcionais. Além disso, detalhes técnicos da execução das funções não são descritos nesse diagrama.

Como funciona o diagrama de casos de uso? Elementos e símbolos de notação!

Para entender como funciona o diagrama de casos de uso é preciso saber que ele sempre vai estar associado a um cenário. Por exemplo: imagine que uma escola possui um sistema de empréstimo de livros. Certo dia, um estudante entra no sistema e faz a reserva de um livro. No dia marcado, esse estudante vai até a biblioteca pegar o artefato e a bibliotecária confere a reserva, realiza o empréstimo e marca a data de devolução no sistema. 

Isso é o que chamamos de cenário: uma sequência de eventos que mostra uma interação entre a pessoa usuária e a aplicação. Fora isso, o diagrama de casos de usos também contém os seguintes elementos:

  • sistema: representa a aplicação que será desenvolvida e seu símbolo é um retângulo;
  • atores: representam as pessoas que utilizam o sistema e seus respectivos papéis. No diagrama, atores são simbolizados por um bonequinho de palitos que recebe um rótulo com o nome do papel que ele exerce na aplicação;
  • caso de uso: representa uma funcionalidade do sistema e é simbolizado por um balão oval na horizontal;
  • relacionamentos: representam as ligações entre atores e casos de uso ou entre os próprios casos de uso. Esses relacionamentos podem ser de associação, inclusão, extensão ou herança e são representados por uma linha, seta tracejada ou seta, respectivamente. Além disso, extensão e inclusão são sinalizados com a notação <<extend>> e <<include>> junto à seta tracejada.

Como fazer um diagrama de casos de uso? Passo a passo!

Agora você já tem uma boa ideia do que é e de quais são os elementos do diagrama de casos de uso, certo? Então, que tal conferir um exemplo de como você pode criar um? Basta conferir nosso passo a passo!

Identifique os atores

O primeiro passo para criar um diagrama de casos de uso é descobrir quais são os atores do sistema. Para isso, vamos voltar ao exemplo do software de empréstimo de livros. Lembre-se de que os atores são as pessoas que utilizam a aplicação. Nesse caso, elas podem ser estudante e bibliotecária, certo? 

Após essa identificação, cada ator deve ser inserido no diagrama com o seu respectivo rótulo (estudante ou bibliotecária, por exemplo).

Defina as funções de cada ator

Já com os atores definidos, deve-se definir as ações que cada um pode realizar no sistema. No nosso exemplo temos dois atores e cada um deve estar ligado a pelo menos uma ação. Vamos supor que um estudante pode fazer a reserva de um livro. Já a bibliotecária pode verificar reserva, confirmar empréstimo e confirmar devolução, por exemplo.

Cada uma dessas ações é um caso de uso e será representada no diagrama por uma forma oval junto ao rótulo que especifica a sua função. Não se esqueça que os casos de uso são inseridos dentro do retângulo que simboliza o sistema e que os atores são posicionados no lado de fora, ok?

Outro ponto importante é que, sempre que for possível, os casos de uso devem ser inseridos na ordem em que acontecem e as descrições devem sempre utilizar verbos, como “verificar empréstimo”.

Inclua os relacionamentos

Por fim, atores devem ser conectados aos casos de uso com os quais interagem. Nesse momento, é essencial ter atenção aos relacionamentos existentes entre eles e às notações que os representam. A associação, por exemplo, é o tipo de ligação mais comum, sendo usada para conectar o ator ao caso de uso. 

Já os relacionamentos de inclusão e extensão são um pouco mais complexos e conectam um caso de uso ao outro. O relacionamento de inclusão acontece quando um caso de uso depende de outro. Pensando no nosso exemplo, imagine que, ao fazer a reserva de um livro, é necessário indicar a data desejada. 

Nesse cenário, para saber se a solicitação pode ser confirmada, o sistema precisa verificar a disponibilidade do livro na data informada. Então, “verificar disponibilidade” pode ser um caso de uso incluído no caso “fazer reserva”.

Por outro lado, o relacionamento de extensão é alternativo. Isso porque, nele, um caso de uso pode depender do outro, mas nem sempre ser executado. Por exemplo, ao verificar a disponibilidade de um livro, o sistema pode detectar que ele já está reservado e emitir uma mensagem de erro informando que a reserva não foi feita. 

No entanto, isso nem sempre acontece, pois também existe a possibilidade do livro estar disponível na data. Nesse caso, a função “exibir erro de reserva” pode ter um relacionamento de extensão com “fazer reserva”.

Como foi possível perceber, o diagrama de casos de uso é um artefato que facilita o entendimento de como o software funciona. No entanto, para que ele cumpra esse papel, é fundamental ter atenção às notações usadas e, principalmente, aos relacionamentos existentes entre cada caso de uso.

Este post foi útil para você? Então, aproveite para conferir mais um dos nossos artigos e saiba mais sobre o que é e para que serve a linguagem de notação UML!

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