A Internet das Coisas representa uma nova era da rede mundial de computadores. Se antes a internet só funcionava em grandes dispositivos de empresas e universidades, hoje ela pode ser usada até em objetos do nosso dia a dia.
Um relógio que monitora batimentos cardíacos, uma geladeira que controla sua temperatura interna, uma TV que entende o que você quer pesquisar — tudo isso faz parte da IoT (Internet of Things). Mas a tecnologia vai muito além de amenidades do dia a dia e pode criar soluções inteligentes na medicina, no tráfego das cidades e muitas outras áreas.
Então, se você tem interesse na área de TI, deve saber mais sobre a Internet das Coisas e todo o potencial que essa tecnologia apresenta. Neste artigo, vamos analisar tudo isso e muito mais. Acompanhe agora!
- O que é Internet das Coisas?
- Como surgiu a Internet das Coisas (IoT)?
- Como funciona a Internet das Coisas (IoT)?
- Quais os principais componentes para implementar a IoT?
- Qual a importância da Internet das Coisas (IoT)?
- Quais as vantagens de investir em Internet das Coisas?
- Quais as desvantagens da Internet das Coisas?
- Qual a relação entre 5G e a Internet das Coisas?
- Entenda a relação entre segurança e Internet das Coisas
- O que é IoT empresarial e IoT Industrial?
- Quais os principais setores de aplicação da IoT?
- 5 exemplos de uso da IoT no dia a dia!
O que é Internet das Coisas?
Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT, em inglês) se refere à conectividade dos objetos à internet, que oferece a eles a capacidade de coletar e transmitir dados por meio da interconexão entre dispositivos. Trata-se de uma evolução da comunicação M2M (machine-to-machine).
A Internet das Coisas utiliza a infraestrutura de rede para otimizar diversas atividades, que vão desde tarefas simples do dia a dia, como assistir a um filme por streaming pela TV, até aplicações mais avançadas, como monitorar pacientes com diabetes à distância.
A Internet das Coisas faz parte da Web 4.0, também chamada de Web Simbiótica. Nessa geração da rede mundial de computadores, a web se integra ao dia a dia das pessoas por meio dos objetos, sem mais separação entre online e offline, a fim de tornar a vida mais eficiente.
Estima-se que, em 2030, o número de dispositivos conectados à Internet das Coisas chegue a quase 30 bilhões. Em 2021, esse número estava em 11.3 bilhões, segundo dados da Statista. Portanto, é uma tecnologia que está crescendo e ainda deve evoluir muito.
Como surgiu a Internet das Coisas (IoT)?
Vamos entender agora de onde surgiu esse conceito e como a tecnologia evoluiu até chegar ao cenário da Internet das Coisas que temos hoje. Acompanhe:
Quem criou o termo e quando surgiu?
Em 1999, Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), utilizou pela primeira vez a expressão “Internet das Coisas”, em uma palestra na Procter & Gamble (P&G).
Na prática, a tecnologia ainda não era comum. Mas o pesquisador já entendia que, se os computadores pudessem saber informações por meio de dados coletados sem a intervenção humana — como acontece na IoT —, seria possível otimizar diversas atividades.
Dez anos depois, em 2009, Kevin escreveu um artigo chamado “A coisa da Internet das Coisas” (leia aqui), em que reforça o potencial dessa tecnologia de revolucionar o mundo, assim como a internet fez (ou até mais).
Mas, antes disso, a tecnologia já estava abrindo caminho para a Internet das Coisas. E, de lá para cá, a IoT já evoluiu bastante e deu origem a diversos objetos conectados, como eletrodomésticos, meios de transporte, dispositivos de segurança, peças de vestuário (chamadas de wearables ou tecnologias vestíveis) e muito mais.
Confira a evolução da Internet das Coisas!
Há muito tempo as pessoas imaginam um mundo em que os objetos podem realizar tarefas humanas apenas com um comando. Era assim no mundo dos Jetsons, que habitaram o imaginário futurístico de muitas pessoas!
Talvez estejamos nos aproximando daquele cenário do desenho… Mas a tecnologia já vem evoluindo há muito tempo, desde quando ainda nem se falava em smartphones e smart TVs.
A seguir, vamos ver alguns marcos importantes da Internet das Coisas e os principais dispositivos que marcaram a sua evolução. Acompanhe agora a linha do tempo:
- 1982: Pesquisadores da Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, apresentam o que é considerado o primeiro dispositivo IoT: uma máquina de venda de refrigerante, cujo conteúdo podia ser monitorado à distância pela ARPANET, precursora da internet atual.
- 1990: John Romkey e Simon Hacket apresentam uma torradeira conectada à internet, que tinha um controle para ligar e desligar o equipamento. No ano seguinte, os engenheiros adicionaram um guindaste robótico que pegava o pão e colocava na torradeira, o que automatizou o dispositivo de ponta a ponta.
- 1996: A Nokia apresenta o primeiro celular com acesso à internet (Nokia 9000 Communicator), uma versão ainda arcaica dos smartphones atuais.
- 1999: O termo “Internet das Coisas” é usado pela primeira vez por Kevin Ashton, em palestra na empresa Procter & Gamble.
- 2000: A LG anuncia a primeira geladeira inteligente (Internet Digital DIOS), que permitia fazer compras pela internet e chamadas de vídeo. Porém, foi considerada inútil e muito cara pelos consumidores.
- 2003: A Vitatron, uma empresa de tecnologia médica da Holanda, cria o primeiro marcapasso totalmente digital, que grava dados de saúde e permite a análise dos médicos.
- 2009: O Google começa a testar veículos autônomos (self-driving cars), que não precisam de passageiros humanos para serem controlados.
- 2013: O Google lança seus óculos de realidade aumentada, chamado de Google Glass. O projeto não deslancha, mas representa os primeiros passos nos dispositivos de AR e VR.
- 2014: A Amazon lança o Echo, um reprodutor de áudio com comando de voz, que entra no mercado para competir com dispositivos de smart homes.
- 2018: É lançada a tecnologia 5G, que permite a expansão da Internet das Coisas com conexões mais velozes e confiáveis.
Como funciona a Internet das Coisas (IoT)?
Já estamos acostumados a usar dispositivos conectados à internet. Computadores, notebooks e celulares já fazem isso há bastante tempo. A diferença, agora, é que capacidade de se conectar à internet e se comunicar com outros sistemas chega a objetos que antes não tinham essa possibilidade.
Você já usava televisão há muito tempo com o uso de antenas ou cabos, não é? Porém, com a tecnologia da Internet das Coisas, surgiram as smart TVs, que podem se conectar à rede de internet e permitir o uso de navegadores e aplicativos diretamente no aparelho.
Para isso, basta que a TV tenha um adaptador de rede sem fio, um endereço IP (que identifica o aparelho na rede) e que o usuário tenha um plano de internet, para que a TV se conecte à rede. Dessa forma, ela pode receber e enviar dados. É assim que funciona qualquer outro dispositivo IoT.
Quais os principais componentes para implementar a IoT?
A implementação de IoT exige investimentos em tecnologia e infraestrutura. Vamos ver agora quais são os componentes necessários para viabilizar a Internet das Coisas.
Sensores
A tecnologia de sensores inteligentes, cada vez mais acessíveis e confiáveis, permite que os dispositivos IoT capturem e processem dados do ambiente, para que eles sejam usados na automação e na tomada de decisões.
Conectividade
A conectividade, por meio de tecnologias como Wi-Fi, 5G e Bluetooth, é o que garante a transmissão dos dados de um dispositivo para outro. Dessa forma, os usuários podem ler e utilizar aqueles dados para cumprir seus objetivos.
Acesso na nuvem
Plataformas de computação em nuvem são importantes para armazenar os dados e possibilitar o acesso a eles com segurança. Com elas, é possível aumentar a escala de dados, que é uma demanda da IoT.
Machine learning
A integração entre Internet of Things e machine learning aumenta ainda mais o potencial da tecnologia. O aprendizado de máquina, que processa grandes volumes de dados, permite que os dispositivos conectados aprendam e evoluam sozinhos.
Inteligência artificial conversacional
IA conversacional também é essencial para a IoT. O processamento de linguagem natural (NLP) é uma tecnologia de inteligência artificial que permite interações mais inteligentes entre máquinas e humanos, como acontece nos assistentes de voz (Alexa e Siri, por exemplo).
Qual a importância da Internet das Coisas (IoT)?
O poder da Internet das Coisas é melhorar a vida das pessoas, com objetos mais inteligentes na sua vida cotidiana ou em aplicações empresariais e industriais.
Para muito além de amenidades do dia a dia, como assistir às suas séries do Netflix na smart TV, eles podem ajudar a resolver problemas reais do mundo contemporâneo, como a poluição ambiental ou questões de saúde individual e coletiva. O potencial da tecnologia é enorme.
Além disso, para as empresas, a Internet das Coisas é importante para implementar a transformação digital e aprimorar seus processos, com a velocidade e a eficiência que a competitividade do mercado atual exige.
Quais as vantagens de investir em Internet das Coisas?
O propósito da Internet das Coisas é trazer eficiência para a vida das pessoas e para a rotina das empresas e indústrias. Afinal, se os dispositivos estão conectados à internet e se comunicam entre si, diversas atividades podem ser realizadas sem a intervenção humana, com mais precisão e agilidade e menos chances de erros.
Nas empresas, a IoT também é uma forma de gerar mais produtividade com a automação de rotinas da equipe. É possível agilizar tarefas, reduzir falhas e retrabalho, gerar mais inteligência para a tomada de decisões e reduzir custos operacionais.
Quais as desvantagens da Internet das Coisas?
A Internet das Coisas requer investimentos. A tecnologia tende a encarecer os produtos e se tornar inacessível para muitas pessoas e empresas, além de aumentar os custos de infraestrutura de armazenamento de dados. Muitas vezes, o custo-benefício do aprimoramento tecnológico não justifica o investimento.
A IoT também sofre críticas sobre a quantidade de lixo tóxico que esses dispositivos conectados podem gerar. O chamado e-waste pode se ampliar no mundo inteiro, já que a conectividade dos aparelhos tende a torná-los obsoletos mais rapidamente.
Além de encarecer os produtos e gerar mais descartes, a Internet das Coisas ainda pode afetar a segurança e a privacidade dos usuários, com mais pontos de vulnerabilidade graças à conexão com a internet. É possível coletar milhões de dados sobre hábitos e preferências dos usuários, o que coloca as pessoas em um estado de vigilância constante.
Qual a relação entre 5G e a Internet das Coisas?
Imagine quando vários objetos do dia a dia estiverem conectados, trocando dados pela internet no mundo todo, enquanto as pessoas se movimentam por aí. A infraestrutura de rede móvel precisa ter muita capacidade para dar conta desse volume de dados, não é?
É por isso que o 5G e as próximas gerações da rede móvel são tão importantes para a Internet das Coisas. Essa tecnologia possibilita conexões mais velozes, estáveis e seguras para a troca de dados entre dispositivos conectados, o que permite reduzir a latência da conexão e atualizar dados em tempo real.
Isso é essencial para a qualidade da interação com os objetos. A realização de uma cirurgia remota, por exemplo, depende de uma conexão com a qualidade do 5G. Portanto, essa infraestrutura permite criar soluções cada vez mais complexas com a Internet das Coisas.
Além disso, torna-se possível massificar o uso de IoT com o 5G, já que mais e mais objetos podem estar conectados, com qualidade e velocidade para a troca de dados. Porém, é claro que a popularização da IoT depende também dos preços dos produtos e seus componentes, que tendem a diminuir com a consolidação dessa tecnologia.
Entenda a relação entre segurança e Internet das Coisas
Segurança da informação já é um assunto em alta na era digital. Não é por acaso que os últimos anos deram origem a marcos regulatórios sobre a proteção de dados pessoais, como a GDPR na União Europeia e a LGPD no Brasil.
A preocupação é proteger os dados dos usuários de usos indevidos e ataques maliciosos, que podem colocar pessoas e instituições em risco.
Essa discussão se iniciou em um cenário em que a Internet das Coisas ainda engatinhava. Então, imagine agora e nos próximos anos, em que a IoT está se expandindo. Os objetos coletam dados sensíveis, sobre o dia a dia das pessoas, sobre os locais que frequentam, sobre seus hábitos e comportamentos e, é claro, sobre compras e pagamentos.
Se esses dados caem nas mãos erradas, podem trazer grande prejuízo. Não é apenas a privacidade que está em jogo, mas também a segurança das pessoas.
Por isso, a Internet das Coisas deve redobrar as medidas de segurança dos seus dispositivos, assim como os usuários devem se conscientizar sobre boas práticas de proteção de dados.
O que é IoT empresarial e IoT industrial?
IoT empresarial é a aplicação das tecnologias de Internet das Coisas nas empresas. É por meio dessas tecnologias que se viabiliza a automação empresarial, que torna as rotinas das empresas mais eficientes, ágeis e inteligentes.
Elas podem ser aplicadas, por exemplo, no controle de estoque, no monitoramento de indicadores de produtividade e em dispositivos de segurança, tanto física quanto virtual.
Já a IoT industrial (IIoT) se refere à aplicação da Internet das Coisas em setores industriais, como no segmento automotivo, logística, energia, agronegócio, entre outros.
Da mesma forma que a IoT empresarial, a IIoT tem o objetivo de trazer mais eficiência para as operações com a automação. É possível alcançar mais confiabilidade e agilidade, reduzir os custos operacionais e obter menos tempo de inatividade.
Quais os principais setores de aplicação da IoT?
A seguir, vamos conhecer algumas aplicações da Internet das Coisas em diferentes setores empresariais e industriais.
Setor automotivo
Na produção de veículos, a IoT pode contribuir nas linhas de produção, a fim de monitorar a produtividade e identificar falhas. Além disso, a Internet das Coisas já é usada na criação de carros autônomos e em dispositivos que alertam motoristas sobre erros iminentes no sistema veicular.
Varejo
No setor varejista, as tecnologias de IoT são úteis para controlar o estoque, otimizar a cadeia de suprimentos e oferecer uma melhor experiência de compra ao cliente. Prateleiras inteligentes, por exemplo, podem acionar alertas quando estiverem poucos abastecidas.
Saúde
As aplicações de IoT na saúde vão desde equipamentos usados por médicos e hospitais no tratamento e diagnóstico de pacientes, até objetos de uso diário. É possível aplicar a IoT em procedimentos cirúrgicos automatizados ou no diagnóstico de imagens, por exemplo. Além disso, usuários podem usar equipamentos de monitoramento de suas condições de saúde.
Indústria
Nas indústrias, a Internet das Coisas pode ser usada para monitorar a produtividade e as falhas de máquinas e equipamentos, gerenciar frotas, criar cadeiras de suprimentos digitais inteligentes, fazer manutenção preventiva e preditiva, entre outras aplicações.
Automação residencial
Casas inteligentes já são uma realidade em alguns locais. Elas são automatizadas com tecnologias de IoT nos seus sistemas de iluminação, segurança, entretenimento, cozinha etc. Assim, permitem reduzir custos com energia, otimizar a rotina do morador e melhorar a sua segurança.
Logística
O setor de logística pode se beneficiar muito das tecnologias de Internet of Things. Elas permitem controlar frotas com mais inteligência, direcionar veículos com base nas condições climáticas e disponibilidade de motoristas, além de gerenciar armazéns com base em dados de temperatura e nível de armazenamento.
5 exemplos de uso da IoT no dia a dia!
As aplicações de IoT vão desde equipamentos empresariais e industrias, até o uso no nosso dia a dia. Então, vamos ver agora algumas aplicações que já estão na rotina de muitas pessoas por aí. Confira:
Smart TVs
As TVs inteligentes talvez sejam o exemplo mais comum no dia a dia das pessoas. Elas são conectadas à internet e permitem acessar aplicativos de streaming de vídeo e áudio e até mesmo usar navegadores da web pelo aparelho.
Câmeras de segurança
Câmeras de segurança também são um bom exemplo de aplicação da Internet das Coisas na automação residencial. Conectadas à internet, elas podem gravar vídeos e fazer transmissões em tempo real para outros dispositivos, inclusive smartphones.
Relógios
Os smartwatches são considerados equipamentos vestíveis (wearables), que coletam e transmitem dados. Você pode receber notificações, acessar mensagens recebidas e até usar as redes sociais naquele pequeno aparelho no seu pulso.
Geladeiras
Geladeiras inteligentes também já são realidade. Elas emitem alertas de desabastecimento, controlam a temperatura interna e permitem que os usuários façam compras, criem listas de itens, usem aplicativos de música, acessem a web, entre outras tarefas.
Carros
Carros autônomos ainda não são uma realidade para a maioria das pessoas, mas diversas empresas já estão desenvolvendo suas tecnologias. Porém, grande parte dos veículos já contam com sensores de IoT para monitorar padrões de direção e emitir alertas de segurança e manutenção para os motoristas.
A Internet das Coisas já está aí. Suas aplicações já fazem parte da rotina das pessoas, mesmo que muitas vezes não percebam. Nas empresas e indústrias, as tecnologias já estão trazendo benefícios de aumento de produtividade, redução de custos e inteligência de negócio.
Mas a IoT ainda pode evoluir muito, especialmente com o desenvolvimento do 5G. A tendência é que surjam mais dispositivos conectados para otimizar a vida das pessoas e, à medida que se popularizarem, reduzam seus preços para se tornarem mais acessíveis.
Agora, aproveite para ler também sobre Inteligência Artificial e as aplicações desse tipo de tecnologia, que também podem otimizar as rotinas de pessoas e empresas.
1 comments